O Aiatolá do lado de cá

Enquanto isso, na Pérsia, os iranianos, subjugados pelo poder dos Aiatolás, mas insatisfeitos com o resultados das eleições para presidente- cujos números, como tudo indica, foram manipulados pelo vencedor, o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad-, vão às ruas daquele país protestar. Censura, prisões, mortes, nessa ordem ou não, ocorrem em Teerã. Em todo o mundo, os iranianos realizam protestos e manifestações de apoio ao candidato derrotado, Mirhossein Mousavi, seguros que estão dos ataques violentos das milícias islâmicas, que, em terras persas, atacam violentamente os opositores de Ahmadinejad e de Ali Khamenei, o líder supremo que ratificou o resultado das urnas.

Enquanto isso, no Brasil, o Aiatolá do Maranhão continua inabalável no poder, entra quatro anos e sai quatro anos, eleições diretas e indiretas, Ditaduras e coronéis. E temos que ouvir a sua ladainha de sempre: eu tenho história. Não bastasse isso, o nosso presidente, temendo a perda do apoio do Partido Maria-vai-com-as-outras Do Brasil, dá a sua contribuição: “ele não é uma pessoa comum”. Onde estão os cara pintadas? onde estão os editoriais? cadê a oposição, que não convoca uma manifestação pública de agravo?

Não haveria censura nem morte nem prisões: o que há é um povo que se acomoda com esmolas e carnaval, o "panis et circenses" do Império que reina deste lado do Equador. Estaria errada a famosa frase atribuída a De Gaulle? É certo que não.

“Enquanto isso, na enfermaria, todos os doentes estão cantando sucessos populares”. E viva a democracia brasileira!

post scriptum: maria-vai-com-as-outras com hífen mesmo, por convicção própria.