O aconchego...
Certo casal costumava ir à igreja todos os domingos, eram figuras carimbadas, sua frequência era de l00%, pois nunca faltavam à missa. Prova disto é que tinham cadeira cativa, ou seja, seus lugares já ficavam marcados e ninguém se sentava ali em sinal respeito aos mesmos. Eles faziam suas compras na feira pela manhã para não perder o compromisso de ir à celebração domingueira, um hábito antigo.
Passados alguns dias os fiéis sentiram falta do casal. Seus assentos permaneciam vazios já há dias. Foi quando surgiu a preocupação de alguns fiéis pela continuada ausência. O que será que houve? Porque das faltas? Alguns dos mais chegados a eles resolveram procurá-los. Será que estão doentes? Quem sabe necessitando de nosso apoio, em virtude da persistência das faltas. Então formaram uma comissão, para visitá-los e o pároco também se prontificou a ir junto, no caminho cada um já explanando as próprias conclusões. E para surpresa de todos os encontraram bem. Perguntados sobre o porque do afastamento da igreja, disseram que já não precisavam mais de ir à igreja, pois já havia até decorado todas as passagens da missa. Achavam que não estavam mais precisando orar, pois as orações já estavam gravadas em suas mentes e estavam ali confortavelmente, se esquentando em uma lareira.
O pároco interveio e disse que não é bem assim, salientando que a chama da presença é diferente e faz bem, tanto a eles como aos demais fiéis, pois já notava a falta. Exemplificando, retirou uma brasa da lareira, na sequência retirou outras, mais uma, até tirar todas e o fogo em pouco tempo se apagou.
José Pedroso
Ouvi em seminário Demolay em Araxá há anos, quando os acompanhava. Esta historinha mais ou menos assim.