O QUE É INDRISO

É uma nova teoria literária e livre, cuja única exigência é ser formada por oito versos ,3-3-1-1

Foi criada Por um poeta ,espanhol Isidro lturat ,que hoje vive em São Paulo.

É aceitado, versos livros ,brancos ou rimados então capriche no seu INDRISO!

Nada de se preocupar com as rimas ou combinação de rimas,pode até ser sem rimas mas contato que seja 3-3-1-1-

O poema é composto por 2 tercetos e dois monósticos (estrofes de um verso).

Admite qualquer tipo de rima e de métrica e versos brancos e soltos e qualquer nº de sílabas.

Sandra Stabile

ISIDRO ITURAT, UM ALQUIMISTA DA POESIA. POR FERNANDO FERNÁNDEZ-GIL. REVISTA LOS ARGONAUTAS.NET. ESPANHA. MARÇO DE 2009.

http://www.indrisos.com/index.html

Isidro Iturat nasceu em Vilanova i la Geltrú, Espanha, em 1973 e atualmente mora em São Paulo, Brasil, desde 2005. Este escritor e professor de língua e literatura espanholas é conhecido no círculos literários como o criador da figura poética do indriso.

O interesse e a curiosidade nos levou a entrevistá-lo, procurando que nos falasse alguma coisa sobre o indriso, sobre a sua criação e evolução.

-Prezado Isidro, primeira coisa: O que é o indriso?

O indriso é um poema composto de dois tercetos e duas estrofes de verso único (3-3-1-1), que admite qualquer tipo de rima e medida nos seus versos.

-Como surgiu esta figura poética? O que o levou à sua criação?

Basicamente o poema é resultado de uma reelaboração do soneto clássico: os quartetos do soneto passam a ser tercetos no indriso e os dois tercetos do primeiro passam a ser estrofes de verso único no segundo. Mas seu surgimento não se baseou em uma operação de cálculo ou raciocínio, nem mesmo houve uma busca consciente de algo novo, porém um ato imaginativo. Quando ele veio, eu simplesmente meditava sobre a forma do soneto vendo-a na minha mente, até o instante no qual apareceu a imagem dos versos se fundindo em grupos menores.

-O que te levou a denominar esta nova figura poética com um nome tão sugerente?

Bem, desde que escrevi o primeiro poema até achar aquilo que seria o seu nome passaram mais de dois anos. Durante este tempo tentei me inspirar procurando em dicionários de línguas, de terminologia musical, literária, filosófica, etc., enchi várias páginas de borrões e foi tudo inútil, a palavra adequada não surgia.

A solução final veio da inspiração de uma menina de tres anos que, nas suas primeiras experiências com a linguagem, ao dizer o meu nome pronunciava a palavra "Indriso" em vez de "Isidro". Durante muito tempo nem sequer contemplei a possibilidade de chamar assim ao poema, mas pouco a pouco eu fui me familiarizando com o termo e cada vez mais fui gostando dele. Também a partir de um determinado momento, para ver como o receberiam outros ouvidos, comecei a mostrá-lo pelos círculos literários que naquela época frequentava em Madri (encontros de poetas em cafés, associações de escritores, etc.) e, de fato, notei uma excelente acolhida. Assim que, enfim, decidi consolidá-lo como nome para o poema.

-A exploração e a experimentação ao longo dos últimos anos têm dado lugar a novas formas partindo do indriso originário. Por favor, você pode nos falar das diferentes variantes ou formas do indriso?

Durante este tempo fui conhecendo formas como os esquemas 3-3-2, 3-3-3-1-1, 4-4-1-1, etc., provenientes de outros autores e que eles têm chamado de indrisos. Por enquanto não acho adequado assumí-los como tais porque, mesmo tendo surgido a partir do esquema 3-3-1-1, ficam longe demais do mesmo, tanto a nível rítmico quanto visual e arquetípico. Se considerarmos tais esquemas indrisos, o que nos impediria assumir também estruturas como 5-5-1-1, 10-10-1-1, 3-3-2-2, etc.? Poderíamos cair em uma ilimitação da definição sem sentido. Uma otra coisa pode ser, por exemplo, experimentos como o indriso com estrambote ou a utilização de versos partidos (interpretáveis como um verso só), que eu mesmo testei.

No entanto, neste último ano recebi uma proposta que, em minha opinião, deve ser vista de outra maneira. A escritora uruguaia Teresa Marcialetti investigou todas as possibilidades de combinação do 3 e do 1 duplicados. Com a devida permissão, também estudei o assunto, para chegar à idéia de que, ao contrário dos outros esquemas mencionados, percebe-se sim, uma afinidade íntima entre o 3-3-1-1 e estas outras variantes, que mostrarei agora. Considerando as formas em que os dois tercetos e as estrofes de verso único podem se relacionar, considero adequado propor uma nova terminologia baseada nos conceitos de sístole y diástole, entendendo a transição de 3 para 1 como um movimento de contração do discurso e a transição de 1 para 3 como um movimento de expansão:

3-3-1-1: Indriso ou indriso em sístole.

1-1-3-3: Indriso em diástole.

3-1-3-1: Indriso de duas sístoles.

1-3-1-3: Indriso de duas diástoles.

3-1-1-3: Indriso em sístole interna.

1-3-3-1: Indriso em diástole interna.

Por último, quero destacar que não considero carentes de valor as formas mencionadas no início (se as pessoas insistirem no seu cultivo, acho muito provável a obtenção de muitos e bons frutos), mas considerarei necessário procurar outras denominações para se referir a elas.

-No site que você dirige, www.indrisos.com, o leitor pode disfrutar de uma parte da sua obra e do seu primeiro livro de poemas, El manantial y otros poemas, composto integralmente por indrisos. Com isso, um grande número de escritores decidiu utilizar esta figura poética para as criações próprias, como podemos ver também no seu site. Como foi a aceitação e a repercussão do indriso entre os leitores e os escritores?

Posso começar falando, por exemplo, das pessoas que até hoje me mandam comentários. Delas, recebo todas as reações que poderia esperar: críticas discretas, críticas grosseiras, elogios comedidos, elogios efusivos, comentários nos quais elas duvidam e comentários nos quais me ensinam. Em minha opinião, isto é normal e é o mais adequado para qualquer coisa nova que seja oferecida para uma coletividade. Considero muito saudável que o indriso receba elogios e pauladas, porque o elogio nos dá ânimo para seguir trabalhando e a crítica indica o que tem de ser melhorado. Se ao passar pela frágua o indriso sucumbe, será assim porque é o devido, e a mesma coisa se sobrevive e cresce.

Além dos autores que aparecem no meu site, outros estão incentivando de forma efetiva o indriso. Publicam poemas, artigos, organizam comunidades, etc., inclusive em vários idiomas. Recebo tudo isso com muita gratidão e alegria.

-O que te proporcionou no âmbito pessoal esta aventura de criação e experimentação poética?

Bom, poderia dizer que o cultivo deste objeto poético me ofereceu tais e quais experiências ou conhecimentos, mais ou menos ontológicos, mais ou menos transcendentes e seria verdade, mas, principalmente, o que me permitiu e permite é me divertir, e muito.

-O que te fez entrar no mundo da literatura e quando você percebeu que gostava de escrever?

A primeira vez que escrevi alguma coisa com consciência de querer fazer literatura foi aos 18 anos, durante o ensino médio, mas se tratava de uma simples atividade escolar. Para tal atividade me pediram duas descrições de uma oliveira, uma objetiva e uma subjetiva. Na subjetiva, intuitivamente, comecei a incorporar imagens poéticas e aquilo me empolgou. Tive vontade de continuar brincando com isso e escrevi outros textos que também eram prosas poéticas; depois, o primeiro poema; e depois de uma época de escrever versos e prosas, tomei a decisão de dedicar toda a minha energia ao verso, que era onde eu percebia que vibrava melhor. A partir desse momento, já fui sentindo que me dedicar à escrita daquelas linhas curtas estava se revelando como um imperativo vital. Alegrava-me enormemente fazer aquilo, até hoje.

Sandra L Stabile
Enviado por Sandra L Stabile em 23/06/2009
Código do texto: T1663311
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