Gotas de Orvalho

GOTAS DE ORVALHO

Em Brasília, tem-se a impressão de que estamos mais próximos do céu e, podemos até pegar com a mão uma estrela, ou mesmo acariciar a lua... É que eu estou longe de casa, do sol que brilha mais intenso, dos ventos que sopram sobre o mar e da brisa que nas tardes de verão, suavemente me faz confidencias e quando estou só, fala-me de ti. Diz até como esta vestida e traz a mim o perfume do teu corpo, o calor de teus lábios, o gosto quente de teu corpo quando o meu toca e não aquece, mais esquenta como a explosão das grandes paixões...

Acabo de chegar em casa, hoje, não chove, faz calor, instintivamente levanto as mãos para o céu mais não vejo estrelas nem a lua, não pressinto tua presença, pego o celular e vejo a tua foto, aquela quando da despedida no aeroporto, do ultimo beijo, que em meus lábios ficou gravado para a eternidade, como se fosse uma tatuagem de amor e de prazer.

A solidão não me apavora, há tempos fizemos um pacto, ela é minha companheira, deita comigo, me aquece e beija, é minha amante de viagens por lugares distantes e está sempre disponível, mais também, é tua amiga, lembra-me de ti todos os momentos.

Não sei se dormia ou estava acordado, mais era madrugada, o frio intenso e, senti a tua presença, levantei, da janela olhei para o firmamento e senti os meus olhos encherem de lágrimas que não eram minhas, mais o choro da própria vida, reclamando a ausência dos amantes distantes, uma confusão de lágrimas, choros, então percebi que eram gotas de orvalho que encharcaram a minha vista mais que clareava a minh´alma e refrigerava o meu coração com a tua pertinaz presença, do amor, da vida, da paz...

Airton Gondim Feitosa

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