Eureca! O sol não vai morrer

Não sei quantas vezes ao longo da minha existência - nada comparável à longevidade do astro-rei-, pensei no sol como uma estrela que nasce e morre. Não costumo lembrar disso e nem pretendia, não fosse por um momento enquanto escovava os dentes: Um frasco de protetor solar diante dos meus olhos me fez sorrir enquanto refletia sobre essa realidade.

Estava escrito no rótulo: "protetor solar avançado" - "Previne o envelhecimento solar" - "previne rugas e manchas solares".

Então, se você não marcou absolutamente nada na sua agenda para daqui a 6,5 bilhões de anos, apenas para prestigiar o magnífico espetáculo da derrocada do sol, esqueça!

Seu programa corre sérios riscos, porque o produto - garante o fabricante - é eficaz mesmo, se usado de forma adequada.

No princípio, o Sol era uma imensa nuvem de poeira e gás que foi se contraindo e ao final de 50 milhões de anos virou uma estrela.

Sim, o sol é uma estrela, e como tal, está fadado à morte.

A fase de tranquilidade do sol deve durar cerca de 11 bilhões de anos. Como ela se iniciou há 4,5 bilhões de anos, resta a bagatela de aproximadamente 6,5 bilhões de existência estável, atravessando um processo muito lento, onde chegará, segundo os cientistas, à fase das gigantes vermelhas e por fim apagará definitivamente. Antes de chegar a isso ele passará por outras fases, registrando um aumento de temperatura que deverá duplicar ao final da vida.

O período Sossegado da estrela, é determinado pela queima de hidrogênio, no seu interior, que vai se esgotando. Acabando o hidrogênio, acaba a produção de energia, provocando um colapso no seu núcleo, por não suportar o peso das camadas mais externas. Ainda assim ele passará a funcionar novamente, queimando o hidrogênio das camadas subsequentes, próximas ao núcleo. Isso fará com que as camadas mais externas sejam empurradas para fora. O Sol então passará a ter um diâmetro 200 vezes maior do que o atual, com grande luminosidade, avermelhado e, começando um processo de esfriamento. Nessa fase turbulenta, esgotado também o hidrogênio das camadas externas, ele passará a queimar outro componente, o hélio. O fato é que no final dessa fase ele perderá todas as suas camadas externas, e de uma estrela gigante, luminosa e fria , se transformará numa "anã branca", pequenina, porém muito quente. Por fim, quando esgotada a última reserva do combustível hélio, ele voltará a esfriar, transformando-se numa "anã negra".

E da gigantesca estrela não restará nada, além de uma nuvem de cinza invisível no espaço.