O MINISTÉRIO DO MESSIAS - Texto III

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

O MINISTÉRIO DO MESSIAS

(Texto III)

"E a ciência se multiplicará"... - Dn. 12.4.

Jesus é israelita, da tribo de Judá. Nasceu em Israel, de mãe autenticamente judia, israelita. Pregou para o Seu povo e quando a gentílica siro-fenícia lhe pede uma cura, Ele lança-lhe no rosto a finalidade da missão que Ele tinha: "as ovelhas perdidas da casa de Israel". Os Seus doze originais aprendizes (apóstolos) eram todos judeus. Recomendou-lhes que não fossem pelos caminhos das gentes. Que não entrassem em casa de samaritanos (judeus mesclados aos gentios) e que pregassem sobre o reino. O Messias é o Rei dos judeus. Deu-lhes específicos mandamentos que, depois, não seriam dados aos apóstolos da Igreja - (apostolado é doutrina que explicaremos quando tratarmos do duplo apostolado de Paulo) - disse-lhes: "não leveis nem bolsas, nem alforges, nem sandálias" - Lc.10.4. Paulo, Barnabé e os demais apóstolos da Igreja, posteriormente, não viajaram ou agiram deste modo. E nós hoje (enviados) não procedemos ou nos vestimos assim.

O Ministério do Messias é especifico a Israel. Os profetas só veladamente falaram sobre o ministério dele às gentes, as demais nações que não Israel. Poucas são as citações explícitas, na Velha Aliança, sobre esse tema. A conversão de povos não israelitas mais se enquadra numa noção de proselitismo, de povos que se agregam ao judaísmo, devendo por isso, ser-lhes submissos, agregados, apenas. Não se distingue nos escritos dos profetas um povo abençoado à parte dos judeus. Ainda em nossos dias, denominações há que professam ser a Igreja (composta na sua maioria de gentios) unida a Israel para receber a salvação do Messias. Colocam, numa parábola moderna, a Igreja como sendo uma asa do avião, Jesus como sendo a outra asa, e o judaísmo como o bojo. Inverto essa analogia: Israel é uma asa, a Igreja é a outra asa (veja-se quão distante fica uma asa da outra) e Jesus é o bojo. Não é Ele que se une ao judaísmo. Sendo o bojo - analogicamente - quem se une a Ele para a salvação, são as duas asas, isto é: Israel e a Igreja. Israel é Israel; Igreja é Igreja. São dois povos distintos no plano de Deus. Duas asas. Mas o salvador é Cristo. Jesus para Israel; Jesus para a Igreja.

Durante toda a Velha Aliança o mistério esteve oculto. É necessário um Paulo; é preciso um ministro totalmente diferente dos demais onze para receber de Deus a potente revelação que é: "Cristo em vós, a esperança da glória" - "Nele, Jesus, estão escondidos todos os mistérios da sabedoria de Deus" - "Que dos dois povos fez um". - Este é o Paulo que subjetivamente conhecemos. Este, o tesouro da revelação divina a gentios, um povo que não era povo, separado, distante da Lei e dos profetas, perdido e sem Deus no mundo, mas que aprouve a Deus salva-lo pela loucura da pregação. Quão maravilhosa é a frase: "Cristo em vós, a esperança da glória" - "E porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito da glória de Deus". "Ele veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam; mas a todos que O receberam, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, a saber, os que crêem no Seu nome".

O mistério estava oculto. E não era por engano que tudo acontecia assim. Deus no Seu boulê, no Seu propósito, planejara tudo, de sorte que: "o Cordeiro de Deus foi imolado desde a fundação do mundo". Ele veio para morrer, morte expiatória, substitutiva, redentora. Entendemos que Jesus mesmo, como Homem de Nazaré, na Sua natureza humana desvestida da natureza divina - Fp. 2.5-8 - (esta é outra doutrina que devemos, em outro artigo, explanar) - não tinha em mente a prioridade da salvação aos gentios. Daí o esforçar-se diária e continuamente pela pregação do Reino ao Seu povo - os judeus. Do lado humano, o assunto da redenção - compra por preço de sangue - necessitava ser tratado por seres espirituais: Moisés e Elias, que falavam da Sua morte, a qual haveria de se cumprir em Jerusalém. Somente de certo ponto, já no final do Seu ministério, é que Ele passara a referir-se à salvação das gentes.

Só Jesus.

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O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br