O MINISTÉRIO DO MESSIAS - Texto II
PALAVRAS DE VIDA
Pr. Serafim Isidoro.
O MINISTÉRIO DO MESSIAS
(Texto II)
"E a ciência se multiplicará"... - Dn. 12.4.
Temos observado que uma das raízes básicas para um bom entendimento bíblico é a divisão das Escrituras, ditas Sagradas. Estamos acostumados aos enlatados, ao tradicional, ao corriqueiro. A divisão da Bíblia nos veio, como quase tudo a que a ela se refere, de uma época fundamental, significativa, histórica, que foi a época do Imperador Constantino. Aquela foi época da bifurcação, não só do Império Romano, mas também do cristianismo. De tal tempo chega-nos a definição de que a Bíblia, o livro de Deus (ou o livro por Deus) seja dividido em duas partes: Novo Testamento; Velho Testamento.
A começar pelos títulos, temos absorvido durante muito tempo, isto que nos impuseram. Cito textualmente minha apostila "Noções Básicas à Leitura do N. T. Grego", edição mil e novecentos e noventa e sete, página três: "Há séculos, desde a tradução feita por João Ferreira de Almeida, que se usam expressões mal colocadas quanto a realidade dos fatos, mesmo nas áreas teológica e crítico-textual, exegética, das Escrituras. É o caso das expressões: Novo Testamento; Velho Testamento. Quanto à expressão Novo Testamento, há certa aplicação plausível do termo, devida a morte de Jesus, o Cristo, que tendo morrido em lugar dos pecadores, legou com o Seu sacrifício, uma herança eterna aos que O aceitam como suficiente Salvador. Deixou-nos, pois, um novo testamento.
Porém, quanto à expressão Velho Testamento, entretanto, fica sem sentido, uma vez que não houve testamento algum, de nenhum personagem que ligasse de forma tão larga a humanidade, como foi o caso da obra redentora do Senhor Jesus. Na realidade, não houve velho testamento. Todo o problema deste assunto se origina de uma má tradução da palavra greco-koinê: DIATHÊKÊ - substantivo, genitivo, feminino, singular, traduzido trinta vezes no N. T. como ALIANÇA, e duas vezes como TESTAMENTO, Hb. 9.16-17, onde cabe realmente a idéia de morte beneficiária. Minhas publicações de livros e apostilas trazem, então, as denominações: Velha Aliança (V. A.) e Nova Aliança (N. A.)".
Entretanto, a divisão dupla das Escrituras, na realidade, está também equivocada. Não são duas, mas sim três, as suas divisões: temos 1) Velha Aliança; 2) Ministério do Messias (que é definição teológica); 3) Nova Aliança. Lá nos idos de mil e novecentos e cinquenta e três (há cinquenta e seis anos) já nossos mestres da Escola Bíblica de Lavras, M. G., nos ensinavam que dentro dos Evangelhos o ministério de Jesus era para os judeus. Ele veio para o que era Seu. A primeira parte do plano de Deus era que o povo Israel se salvasse. Israel é a esposa de Deus. Biblicamente, o povo escolhido. Jesus dissera: "Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel" - Mt. 15.24.
Os preceitos e ensinamentos do Mestre foram para os judeus: ir ao templo, dar esmolas, não jurar, vender o que tem e dar aos pobres, mostrar-se aos sacerdotes, o divórcio, o dízimo, as sinagogas - tudo no ambiente judaico. Ele não veio descumprir a Lei. Não veio demolir o judaísmo. Observou as datas festivas, comemorativas do Seu povo. Ele veio - repetimos - para o que era Seu. Deus não desamparou o Seu povo a quem há tanto tempo elegera. E não desamparará: "Ainda que Israel seja como a areia que está à praia do mar, somente o remanescente será salvo" - Rm. 9.27. A remissão de Israel está no Messias. Eles O rejeitaram, e ainda O rejeitam, mas o dia virá - Sua segunda vinda (expressão teológica) - e então dirão: "Bendito é Aquele que vem em nome do Senhor". Naquele dia, todo o Israel será salvo.
Só por Jesus.
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O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D.D., Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br