Toda Liberdade é um Crime
Toda liberdade é um crime. Ela é de tal modo considerada como um tipo de crime, embora a Lei e o Governo digam que não, que se eu disser algo para alguém de uma forma que seja interpretada por este mesmo indivíduo, como uma espécie de insulto contra a sua moral, sua crenças, sua vida pessoal;, quer eu resolva pegar algo que não é meu(contudo para minha liberdade tudo o que quero é meu), se eu resolver utilizar minha liberdade para invadir uma casa qualquer, ou quem sabe para pichar um muro, para matar alguém, todas essas coisas(e outras infinidades de ações) mencionadas são logo estigmatizadas como sendo um “ato vil, imoral, ilícito, ilegal”, e dessa forma se eu fizer algo que contrarie o que é sancionado como “isso é legal, aquilo outro é ilegal), serei punido pela Lei e pela sociedade que clama por justiça(na verdade quando alguém clama por justiça, essa pessoa grita por vingança, que se faça vingança contra algo que o tenha lesionado), serei punido severamente por usar da minha liberdade que a Existência e a Natureza me concederam, e concedem a todo e qualquer indivíduo.
A liberdade é de tal ponto visto como um crime, que se eu exercê-la como ela realmente o é, minha liberdade é bloqueada, barrada, limitada quando ela atinge uma outra pessoa, ou um órgão social, governamental ou religioso. Todas as constituições e religiões promulgam uma lista imensa de coisas que de modo algum podem ser realizadas, cometidas, feitas, caso o contrário o individuo é logo punido por sua liberdade que pertence tão somente a ele e a mais ninguém; liberdade esta que também o outro possui, mas a grande maioria prefere ceder quase toda a sua plena liberdade para o estado, para o governo e as leis constitucionais, religiosas e moralistas... A minha liberdade foi concedida para mim pela Vida e pela natureza, e portanto tudo me é permitido, se assim eu o quiser.
E estes legisladores da verdade, do certo e do errado promulgados, esses mesmos legisladores utilizam hipocritamente eufemismos, e nos dizem que somos livres, que temos “direitos legais”. Mas na verdade eu não tenho direitos legais; for-me concedidos certos “direitos” é mais um grilhão onde eles me aprisionam para cumprir os “meus deveres de cidadão democrático” e obrigações constituídas por eles a fim de que dessa forma eu possa ter acesso a usufruir desses “meus direitos legalizados”. Eu ter direitos só atesta o julgo da escravidão que me acorrenta com correntes e cadeados invisíveis e verbais a minha plena liberdade.
Como bem disse o poeta e grande pensador Goeth: “O homem mais escravo do mundo é aquele que se julga ser livre”. Goeth está completamente certo. Nossa liberdade é apenas uma fábula contada por milhares de mentirosos gananciosos para que acreditemos neles, e para que possamos dormir com a consciência tranqüila e calma. O filósofo Max Stirner em sua obra grandiosa O único e sua propriedade discorre sobre esta questão de forma bem direta ao afirmar que “Eu, porém, autorizo-me a mim próprio a matar se não proibir a mim mesmo o próprio homicídio”. Sou eu próprio quem outorga o direito de querer ou não roubar, ou de mentir, ou de matar, não importa que escolha ou atitude seja, eu sou o meu próprio juiz de minha existência, e não a merda de uma Bíblia, ou de um Alcorão, ou de uma Constituição, os quais promulgam e sancionam o que devermos fazer e ser; quando estes tais promulgadores e legisladores são na grande maioria uma corja corrupta, um enxame de mentirosos e escravos do Poder e do dinheiro. Devemos nós respeitar tais ordens feitas por estes tais que na realidade não estão nem aí para o seu povo? Sou eu quem decide o certo e o errado, sou eu quem promulga e sanciona o que desejo e quero, e mais ninguém pode fazer e tentar viver a minha liberdade que é só minha. Nisso sim está a plenitude da minha liberdade, infelizmente controlada a ferro, fogo e a proibições interesseiras.
O governo e as religiões, e as grandes corporações empresariais concedem certos direitos e benefícios a fim de que continuemos algemados a tudo o que eles sancionam as suas ordens de ditadores camufladas. O escritor Francês e filósofo Sartre disse que “o homem está condenado a ser livre”. É uma bela frase, mas empiricamente e concretamente ela não funciona como deveria funcionar. Tal afirmação de Sartre é um equívoco, é uma mentira, pois a liberdade de cada um é comercializável, é barganhável, é no fundo mesmo proibida. E por quê? Porque para eles a verdadeira liberdade do ser humano, se for assumida como deveria ser, e pode ser, é um perigo para eles, para quem tem o poder, para os grandes chefões de qualquer coisa, pois isso poderia comprometer toda a autoridade e poder das Constituições e das religiões.
E os políticos, e os grandes empresários, e as igrejas poderiam perder seu rebanho trancafiado em cercas de arames, pois na realidade somos prisioneiros hipoteticamente livres sem que queiramos admitir ou confessar lucidamente. As piores cadeias e penitenciárias são estas onde caminhamos, dormimos, trabalhamos, nos divertimos; penitenciárias de paredes e tetos e celas invisíveis ao olhar míope do ser humano.
A religião e a Leis Federativas castram a nossa verdadeira liberdade. Tudo se torna num maldito acordo onde quem mais perde em todos os termos somos nós. Eles nos concedem o tal do livre-arbítrio para que continuemos sendo seus preferidos fantoches, seus escravos robotizados; nós, libertos e livres por eles a fim de nos escravizar, é isso que fazem. Alguém poderia pensar diante deste texto que se assumíssemos nossa liberdade plena e intransferível, o mundo se tornaria mais caótico, mais desorganizado, mais desequilibrado do que já é. Não é isso o que estou tentando lhes dizer. O que estou tentando despertar em vocês é que cada um de nós deve ser o seu próprio legislador e juiz sobre sua própria liberdade, e não entregá-la numa bandeja qualquer, quase por completo, a plenitude de nossa liberdade para aqueles miseráveis que só querem nos tornar em suas marionetes de carne para seus planos mendazes e gananciosos.
A liberdade é um crime, analisando do ponto de vista social, porque o ser que exerce seu arbítrio pensa primeiramente em si (por mais que suas intenções sejam altruístas, filantrópicas, morais, tudo de bom ou de mal que o indivíduo faz, ele o faz tencionando algo para si, buscando alguma satisfação pessoal, alguma recompensa divina, ou aplausos da sociedade, ninguém faz nada de graça para uma outra pessoa, sempre há um motivo egoísta escondido por trás de todas as ações , escolhas e atitudes), não importa, o ser pensa primeiramente em si, em seu ser, em sua própria vida, e o outro ser que se vire consigo mesmo.
E ainda me afirmam que a liberdade não é considerada um crime...
Piada sem graça...
Gilliard Alves Rodrigues
Acaraú, 19 de junho de 2.009?????