Evolucionismo VS Criacionismo

Este ano comemoramos 150 anos das publicações das reflexões de um homem que produziu teorias que até hoje estremecem as estruturas de um mundo conservador. Teorias estas que até hoje ditam os rumos de ciência contemporânea. As teorias de Charles Darwin foram examinadas por grandes críticos científicos, religiosos e teólogos de sua época e até hoje auxiliam e inspiram inúmeras pesquisas científicas atuais. A importância das teorias formuladas por Darwin resistiu a rigorosas investigações científicas a partir do século XIX. Pesquisadores atuais, equipados com instrumentos sofisticados demonstram a constante vivacidade do trabalho de Darwin. Devido às corroborações das teorias darwinianas, desde a Biotecnologia á Medicina Legal, neste ano, comemora-se, em todo o mundo, o bicentenário do nascimento de Charles Darwin e o sesquicentenário da publicação de sua obra prima.

Segundo Ayala em 2007, “Darwin completou a revolução copernicana ao levar para a biologia a noção de natureza como sistema válido de matéria em transformação que a razão humana pode explicar sem recorrer a agentes sobrenaturais. Citações como estas, de Ayala, e citações do próprio Darwin, onde dizia que “o homem ainda carrega na estrutura corporal a marca inapagável de sua origem desprezível”, gerou no grupo criacionista um grande impacto e sentimento de cólera. As ideias de Darwin foram recebidas como grande ofensa pelo mundo conservador do século XIX. Somente na década de 30 e 40 é que houve uma ampla aceitação dos conceitos evolucionistas.

As discuções entre evolucionistas e criacionistas iniciaram em 1858, logo após as publicações de Darwin. Os religiosos ignoravam e ridicularizavam a teoria de Darwin, já os evolucionistas, defensores implacáveis de Darwin, diziam: é preferível “ser aparentado a um macaco a ser um homem de habilidade comprovada que usava o cérebro para pervertera verdade.” Palavra de Thomas Huxley, chamado algumas de “bulldog de Darwin.” Desde então diversas batalhas foram travadas entre evolucionistas e criacionistas. Os criacionistas lutam há tempos contra o ensino da evolução, onde suas estratégias principais foram desenvolver obstáculos legais. O corpo científico da Igreja da Inglaterra foi a primeira a reagir contra Darwin, Muitas pessoas sentiam que a visão de Darwin sobre a natureza acabava com a importante distinção entre homem e animais.

Na década de 20, tentaram de banir o ensino da evolução, nos Estados Unidos da América, com leis inconstitucionais. Com a queda das leis, os criacionistas, criaram uma nova alternativa, inauguraram a ciência da criação ou criacionismo cientifico. Assim, no Tratado Igualitário de Louisiana de 1981, exigiram que os professores também apresentassem a ciência da criação em sala de aulas, caso ensinassem a evolução.

Os criacionistas promoviam a crença religiosa de que um ser sobrenatural criou a humanidade, um “desenho inteligente, aonde o “projetista”, de acordo com os idealizadores do criacionismo, pode ser Deus.

A manobra de propor um “desenho Inteligente”, em 1987, da ao criacionismo uma imagem não ligada a textos sagrados e sem apelo ao sobrenatural, dando aos Criacionistas o direito a publicações de livros e ao ensino de suas idéias em sala de aula.

As discuções se estenderam até os dias atuais, em 2005, a suprema corte americana declara o ensino do desenho inteligente como inconstitucional, dando o criacionismo como antievolucionista. As afirmações criacionistas como crédito científico falharam, mas em junho de 2008, o governador de Louisiana, Bobby Jindal, transforma o projeto de Educação científica em lei, disseminando o apoio ao pensamento crítico em salas de aula. A lei abriu a porta para o ensino do criacionismo e para as criticas contra as teorias evolucionistas.

Os evolucionistas protestaram contra esta lei, dizendo que a estratégia criacionista de “liberdade acadêmica”, não está de acordo com a compreensão adequada do significado de liberdade acadêmica, dizem ainda que o criacionismo possa instalar dúvida sem garantias científicas sobre a evolução.

Como podemos observar, estamos no ano do sesquicentenário da publicação da teoria da Evolução de Charles Darwin, e ainda as discuções e disputas a respeito desta teoria são assíduas e atuais. De um lado os evolucionistas defensores das afirmações darwinianas, e do outro os criacionistas utilizando de pilares religiosos e dogmáticos e manobras políticas para aprovações de leis antievolucionista.

E você, de que lado está?

Douglas Pires
Enviado por Douglas Pires em 23/06/2009
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