O monge ...
Certo cidadão encontrava-se desesperançado, sentindo-se atormentado. Tudo lhe parecia impossível, sempre tropeçando. Naquela altura, não tinha uma vida digna. No passado cometeu até contravenções penais tirando a vida do próximo. Resolveu mudar, porém encontrava amarras invisíveis que lhe seguravam não lhe permitindo avançar. Sobreveio procurar ajuda com o aconselhamento de um monge que havia por perto a fim de lhe ministrar um socorro espiritual e um alerta para tentar a abertura dos caminhos. Encontrando-o começou a relatar o seu caso. O monge só ouvia e dizia estar com sede e que queria água, mas o homem só falava e falava.
E o monge dizendo que estava com sede e que queria água. O cidadão então foi ficando nervoso pensando até em apelar. Pois venho aqui cheio de esperança para resolver meus problemas e este monge só diz que está com sede e que quer água. Quando avistaram por perto um poço para lá dirigiram. Ficando desolados porque não havia balde nem vasilha para retirar a água. Foi quando o monge bradou: “Tem esta corda, vou segurar”. Você me desce no poço e eu sacio a minha sede. Assim foi ele descendo amarrado à corda. Após beber a água gritou para puxar. "Puxe!" Então o homem puxava, puxava e nada do monge subir. Pensou, também pudera! Este monge é muito gordo e pesado. Resolveu olhar e viu o mesmo segurando uma enorme pedra.
- Porque está segurando esta pedra?
- Puxe! Puxe! Puxe! - disse o monge.
- Não é possível! Solte a pedra que eu te puxo.
- Ah! Se eu soltar a pedra você consegue?
- Sim, só assim eu consigo.
- Então puxe.
E o monge veio à tona. Foi aí que o cidadão entendeu que era só soltar as amarras do passado, perdoar, evitar a autocomiseração, viver plenamente presente com fé e esperança e os caminhos se abrirão com trabalho alegre e prazer em servir a mais e mais pessoas, com melhor qualidade de vida, sempre cultuando a harmonia.
José Pedroso
Foi publicada no passado esta historinha que ouvi e reproduzi.