Agora é a vez delas! O noticiário internacional tem publicado cada vez mais relatos de homens que foram enganados por mulheres que conheceram pela internet; homens de todas as classes, idades e de diferentes culturas que destinaram parte de seus tempos vagos para conseguirem uma garota diferente pela internet.
Os sites de relacionamentos estão cheios de pessoas que buscam a diversão efêmera e por mais que haja alerta das autoridades, elas continuam caindo em golpes simples, às vezes infantis; geralmente são atraídas por uma situação inusitada e quando conseguem perceber ou acordar, já se encontram em total desespero.
Não faz muito tempo que tudo isso surgiu; no final dos anos 90, quando a internet passou a tomar ares de popularidade no mundo e os computadores foram barateando cada vez mais, era comum saber-se de casos verídicos de novos casais que foram formados através de programas já esquecidos como o scrip Mirc, uma espécie de MSN jurássico que se tornou febre entre os adeptos daquela internet antiga. Naquele tempo o homem era o caçador, eram os homens que na maioria das vezes convidavam e persuadiam as mulheres a encontrá-los e a namorá-los.
As pessoas entravam na internet e como ainda não havia as câmeras que hoje são conhecidas por webcam ou até mesmos os fracos recursos de envio de fotografias, eles logo assumiam uma identidade secreta; se vestiam de galãs lindos e ricos, cheios de boas intenções e as moças recém conhecedoras da novidade, na maioria das vezes caiam no alçapão. Os encontros geralmente terminavam em algum tipo de contato íntimo, muitas vezes terminavam num motel e em muitos casos havia agressão física e até assaltos.
Com o breve passar do tempo o computador ficou ainda mais barato, já não havia mais a necessidade de provedor de internet, surgiram às webcams, as fotos se tornaram banais e a velha lábia do galã lindo e rico que queria casar começou a sucumbir. A mulherada ficou esperta e quando entravam numa sala de chat, logo conseguiam identificar quem estava ali para brincar e quem estava para um papo normal, ainda assim, algumas falham e continuam caindo nas armadilhas masculinas.
Muito embora ela tenha sido concebida com o objetivo principal de informar e de trocar experiências em tempo real com pessoas de múltiplos países a internet tomou logo um rumo jamais programado, o rumo sexual e criminal; passou a ser o desígnio de pedófilos, ladrões, aproveitadores e mascarados anônimos que buscam a realização de fantasias sexuais longe da verdade, os famosos “enrustidos”.
De informação para pano de fundo, foi este o trajeto percorrido rapidamente pela internet, feito é claro, por quem não queria ou não podia assumir a sua identidade; neste mesmo caminho vieram os vírus, as invasões, as destruições, as fotos eróticas, os filmes piratas, as músicas trocadas entre usuários e os crimes, muitos crimes. Até meados dos anos 2000, com os programas de segurança ainda buscando a evolução e as polícias se atrapalhando com as novas modalidades criminais a internet era mais temida do que utilizada; qualquer família tinha pavor de ver um filho menor usando a grande rede em qualquer horário do dia; as compras virtuais ainda não movimentavam os bilhões de dólares que movimenta hoje, mas os encontros que acabavam em dissabor para uma das partes continuavam crescendo e mais uma vez, na maioria dos casos quem se dava mal eram as mulheres.
A tática era muito simples; primeiro teria que haver a vontade dupla de querer pelo menos um papinho virtual; as pessoas se debruçavam sobre um teclado de computador e abriam quantas páginas podiam para acessarem os chats; uma vez conectados nas salas de chats eles escolhiam uma, duas, às vezes dezenas de amigos (às vezes vítimas); com certa peneira imaginária estas pessoas filtravam por quesitos pessoais e quando chegavam a um ou dois nomes passavam a investir tudo para persuadi-las a encontrá-las. Os primeiros encontros sempre eram em locais públicos, mas com um bom jogo de encenação eles logo tomavam outros rumos e o sexo acabava sendo inevitável.
Mas como tudo na vida sofre severas mutações as relações entre homens e mulheres na internet não podia deixar de ser a regra; os caminhos que aproximavam os homens criminosos as camas e carteiras das mulheres ingênuas passaram a não ser mais infinitos; estes caminhos foram encurtando e a mulherada passou a assumir todo seu charme e sua sensualidade para poderem dar o troco em uma moeda amarga; este pelo visto é o final daquele caminho utilizado até recentemente.
Como no mundo criminal não só os homens dominam uma determinada tarefa, as mulheres passaram a perceber que era muito mais fácil elas atraírem os homens sedentos por sexo fácil a uma esparrela do que o contrário; é muito mais fácil um homem ver uma mulher se sutiã e babar do que uma mulher ver um homem de cueca e partir para o desespero e é assim que tudo está acontecendo neste mais novo ato dos bastidores do crime.
As criminosas só precisam estar munidas de um notebook razoável com webcam (R$ 1.000,00), conexão em banda larga para não correr o risco de falhar no meio da missão (R$ 45,00/mês) e muita imaginação delituosa; estas são as armas primárias de quem deseja fazer um dinheirinho extra com suas vítimas. Depois elas conseguem algum tipo de remetido relaxante do tipo sonífero e ponto final. A modalidade criada pelas “gatas do crime”, como já estão sendo conhecidas nos Estados Unidos é uma versão da nossa “boa noite Cinderela”, que na verdade poderia ser conhecida aqui no Brasil por “bons sonhos otário”. Se a gata não for tão gata assim, com certeza ela conseguirá uma cúmplice que seguirá o casal romântico até o motel escolhido para a aplicação do golpe.
Elas acessam a internet e escolhem chats populares para entrarem nas salas setoriais, tipo as salas abertas por cidade; uma vez nestas salas, fazem o que eles faziam no passado; investigam, batem papo e escolhem a vítima. Ninguém sabe ao certo quais são os critérios desta escolha, mas uma criminosa presa no Rio de Janeiro esta semana, em entrevista a um jornal fluminense, ela afirmou que era fácil demais; quando perguntado a gata de 21 anos, loira, seios fartos e um corpinho de matar o velho, ainda na carceragem a moça disse que marcou com dois homens naquela noite, os dois eram casados e nem podiam dar queixa; ela ainda disse que quando eles a viram (em momentos diferentes) caíram de quatro e praticamente puseram na “cara” que já estavam apaixonados; depois disso foi só levá-los a um motel, dar sonífero com vodka e limpá-los até a alma. Uma cúmplice devidamente acompanhada já os aguardava em outro apartamento e a golpista só precisava sair na mala do outro veículo com os comparsas para que o caso ficasse devidamente esquecido.
A maioria das vítimas de Martha Garbellinni, golpista presa no Rio, era deixada despida e ela ainda tirava várias fotos da pessoa em posições no mínimo desconfortáveis; a moça ainda deixava um bilhete informando que caso houvesse denúncia ela mesma publicaria na internet todas as fotos e ainda as encaminhavam para amigos e para a esposa do “otário” (palavras dela própria). Quando o sujeito acordava, se via sem roupas, com o bilhete bombástico e sem os cartões de crédito, celular, dinheiro e todos os outros documentos; alguns tiveram até os aparelhos de CD furtados de seus veículos.
Martha afirmou que chegava a ganhar R$ 1.500,00 por noite de crime e vivia naturalmente numa quitinete no Leblon com outra amiga e sócia dos golpes; o apartamento no Leblon era uma fachada para ninguém levantar suspeita; ela sabia falar bem, é bonita, sexy e provocativa, enfim, conseguia facilmente enganar todo tipo de homem, mas os que ela mais queria para ser sua vítima eram os casados; segundo a carioca sádica e ladra os homens casados são mais generosos e não a denunciava para a polícia.
Praticar a justiça é tão simples quanto praticar o crime, basta que haja o interesse real de alguém, sobretudo alguém envolvida, que facilmente a justiça chega e serve de alerta para outras vítimas. Martha não contava com um homem casado destemido que resolveu dar fim a questão criminosa envolvendo a loira sexy e suas noites de prazer macabro. Sem querer se identificar aos repórteres cariocas o homem disse que havia rompido com sua esposa há alguns dias, mas manteve sua aliança no dedo e afirmou no chat com Martha que era casado apenas para dar um ar mais misterioso. Quando ele a convidou para sair e beber um chope e ela aceitou, a vítima achou estranho, mas suas suspeitas caíram por terra quando a moça apareceu na webcam; segundo ele, não parecia que ela era uma ladra; ela tinha ares angelicais e não se exibia diretamente para a câmara.
Na noite de orgia num motel da Barra da Tijuca onde ocorreu o crime, o sujeito roubado confessou também que malmente quando conseguiu seu objetivo final se viu tonto e perdendo os sentidos e quando acordou pela manhã viu que tinha sido roubado. Com fortes dores de cabeça, ligou para o irmão que é juiz e começava ali o desfecho da história. Bastou alguém de “costas largas” para em dois dias a polícia colocar as mãos na loira devassa e mais um crime da “boa noite otário” ser descoberto; penas que eles jamais deixarão de existir.
Ainda haverá homens e mulheres que acreditarão nos duendes, fadas e nas histórias da carochinha que surgem na internet; mulheres mal amadas e acreditando ter conhecido o príncipe encantado também serão levadas a participar como vítima dos mais variados golpes, estupros e agressões físicas praticadas por homens sem escrúpulos que vêem na comunicação virtual uma boa oportunidade de enriquecimento ilícito; infelizmente também a maioria destas vítimas femininas são mulheres acima dos 40 anos e que se afirmam “esquecidas”.
Do outro lado da esfera, os homens serão as maiores vítimas deste tipo de golpe moderníssimo, isso porque os homens são mesmo os mais tolos; basta que qualquer pessoa se identifique como mulher numa sala de chat que os homens enlouquecem; se estas pessoas somente disserem que estão nuas enfrente a uma webcam, neste caso eles fazem qualquer coisa para serem seus amantes, mesmo que seja mentira.
Pesquisando na internet eu achei mulheres que já descobriu outro meio de ganhar dinheiro com sua nudez; elas inventaram um modo simples de tirar a grana dos homens idiotas e das mulheres com gostos lésbicos. Elas fazem uma propaganda simples na rede afirmando que farão strip-tease diante de uma câmara mediante pagamento antecipado em conta corrente de R$ 50,00 por um show particular virtual de 30 minutos. Uma dona de casa, casada e mãe de três filhos afirmou numa entrevista a uma rede de televisão que chega a ganhar R$ 500,00 por dia de trabalho sem que seus filhos e marido saibam ou sequer suspeitem de sua atividade.
A dona de casa que diz ser uma senhora comum de Curitiba, também loira, corpo perfeito e com 32 anos utiliza o horário da escola dos filhos e a ausência do marido para trabalhar no mundo misterioso do sexo virtual. Segundo a atriz a operação é mais simples do que se imagina; o pretendente fala via webcam com ela ainda vestida e mascarada; depois de negociado o preço ele precisa depositar o valor acertado na sua conta-corrente, ela verifica e marcam um horário para que ela faça a dança erótica para seu namorado virtual.
Não é demais citar que o primeiro caso trata-se de furto qualificado, formação de quadrilha e manipulação ilícita de substâncias controladas, pelo menos no que eu pude colher pelos artigos que li; já no segundo caso, o da moça casada que faz strip-tease, não enxergo nenhum ilícito penal no caso. Em ambos os casos os homens se deixam enganar pela fantasia de terem alguém diferente ao seu lado e é isso que os fazem cair em mais armadilhas, levando muitas vezes a ruína de seus lares e abandono de suas famílias.
Ninguém mais pára para paquerar, ninguém mais quer namorar ou viver uma noite romântica com um bom vinho e meias luzes num ambiente aconchegante; flores já não existem mais; homens e mulheres preferem o sexo virtual a tentarem conhecer alguém convencional na escola, no trabalho ou no bairro e a internet não pode ser culpada de tudo isso; culpados são os que transformam este magnífico meio de comunicação em uma catástrofe moderna, que muitas vezes, ao invés de informar, desencadeia uma série de ódios, cóleras e crimes.
Não há conselhos formais para evitar tais distúrbios; o que precisamos é apenas voltar a aprender que temos que nos relacionar de todas as formas, mas que devemos evitar as esmolas, principalmente as grandes esmolas. No meu tempo de criança, quando sequer imaginava que um dia existiria algo similar a internet, meu pai dizia que “laranja madura na beira da estrada, ou é roubada, ou tá podre ou tem bicho”.
Eu conheci algumas pessoas pela internet quando era solteiro; tive a oportunidade de conhecer pessoas magníficas e até fui aos Estados Unidos da América para conhecer alguém muito especial, mas nunca tive o desprazer de ser enganado; muito menos a mácula em minha honra de enganar; talvez seja por isso que as poucas pessoas que conheci são minhas amigas até hoje.
Como se diz com a propaganda de bebidas: use com moderação!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br
Os sites de relacionamentos estão cheios de pessoas que buscam a diversão efêmera e por mais que haja alerta das autoridades, elas continuam caindo em golpes simples, às vezes infantis; geralmente são atraídas por uma situação inusitada e quando conseguem perceber ou acordar, já se encontram em total desespero.
Não faz muito tempo que tudo isso surgiu; no final dos anos 90, quando a internet passou a tomar ares de popularidade no mundo e os computadores foram barateando cada vez mais, era comum saber-se de casos verídicos de novos casais que foram formados através de programas já esquecidos como o scrip Mirc, uma espécie de MSN jurássico que se tornou febre entre os adeptos daquela internet antiga. Naquele tempo o homem era o caçador, eram os homens que na maioria das vezes convidavam e persuadiam as mulheres a encontrá-los e a namorá-los.
As pessoas entravam na internet e como ainda não havia as câmeras que hoje são conhecidas por webcam ou até mesmos os fracos recursos de envio de fotografias, eles logo assumiam uma identidade secreta; se vestiam de galãs lindos e ricos, cheios de boas intenções e as moças recém conhecedoras da novidade, na maioria das vezes caiam no alçapão. Os encontros geralmente terminavam em algum tipo de contato íntimo, muitas vezes terminavam num motel e em muitos casos havia agressão física e até assaltos.
Com o breve passar do tempo o computador ficou ainda mais barato, já não havia mais a necessidade de provedor de internet, surgiram às webcams, as fotos se tornaram banais e a velha lábia do galã lindo e rico que queria casar começou a sucumbir. A mulherada ficou esperta e quando entravam numa sala de chat, logo conseguiam identificar quem estava ali para brincar e quem estava para um papo normal, ainda assim, algumas falham e continuam caindo nas armadilhas masculinas.
Muito embora ela tenha sido concebida com o objetivo principal de informar e de trocar experiências em tempo real com pessoas de múltiplos países a internet tomou logo um rumo jamais programado, o rumo sexual e criminal; passou a ser o desígnio de pedófilos, ladrões, aproveitadores e mascarados anônimos que buscam a realização de fantasias sexuais longe da verdade, os famosos “enrustidos”.
De informação para pano de fundo, foi este o trajeto percorrido rapidamente pela internet, feito é claro, por quem não queria ou não podia assumir a sua identidade; neste mesmo caminho vieram os vírus, as invasões, as destruições, as fotos eróticas, os filmes piratas, as músicas trocadas entre usuários e os crimes, muitos crimes. Até meados dos anos 2000, com os programas de segurança ainda buscando a evolução e as polícias se atrapalhando com as novas modalidades criminais a internet era mais temida do que utilizada; qualquer família tinha pavor de ver um filho menor usando a grande rede em qualquer horário do dia; as compras virtuais ainda não movimentavam os bilhões de dólares que movimenta hoje, mas os encontros que acabavam em dissabor para uma das partes continuavam crescendo e mais uma vez, na maioria dos casos quem se dava mal eram as mulheres.
A tática era muito simples; primeiro teria que haver a vontade dupla de querer pelo menos um papinho virtual; as pessoas se debruçavam sobre um teclado de computador e abriam quantas páginas podiam para acessarem os chats; uma vez conectados nas salas de chats eles escolhiam uma, duas, às vezes dezenas de amigos (às vezes vítimas); com certa peneira imaginária estas pessoas filtravam por quesitos pessoais e quando chegavam a um ou dois nomes passavam a investir tudo para persuadi-las a encontrá-las. Os primeiros encontros sempre eram em locais públicos, mas com um bom jogo de encenação eles logo tomavam outros rumos e o sexo acabava sendo inevitável.
Mas como tudo na vida sofre severas mutações as relações entre homens e mulheres na internet não podia deixar de ser a regra; os caminhos que aproximavam os homens criminosos as camas e carteiras das mulheres ingênuas passaram a não ser mais infinitos; estes caminhos foram encurtando e a mulherada passou a assumir todo seu charme e sua sensualidade para poderem dar o troco em uma moeda amarga; este pelo visto é o final daquele caminho utilizado até recentemente.
Como no mundo criminal não só os homens dominam uma determinada tarefa, as mulheres passaram a perceber que era muito mais fácil elas atraírem os homens sedentos por sexo fácil a uma esparrela do que o contrário; é muito mais fácil um homem ver uma mulher se sutiã e babar do que uma mulher ver um homem de cueca e partir para o desespero e é assim que tudo está acontecendo neste mais novo ato dos bastidores do crime.
As criminosas só precisam estar munidas de um notebook razoável com webcam (R$ 1.000,00), conexão em banda larga para não correr o risco de falhar no meio da missão (R$ 45,00/mês) e muita imaginação delituosa; estas são as armas primárias de quem deseja fazer um dinheirinho extra com suas vítimas. Depois elas conseguem algum tipo de remetido relaxante do tipo sonífero e ponto final. A modalidade criada pelas “gatas do crime”, como já estão sendo conhecidas nos Estados Unidos é uma versão da nossa “boa noite Cinderela”, que na verdade poderia ser conhecida aqui no Brasil por “bons sonhos otário”. Se a gata não for tão gata assim, com certeza ela conseguirá uma cúmplice que seguirá o casal romântico até o motel escolhido para a aplicação do golpe.
Elas acessam a internet e escolhem chats populares para entrarem nas salas setoriais, tipo as salas abertas por cidade; uma vez nestas salas, fazem o que eles faziam no passado; investigam, batem papo e escolhem a vítima. Ninguém sabe ao certo quais são os critérios desta escolha, mas uma criminosa presa no Rio de Janeiro esta semana, em entrevista a um jornal fluminense, ela afirmou que era fácil demais; quando perguntado a gata de 21 anos, loira, seios fartos e um corpinho de matar o velho, ainda na carceragem a moça disse que marcou com dois homens naquela noite, os dois eram casados e nem podiam dar queixa; ela ainda disse que quando eles a viram (em momentos diferentes) caíram de quatro e praticamente puseram na “cara” que já estavam apaixonados; depois disso foi só levá-los a um motel, dar sonífero com vodka e limpá-los até a alma. Uma cúmplice devidamente acompanhada já os aguardava em outro apartamento e a golpista só precisava sair na mala do outro veículo com os comparsas para que o caso ficasse devidamente esquecido.
A maioria das vítimas de Martha Garbellinni, golpista presa no Rio, era deixada despida e ela ainda tirava várias fotos da pessoa em posições no mínimo desconfortáveis; a moça ainda deixava um bilhete informando que caso houvesse denúncia ela mesma publicaria na internet todas as fotos e ainda as encaminhavam para amigos e para a esposa do “otário” (palavras dela própria). Quando o sujeito acordava, se via sem roupas, com o bilhete bombástico e sem os cartões de crédito, celular, dinheiro e todos os outros documentos; alguns tiveram até os aparelhos de CD furtados de seus veículos.
Martha afirmou que chegava a ganhar R$ 1.500,00 por noite de crime e vivia naturalmente numa quitinete no Leblon com outra amiga e sócia dos golpes; o apartamento no Leblon era uma fachada para ninguém levantar suspeita; ela sabia falar bem, é bonita, sexy e provocativa, enfim, conseguia facilmente enganar todo tipo de homem, mas os que ela mais queria para ser sua vítima eram os casados; segundo a carioca sádica e ladra os homens casados são mais generosos e não a denunciava para a polícia.
Praticar a justiça é tão simples quanto praticar o crime, basta que haja o interesse real de alguém, sobretudo alguém envolvida, que facilmente a justiça chega e serve de alerta para outras vítimas. Martha não contava com um homem casado destemido que resolveu dar fim a questão criminosa envolvendo a loira sexy e suas noites de prazer macabro. Sem querer se identificar aos repórteres cariocas o homem disse que havia rompido com sua esposa há alguns dias, mas manteve sua aliança no dedo e afirmou no chat com Martha que era casado apenas para dar um ar mais misterioso. Quando ele a convidou para sair e beber um chope e ela aceitou, a vítima achou estranho, mas suas suspeitas caíram por terra quando a moça apareceu na webcam; segundo ele, não parecia que ela era uma ladra; ela tinha ares angelicais e não se exibia diretamente para a câmara.
Na noite de orgia num motel da Barra da Tijuca onde ocorreu o crime, o sujeito roubado confessou também que malmente quando conseguiu seu objetivo final se viu tonto e perdendo os sentidos e quando acordou pela manhã viu que tinha sido roubado. Com fortes dores de cabeça, ligou para o irmão que é juiz e começava ali o desfecho da história. Bastou alguém de “costas largas” para em dois dias a polícia colocar as mãos na loira devassa e mais um crime da “boa noite otário” ser descoberto; penas que eles jamais deixarão de existir.
Ainda haverá homens e mulheres que acreditarão nos duendes, fadas e nas histórias da carochinha que surgem na internet; mulheres mal amadas e acreditando ter conhecido o príncipe encantado também serão levadas a participar como vítima dos mais variados golpes, estupros e agressões físicas praticadas por homens sem escrúpulos que vêem na comunicação virtual uma boa oportunidade de enriquecimento ilícito; infelizmente também a maioria destas vítimas femininas são mulheres acima dos 40 anos e que se afirmam “esquecidas”.
Do outro lado da esfera, os homens serão as maiores vítimas deste tipo de golpe moderníssimo, isso porque os homens são mesmo os mais tolos; basta que qualquer pessoa se identifique como mulher numa sala de chat que os homens enlouquecem; se estas pessoas somente disserem que estão nuas enfrente a uma webcam, neste caso eles fazem qualquer coisa para serem seus amantes, mesmo que seja mentira.
Pesquisando na internet eu achei mulheres que já descobriu outro meio de ganhar dinheiro com sua nudez; elas inventaram um modo simples de tirar a grana dos homens idiotas e das mulheres com gostos lésbicos. Elas fazem uma propaganda simples na rede afirmando que farão strip-tease diante de uma câmara mediante pagamento antecipado em conta corrente de R$ 50,00 por um show particular virtual de 30 minutos. Uma dona de casa, casada e mãe de três filhos afirmou numa entrevista a uma rede de televisão que chega a ganhar R$ 500,00 por dia de trabalho sem que seus filhos e marido saibam ou sequer suspeitem de sua atividade.
A dona de casa que diz ser uma senhora comum de Curitiba, também loira, corpo perfeito e com 32 anos utiliza o horário da escola dos filhos e a ausência do marido para trabalhar no mundo misterioso do sexo virtual. Segundo a atriz a operação é mais simples do que se imagina; o pretendente fala via webcam com ela ainda vestida e mascarada; depois de negociado o preço ele precisa depositar o valor acertado na sua conta-corrente, ela verifica e marcam um horário para que ela faça a dança erótica para seu namorado virtual.
Não é demais citar que o primeiro caso trata-se de furto qualificado, formação de quadrilha e manipulação ilícita de substâncias controladas, pelo menos no que eu pude colher pelos artigos que li; já no segundo caso, o da moça casada que faz strip-tease, não enxergo nenhum ilícito penal no caso. Em ambos os casos os homens se deixam enganar pela fantasia de terem alguém diferente ao seu lado e é isso que os fazem cair em mais armadilhas, levando muitas vezes a ruína de seus lares e abandono de suas famílias.
Ninguém mais pára para paquerar, ninguém mais quer namorar ou viver uma noite romântica com um bom vinho e meias luzes num ambiente aconchegante; flores já não existem mais; homens e mulheres preferem o sexo virtual a tentarem conhecer alguém convencional na escola, no trabalho ou no bairro e a internet não pode ser culpada de tudo isso; culpados são os que transformam este magnífico meio de comunicação em uma catástrofe moderna, que muitas vezes, ao invés de informar, desencadeia uma série de ódios, cóleras e crimes.
Não há conselhos formais para evitar tais distúrbios; o que precisamos é apenas voltar a aprender que temos que nos relacionar de todas as formas, mas que devemos evitar as esmolas, principalmente as grandes esmolas. No meu tempo de criança, quando sequer imaginava que um dia existiria algo similar a internet, meu pai dizia que “laranja madura na beira da estrada, ou é roubada, ou tá podre ou tem bicho”.
Eu conheci algumas pessoas pela internet quando era solteiro; tive a oportunidade de conhecer pessoas magníficas e até fui aos Estados Unidos da América para conhecer alguém muito especial, mas nunca tive o desprazer de ser enganado; muito menos a mácula em minha honra de enganar; talvez seja por isso que as poucas pessoas que conheci são minhas amigas até hoje.
Como se diz com a propaganda de bebidas: use com moderação!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
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