UMA VIAGEM A TREZE TÍLIAS

UMA VIAGEM A TREZE TÍLIAS

Desliguei o telefone e fiquei pensando no convite.

Era quase uma imposição!

“Venha com sua família passar o final de semana com a gente aqui em Treze Tílias! Reservei duas suítes pra vocês no melhor hotel da cidade!”.

“A Vera vem de Camboriú com nossas filhas, e não abro mão de passarmos o final de semana juntos!

E é tudo por minha conta!

Estou lançando a venda de títulos das Termas Internacional do Vale das Tílias e, vou sentir-me honrado com a presença de vocês!”

E a conversa continuou!

Meu amigo Pedro Paulo Muchalski era puro entusiasmo!

“Olha, vocês vão ficar encantados com o lugar!

É uma pequena cidade catarinense, de apenas cinco mil habitantes, mas jamais esquecerão este passeio!

Aqui tudo é lindo!

As pessoas são hospitaleiras e o turismo é o carro chefe!

Só pra você ter uma idéia, há dezesseis hotéis e a cidade recebe mais de setenta mil turistas por ano!”

Não adiantaria insistir!

Conheço bem o meu amigo!

Trabalhou cinco anos como meu vendedor.

Aliás, o meu melhor vendedor!

Quando põe algo na cabeça, ninguém consegue tirar!

Restou-me aceitar o convite!

Sexta-feira, nove de novembro partimos, eu minha esposa Elizete, nosso filho André e seu amigo Guilherme.

Treze Tílias nos esperava!

Nosso filho Júnior não pôde nos acompanhar!

Como goleiro, preferiu não deixar na mão o time da sua escola que disputaria em Ponta Grossa, uma importante etapa do Piá Bom de Bola.

De Carlópolis a Treze Tílias são seiscentos quilômetros!

Viajando sem pressa, chegamos ao nosso destino já era noite.

Um policial informou a localização do hotel e nos deu boas vindas.

Disse que iríamos gostar da cidade.

Era um bom começo!

O final de semana prometia!

Na recepção do Park Hotel Treze Tílias, mais calor humano!

Pessoal preparado, sorriso pronto e cortesia própria de quem gosta do que faz.

Logo estávamos confortavelmente instalados!

Um jantar delicioso com direito a música ao vivo, acabou terminando em descontraída dança com turistas da terceira idade divertindo-se a valer.

Aliás, esse pessoal atualmente representa um dos maiores filões do turismo!

Por quatro dias desfrutamos da cultura, da beleza e da hospitalidade tiliense.

Impressionou-nos a limpeza da cidade!

Não vimos qualquer tipo de lixo nas vias públicas.

A arquitetura, uma coisa linda!

A prefeitura aprova somente projetos que contemplem a arquitetura austríaca.

Preserva a memória histórica da cidade e ainda fortalece o turismo!

Noventa e oito por cento das casas de Treze Tílias não tem muro nem portão! Demonstração clara do quanto é seguro viver ali!

Flores é o que mais se vê por toda a cidade!

Onde quer que se vá, há sempre um jardim para se admirar!

A um quilômetro do portal de chegada que é lindo, já se pode notar o gosto da comunidade pelas flores e a limpeza.

Para completar, posso afirmar que o que temos de pardais em nossa região, Treze Tílias tem de Canário Terra cantando livres pelas ruas da cidade.

Coisa de primeiro mundo!

Fomos até Joaçaba, conhecer a Expo 2001.

Outra surpresa!

Ao longo dos trinta e seis quilômetros que separam as duas cidades, existe a cada mil metros, um tambor ao lado de uma placa que adverte “A limpeza da Rodovia é dever de todos”.

Até o posto da Polícia Rodoviária chama a atenção por sua beleza arquitetônica e o paisagismo.

O Rio do Peixe separa as cidade de Luzerna e Joaçaba.

Incrível!

Mesmo no perímetro urbano, o rio tem a mata ciliar intacta.

Senti-me envergonhado ao lembrar nossos rios!

De volta a Treze Tílias encontrei na loja de conveniência do hotel, um livro com a história da cidade.

Foi aí que descobri o porque do seu nome: Andréas Thaler, Ministro da Agricultura da Áustria, foi o fundador da cidade em 1933.

Apaixonado pelo poema épico intitulado Treze Tílias, uma preciosidade da literatura alemã, escrita por um médico em 1874, resolveu presentear a comunidade que fundou batizando-a com o nome famoso.

Na segunda-feira de manhã, a pedido do nosso anfitrião fiz uma palestra sobre vendas para sua equipe de 34 vendedores.

À tarde, Fábio Dresch, gerente do hotel, também quis uma palestra para seus funcionários.

Confesso que foi gratificante!

Na terça-feira deixamos Treze Tílias, trazendo na nossa bagagem a certeza de que quando as pessoas decidem aproveitar seu potencial, realizam grandes transformações em seu meio.

Escrevo este artigo a poucos dias do Natal, época em que nos tornamos mais sensíveis.

Daí, minha esperança de que o assunto sirva para reflexão, e gere propostas para mudanças positivas, que nos levem a aproveitar com mais eficiência o enorme potencial de nossa região para o desenvolvimento da poderosa indústria do turismo!

É preciso viajar, conhecer novos lugares, aprender com a experiência dos bem sucedidos!

É preciso, sobretudo estar comprometido com alguma causa!

Caso contrário, não iremos a lugar algum!

Feliz Natal!

Lázaro Alves

Dezembro de 2001