CONTROVÉRSIAS
CONTROVÉRSIAS
O artigo da semana passada “Em estado de graça” rendeu-me inúmeras ligações telefônicas.
Ufa! - Não foi nada fácil, em razão da polêmica criada em volta dos temas apresentados, sob vários aspectos, principalmente por abordar a alternativa de abertura de cassinos em Manaus para dar suporte e contribuir para a viabilização do turismo regional, em razão de sua alta complexibilidade.
Nesse caso, especificamente, os mais abnegados – defensores radicais da moral e da razão – argumentam sobre os riscos de se trazer para Manaus mais criminalidade, prostituição, tráfego de drogas etc., dentre outras contravenções.
- Ah! Como se nada disso existisse entre nós! Por não lerem jornais ou não tomarem conhecimento do que se passa em nosso dia a dia, não é mesmo?
- A cidade está infestada de travestis, que circulam semi-nús, do centro até às imediações da av. André Araújo, com maior concentração deles perto da Sefaz. Daí em diante, garotas adolescentes, algumas com menos de quatorze anos, nas confluências das travessas do conjunto Morada do Sol até o conjunto Adrianópolis ficam se oferecendo nas esquinas, e em outras ruas da maioria de nossos bairros, além dos crimes hediondos se sucedendo, de forma alarmante por toda a cidade. A omissão é o maior dos crimes e precisamos tomar uma atitude, denunciar as práticas condenáveis, sair do anonimato, cumprir nossas obrigações perante a opinião pública, em respeito à moral e a razão.
O Governo Federal detém o monopólio dos jogos e faz “vista grossa” para o famigerado “jogo do bicho” – principal fonte de recursos dos contraventores – que inclusive financia toda a rede de prostituição e de drogas, se constituindo no mais popular dos jogos em todo o país. Financia até o carnaval!
E uma proposta de tentativa de regulamentar o jogo, cria toda essa confusão.
Não consigo entender a razão das contestações, já que no mundo todo, a organização, a formalização e a legalização, são ingredientes que compõe a receita da Lei e da Ordem e as tornam administráveis, rentabilizando os processos, como nos outros países.
Ainda bem que a grande maioria das pessoas que me ligaram comungam comigo da mesma forma de pensar. Isso me deixa muito tranquilo quanto à minha própria consciência e me induz a continuar trilhando por esse caminho: de denunciar ou elogiar por merecimento e não por interesse pessoal.
Sobre os outros temas, também foram muitos os que ligaram. Alguns ficaram bravos com minha manifestação favorável ao governador, pelas obras citadas como suas realizações, mas certamente nesse caso, trata-se de pessoas de partidos da oposição, acho eu. Entretanto, como não sou político, defendo a coerência e nada mais. Não se trata de elogio e sim de justiça, pois da mesma forma que o parabenizo pelas suas realizações, discordo veementemente quanto ao destino do atual estádio Vivaldo Lima que pretendem demolir e que deveria ser preservado. Volto a insistir sobre a expectativa de se erguer o Centro de Convenções do lado de lá, em Iranduba, criando imediata e maior atratividade para aquela região que, já no próximo ano, terá sua ligação com Manaus viabilizada pela ponte. É como eu disse no artigo passado: Ainda que agindo de forma muito dinâmica... Ele anda ouvindo pouco a opinião das pessoas.
E como se trata do futuro de Manaus, seja como cidade/lar dos que aqui nasceram e dos que escolheram essa terra maravilhosa para viver e trabalhar, torna-se imprescindível manter nossa preocupação com o “e depois da Copa”, já que nossas atividades básicas, por si só, não permitirão atratividade para manter o volume necessário de “escala” de pessoas e serviços compatíveis à infra-estrutura planejada para suporte ao evento. Seria muito triste ver, depois de todo o brilho esperado, as obras edificadas jogadas ao “sabor do tempo”, a se desgastar e o grande número de pessoas contratadas perderem seus empregos. Afinal, estamos falando em centenas de famílias que estarão envolvidas em todo esse processo.
O bom da controvérsia é que ela estimula a polêmica e induz ao entendimento... Quando prevalece a coerência e a razão.
Urias Sérgio de Freitas