AIDS no Brasil, uma luta de todos.

No ano de 1981, foram documentados alguns casos de pneumocistos e sarcoma de Kaposi que intrigaram alguns médicos Norte Americanos. Estes casos estavam afetando, principalmente, homossexuais ou bissexuais, geralmente jovens previamente saudáveis. Estes casos estavam completamente fora dos padrões habituais. A imprensa brasileira repercutiu quase que imediatamente o noticiário dos EUA, antes que se registrasse qualquer caso de “nova doença” em solo brasileiro, mas a “epidemia” já se alastrava em nosso meio. Já em 1982, surgem as Ações Integradas em Saúde, que futuramente viria a se chamar SUS. Em 1983, vieram os primeiros diagnóstico da nova doença, já conhecida como AIDS. Inicia-se, então, o primeiro programa oficial de combate da doença em São Paulo com a cooperação de entidades gays. Surge assim, a Divisão Nacional de DST e AIDS.

A partir daí, a luta contra a ADIS, no Brasil, passa para um novo patamar, com criações de ONGs dedicadas especificamente a esta área, com isto o governo se vê pressionado a criar o sistema único de saúde o SUS. Ainda em 1988, no dia primeiro de Dezembro é instituído, pela Organização Mundial da Saúde, como dia internacional de luta contra a AIDS.

O combate a AIDS ganha expressão à partir de 1996, quando a mortalidade pela AIDS cai drasticamente com a nova terapia anti-retroviral. Em 1999, surgiram casos de pessoas que não respondiam à terapia, introduz-se, então, a genotipagem como importante ferramenta de monitoramento da resistência viral, onde em 2001 o SUS implantou a rede de laboratório de estudos do padrão genético do HIV.

Hoje, muitos desafios na luta contra a AIDS persiste, o quadro econômico desfavorável pesa sobre a sustentabilidade dos programas dos programas criados pelo governo, e a discriminação renova-se dia-a-dia. Mas temos muito a comemorar, atualmente pessoas acometidas pela AIDS, podem contar com serviços laboratoriais de diagnóstico, profissionais qualificados, garantia de acesso aos setores de referencia de combate a AIDS de forma gratuita. Além disto, desde 1996, o Brasil dispõe sobre a obrigatoriedade do acesso universal e gratuito aos medicamentos anti-retrovirais, além de criar uma lei que garante o direito ao auxilio doença, á liberação do fundo de garantia (FGTS), á isenção do imposto de renda e, ainda, ajuda jurídica. Destacam-se ainda os programas de pré-natal, programa de mulher, criança e adolescente, com aquisição de leite para o filho de mães com HIV positivo, no intuito de evitar o aleitamento materno e promover o suporte nutricional necessário para essas crianças. Em 2004, outro ganho, uma parceria inclui cirurgia reparadoras para pacientes portadores de AIDS e usuários de anti-retrovirais no SUS.

Segundo IBGE, estima-se que atualmente 620 mil pessoas vivam com a infecção pelo HIV no Brasil, em 27 anos foram notificados 477.273 casos de AIDS, com um número anual de óbitos de 11 mil. O perfil dos novos infectados são pessoas entre 25 à 49 anos, onde temos uma programação de 6 homens para 10 mulheres. A região com maior o numero de casos é a região sudeste. Mas podemos comemorar, houve uma queda de 21% nos casos de transmissões entre homossexuais masculinos entre 1996 e 2006, queda para 7% entre os usuários de drogas endovenosas, queda de 62% entre heterossexuais. Isto se graças ao programa nacional de combate a AIDS, que conta com 422 ambulatórios, 397 hospitais credenciados, 79 hospitais e 58 centros de atendimentos domiciliarem, uma rede criada para facilitar o aceso de pessoas acometidas pela AIDS ao serviço de saúde. As ações desenvolvidas pelo programa incluem, ainda, campanhas gratuitas de teste sorológicos rede laboratorial para contagem de linfócitos CD4, produção de medicamentos para o tratamento da AIDS pela Fiocruz, e campanhas de distribuição de preservativos.

O Brasil, nos últimos anos, tem dado excelentes exemplos para o mundo. Nós brasileiros demonstramos ao mundo exemplo de promoção, prevenção assistencial e tratamento, apesar de nossas adversidades socioeconômicas. Através de mobilizações sociais e institucionais, podemos melhorar ainda mais este quadro.

Então brasileiros, façam sua parte.

Douglas Pires
Enviado por Douglas Pires em 23/06/2009
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