O JOVEM QUE BUSCAVA OS DONS DE DEUS.
Havia, no Monte Carmelo, uma gruta na qual se refugiava um homem de Deus dotado de muitos dons; homem iluminado pela graça divina e cheio dos dons do Espírito Santo, incansável nas práticas ascéticas, revestido de virtudes celestiais e estimado por todos. A quem lhe procurava estendia os favores divinos da oração, do conselho, da sabedoria e da ciência do Senhor, para que, vivendo a fé, permanecessem os fiéis nos caminhos da verdadeira salvação.
Havia também, naquela região, um jovem que decidira pôr em prática os santos mandamentos das Leis de Deus e, com firmeza de alma, seguir este propósito. Ouvindo falar da sabedoria do Padre do deserto, pôs-se a caminho para pedir-lhe conselhos. Ao Chegar á gruta, o jovem ouviu admirado as sábias palavras do santo ermitão e contou-lhe sua história e o desejo de seu coração de receber os dons de Deus para dedicar-se, como ele, à salvação dos homens.
Pediu ao ancião que orasse suplicando a Deus para atender o seu desejo. E assim foi feito. Agora o jovem, cheio da graça divina, ficava de prontidão diante da gruta, recepcionando os peregrinos que dali se aproximavam a fim de suplicar socorro divino para as suas necessidade. Deus concedeu-lhe o dom da ciência de forma que podia enxergar o estado da alma de cada peregrino que por ali passava pedindo auxílio ou a intercessão do homem santo.
Estando ele em profunda meditação, aproximou-se certo homem pedindo para falar com o santo ermitão e o jovem, olhando o estado da alma daquele homem, começou a repreendê-lo dizendo: “vede em que estado encontra-se tua alma, és perverso, mal feitor, assassino e ainda queres aproximar-te do santo homem com tuas maldades?”. Ao ouvir tal repreensão, o homem que vinha como penitente, afastou-se profundamente consternado perdendo toda esperança de salvação.
Vendo pela graça de Deus o que havia acontecido, o ancião repreendeu o jovem dizendo: “realmente tens o dom de Deus, mas ages como insensato, pois aquele homem que acabas de afastar do caminho da salvação, arrependeu-se de seus pecados e estava aqui como penitente para confessá-los e receber a absolvição e uma vida nova”. O jovem, então caiu de joelhos a seus pés pedindo-lhe para que orasse por ele suplicando a Deus que lhe tirasse o dom de enxergar o estado da alma dos homens, pois acabara de perder uma alma arrependida pelo mau uso que fez do dom.
O ancião o abençoou e disse: “filho, envio-te para o meio dos homens a fim de que, trabalhando para o bem de todos, uses as graças divinas com o mesmo propósito que o faço, pois ‘os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis’. (Rom 11,29). E acrescentou: “ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos! Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi seu conselheiro? Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído? Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém!”(Rom 11,33-36).
Vitalizado por tão bela exortação, o jovem aprendiz despediu-se de seu pai espiritual para se dedicar à nova missão. Partindo dali viajou por terras distantes e por onde passava os milagres e prodígios se repetiam e muitos eram os agraciados com a conversão e a salutar alegria do Espírito Santo.
Certa vez, passando por um povoado, pernoitou numa hospedaria que havia na beira da estada e lá estando pediu um quarto que ficasse nos fundos, pois queria dedicar-se à contemplação. Por graça de Deus pode ver o estado da alma do dono daquele estabelecimento e viu também que aqueles pecados o levariam à condenação. Mais que depressa o jovem peregrino pôs-se em oração e pediu a Deus pelo arrependimento e conversão daquele homem entregue ao infortúnio do pecado e da morte, ao que foi atendido, pois pouco tempo depois o hospedeiro converteu-se, tornando um homem de ilibada conduta e de muitos préstimos ao seu povoado.
Admirados com as graças que advinham das orações do jovem peregrino, perguntaram-lhe por que o Senhor era tão solícito à sua intercessão, ao que o jovem respondeu: “caros irmãos e irmãs, quando por graça de Deus vejo o mórbido estado de uma alma, dedico-me à sua salvação amarrando minha alma a ela, que se encontra perdida, e me apresento diante do Senhor de toda vida com jejuns, orações e súplicas até que o estado de graça seja restabelecido e aquela alma torne-se plena diante do Senhor Deus todo-poderoso que nos enviou o seu Filho para que tenhamos vida e vida sem fim.
Por isso lhe digo: “ó glorioso Deus altíssimo, iluminai as trevas do meu coração, concedei-me uma fé verdadeira, uma esperança firme e um amor perfeito; dai-me Senhor o reto sentir e conhecer a fim de que eu possa cumprir o sagrado encargo que na verdade acabais de me dar-me. Amém’.”
Paz e Bem!
Havia, no Monte Carmelo, uma gruta na qual se refugiava um homem de Deus dotado de muitos dons; homem iluminado pela graça divina e cheio dos dons do Espírito Santo, incansável nas práticas ascéticas, revestido de virtudes celestiais e estimado por todos. A quem lhe procurava estendia os favores divinos da oração, do conselho, da sabedoria e da ciência do Senhor, para que, vivendo a fé, permanecessem os fiéis nos caminhos da verdadeira salvação.
Havia também, naquela região, um jovem que decidira pôr em prática os santos mandamentos das Leis de Deus e, com firmeza de alma, seguir este propósito. Ouvindo falar da sabedoria do Padre do deserto, pôs-se a caminho para pedir-lhe conselhos. Ao Chegar á gruta, o jovem ouviu admirado as sábias palavras do santo ermitão e contou-lhe sua história e o desejo de seu coração de receber os dons de Deus para dedicar-se, como ele, à salvação dos homens.
Pediu ao ancião que orasse suplicando a Deus para atender o seu desejo. E assim foi feito. Agora o jovem, cheio da graça divina, ficava de prontidão diante da gruta, recepcionando os peregrinos que dali se aproximavam a fim de suplicar socorro divino para as suas necessidade. Deus concedeu-lhe o dom da ciência de forma que podia enxergar o estado da alma de cada peregrino que por ali passava pedindo auxílio ou a intercessão do homem santo.
Estando ele em profunda meditação, aproximou-se certo homem pedindo para falar com o santo ermitão e o jovem, olhando o estado da alma daquele homem, começou a repreendê-lo dizendo: “vede em que estado encontra-se tua alma, és perverso, mal feitor, assassino e ainda queres aproximar-te do santo homem com tuas maldades?”. Ao ouvir tal repreensão, o homem que vinha como penitente, afastou-se profundamente consternado perdendo toda esperança de salvação.
Vendo pela graça de Deus o que havia acontecido, o ancião repreendeu o jovem dizendo: “realmente tens o dom de Deus, mas ages como insensato, pois aquele homem que acabas de afastar do caminho da salvação, arrependeu-se de seus pecados e estava aqui como penitente para confessá-los e receber a absolvição e uma vida nova”. O jovem, então caiu de joelhos a seus pés pedindo-lhe para que orasse por ele suplicando a Deus que lhe tirasse o dom de enxergar o estado da alma dos homens, pois acabara de perder uma alma arrependida pelo mau uso que fez do dom.
O ancião o abençoou e disse: “filho, envio-te para o meio dos homens a fim de que, trabalhando para o bem de todos, uses as graças divinas com o mesmo propósito que o faço, pois ‘os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis’. (Rom 11,29). E acrescentou: “ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos! Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi seu conselheiro? Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído? Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém!”(Rom 11,33-36).
Vitalizado por tão bela exortação, o jovem aprendiz despediu-se de seu pai espiritual para se dedicar à nova missão. Partindo dali viajou por terras distantes e por onde passava os milagres e prodígios se repetiam e muitos eram os agraciados com a conversão e a salutar alegria do Espírito Santo.
Certa vez, passando por um povoado, pernoitou numa hospedaria que havia na beira da estada e lá estando pediu um quarto que ficasse nos fundos, pois queria dedicar-se à contemplação. Por graça de Deus pode ver o estado da alma do dono daquele estabelecimento e viu também que aqueles pecados o levariam à condenação. Mais que depressa o jovem peregrino pôs-se em oração e pediu a Deus pelo arrependimento e conversão daquele homem entregue ao infortúnio do pecado e da morte, ao que foi atendido, pois pouco tempo depois o hospedeiro converteu-se, tornando um homem de ilibada conduta e de muitos préstimos ao seu povoado.
Admirados com as graças que advinham das orações do jovem peregrino, perguntaram-lhe por que o Senhor era tão solícito à sua intercessão, ao que o jovem respondeu: “caros irmãos e irmãs, quando por graça de Deus vejo o mórbido estado de uma alma, dedico-me à sua salvação amarrando minha alma a ela, que se encontra perdida, e me apresento diante do Senhor de toda vida com jejuns, orações e súplicas até que o estado de graça seja restabelecido e aquela alma torne-se plena diante do Senhor Deus todo-poderoso que nos enviou o seu Filho para que tenhamos vida e vida sem fim.
Por isso lhe digo: “ó glorioso Deus altíssimo, iluminai as trevas do meu coração, concedei-me uma fé verdadeira, uma esperança firme e um amor perfeito; dai-me Senhor o reto sentir e conhecer a fim de que eu possa cumprir o sagrado encargo que na verdade acabais de me dar-me. Amém’.”
Paz e Bem!