Células-tronco
Uma das grandes polêmicas da atualidade diz respeito à liberação das pesquisas com células-tronco. De um lado, a ciência propõe a utilização destas para fins de cura de inúmeras doenças. De outro, grupos religiosos defendem o direito à vida. Nesse contexto é necessário avaliar os prós e os contras dessa atividade, pois aguardar um consenso entre Igreja e Ciência é quase inimaginável.
Os grupos religiosos são contrários às pesquisas, pois um dos direitos da Constituição é ferido: o da vida. Eles alegam que ela se dá no momento da concepção e que qualquer violação a esse direito é crime. Realmente os embriões usados nas pesquisas são destruídos, mas uma série de questões são verificadas antes desse procedimento.
Segundo os cientistas, apenas seriam utilizados os embriões descartados pelas clínicas de fertilização, com mais de três anos de congelamento e com permissão dos genitores. Além disso, teriam menos de quatorze dias de vida, ou seja, ainda não iniciaram o processo de formação do sistema nervoso, que caracteriza o ser humano, diferenciando-o de um mero ser vivo. Esses embriões, mesmo que fossem implantados em um útero, teriam poucas chances de gerar uma gravidez, ou seja, dificilmente se desenvolveriam.
Outra questão levantada pelos grupos de oposição é a de que sejam utilizadas células-tronco adultas nas pesquisas, evitando, assim, o descarte de embriões. As células-tronco adultas poderiam ser utilizadas, mas elas são especializadas e originam apenas alguns tipos de tecidos, ao contrário das embrionárias, que podem originar qualquer tipo de tecido.
Opondo-se à justificativa dos grupos religiosos, temos a verificação de outra violação de direitos dos cidadãos: o da saúde. Esse direito é defendido pelos cientistas para justificar o uso de células-tronco nas pesquisas. Como as células embrionárias originam qualquer tipo de tecido, elas podem ser utilizadas para diversos tratamentos, pois recompõem partes danificadas. Doenças como o mal de Alzheimer e de Parkinson, a distrofia muscular e a diabete seriam tratadas com grande eficiência. Lesões na coluna e problemas cardíacos também seriam sanados.
Com tudo isso, a questão formulada é a seguinte: Garante-se a vida dos pequenos seres embrionários ou busca-se a melhoria da saúde dos seres já formados? Na minha opinião essa pergunta não passou pela cabeça nem de cientistas nem de religiosos. Cada um defende suas teses, mas esquece de analisar o ponto de vista da situação contrária. As respostas e soluções serão tomadas, desde que sejam verificadas a real importância e a aceitação das pessoas durante todo esse processo.