DOGMAS
DOGMAS
Dogma palavra conhecida nos meios religiosos, mas infelizmente poucas pessoas sabem o seu significado ou sua sinonímia. Poderíamos enunciar diversos significados para esta palavra que tem derivação latina - dogma, atis e do grego - dogma, atos, ‘decisão’. Também pode assumir um ponto fundamental e indiscutível duma doutrina religiosa, e, parte exteriorizada de qualquer doutrina ou sistema religioso. Na Igreja Católica Apostólica Romana, ponto de doutrina já por ela definido como expressão legítima e necessária de sua fé. Na sua acepção original grega e latina significava uma convicção, um pensamento firme e decidido. Posteriormente a palavra passou a significar verdades indiscutíveis de uma doutrina religiosa. O Dicionário Aurélio o define como “ponto fundamental e indiscutível duma doutrina religiosa e, por extensão, de qualquer sistema ou doutrina”. Já a Enciclopédia e Dicionário Internacional W. M. Jackson caracteriza-o como “artigo de crença religiosa ensinado com autoridade e dado como sendo de uma certeza absoluta”. (grifo nosso). O dogma, considerado imparcialmente, constitui desafio e castigo simultâneos. Desafio à inteligência investigativa e construtiva, para que se dilate no mundo a noção do Universo Infinito, e castigo às mentes ociosas que renunciam levianamente ao dom de pensar e decidir por si mesmas as questões sagradas do destino.
Em 325, no Concílio de Nicéia, hoje uma cidade Turca, 318 bispos reuniram-se para debater as mais diversificadas questões concernentes à Igreja, tais como o dogma da Trindade, o Credo dos Apóstolos e a expulsão do primeiro herege famoso e de peso, chamado de Ário de Alexandria. (grifo nosso). Em 1264, o Papa Urbano IV institui a festividade de “Corpus Christi” e a respectiva Oitava, fundamentando-se em uma revelação obtida pela freira Juliana de Liége (mediunidade). Com isso teve início a evolução da doutrina conhecida como “Eucaristia”. Festividade muito comemorada pelos católicos e o dia considerado feriado em todo Brasil, no dia 11 de junho. Os dogmas são conceitos humanos e normalmente atribuídos aos Papas no Vaticano. Para os hebreus, o dom de Deus era o dom do Espírito Santo, isto é, a inspiração, o amparo, o concurso de bons Espíritos, coisas que Deus concede a todo homem cujo coração o encaminha para Ele e que se mostra pronto a receber seus ensinos, seus benefícios.
O dom de Deus é a assistência, a inspiração, o amparo, o concurso dos bons Espíritos, que o homem recebe consciente ou inconscientemente e que lhe abrem ao Espírito, a inteligência e ao coração as sendas do progresso e o encaminham para a perfeição. O que chamais de inspiração, o gênio da ciência e da caridade, e que o homem, na sua ignorância e no seu orgulho, atribui exclusivamente a si mesmo, é o “dom de Deus”. Algumas religiões que discriminam a Doutrina Espírita afirmando que os espíritas ou espiritistas conversam com os mortos, respondemos para os neófitos que o “telefone” toca de lá para cá e não de “cá para lá”. Inclusive se os curiosos ao lerem em Deuteronômio 18:9-11 notarão que algumas Bíblias já trazem o nome Espiritismo como se este tivesse surgido naquele tempo. Nem se cogitava essa nomenclatura, ela surgiu em 1857 com Allan Kardec. Esquecem os críticos que na Necromancia que é um modo astucioso de fazer adivinhação pela evocação dos espíritos. No Espiritismo esta prática inexiste. Saul consulta aos mortos ao procurar a feiticeira de Endor (1 Sm 28:8). (grifo nosso).
“A Necromancia é a forma de adivinhar ou adivinhação pelo exame das linhas da palma das mãos. Quiromantes da Idade Média procuravam na Bíblia apoio para a sua arte. Apresentam versículos tais como: ‘ele sela as mãos de todo o homem, para que conheçam todos os homens a sua obra”, e:” Aumento de dias há na sua mão direita; na sua esquerda, riquezas e honra” (Jô 37:7; provérbios 3:16). As protuberâncias, ou montes, da mão, foram também levados em conta, pois se pensava que representavam os planetas e, portanto, revelavam algo a respeito do indivíduo e seu futuro. A televisão mostra os “trabalhos” de “feiticeiros” e “adivinhos” como Mãe Dinah, Leiloca Connection, Pai Molenga, Walter Mercado (Vulgo “Ligue Djá”), Irmã Jurema, Irmã Sara e outros “futurólogos”. (grifo nosso). Queremos fortalecer nossos pensamentos de que o futuro só a Deus pertence. Estas conotações são de Jeovah Mendes conferencista e articulista da história secular e religiosa. Jeová escreveu vários livros, entre eles: “Curiosidades da Bíblia e da História: de Adão aos nossos dias”. Muito bom por sinal.
Existem muitos dogmas criados pelos Papas e se fôssemos enumerar todos não disporíamos de espaço suficiente. Só se escrevêssemos um livro contando todas as nuanças dos dogmas e dos Concílios que deram origem a estes, mas para não passarmos em branco vamos citar o que diz que o “Sinal da Cruz” - foi copiado pela Igreja Católica dos antigos caldeus e egípcios para espantar segundo ela, os demônios. Em 1219, o Papa Gregório IX toma a decisão de proibir, no Concílio de Toulosa, a leitura da Bíblia pelos leigos. Em 1414, o Concílio de Constança estabelece a proibição de que se dê, aos leigos, o Cálice na Santa Ceia. Por isso, o fiel católico romano passou a comungar numa só espécie: a hóstia, simulacro do pão. (grifo nosso). Nesse mesmo Concílio, o Padre João Huss, por discordar do Papa, foi transformado num herege e conduzido a fogueira. Este dogma continua até os dias atuais.
Os dogmas estão aí todos oriundos das invenções e das imperfeições humanas, acreditem se quiser, mas a história não falha. Fica na crença de cada um, pois não temos o direito de discriminar ninguém, visto que como afirmamos, o homem tem o seu livre-arbítrio dado por Deus e só Ele pode dizer se (A) ou (B) estão praticando suas crenças voltadas para o amor, para o perdão e a caridade. Pensem nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-DA ALOMERCE E DA AOUVIR/CE