*LENDAS DE SANTO ANTÔNIO CASAMENTEIRO*
Santo Antonio, na verdade, Martim Antonio Franciscano, nasceu em Lisboa, no final do século XII, e ingressou na ordem franciscana. A convite do próprio Francisco de Assis partiu para a Itália e para a França. Na Itália pregou, e faleceu, na cidade de Pádua, em 1231 - por isso é chamado também de Santo Antonio de Pádua, onde havia um gigantesco templo dedicado a deusa Ceres, protetora da agricultura e da fertilidade para os romanos. No templo de Ceres as mulheres que queriam engravidar ou que procuravam maridos faziam oferendas ou pequenos rituais em homenagem a deusa.
Santo Antonio provavelmente foi associado “aos casamentos” justamente pelo fato de ter se ligado a Pádua. A tradição defende que Antonio era um exímio conciliador de “casamentos”, Nesta época uma jovem para casar deveria ter um dote para oferecer ao marido. Um pai tinha uma filha que estava sem casar pela falta do dote, Antônio ofertou a jovem um pequeno dote e assim a jovem conseguiu casar. Por esta razão ele foi considerado um santo casamenteiro, mas enquanto era vivo sua fama era a de grande doutor no evangelho e nas leis, por isso apelidado de “martelo dos hereges”.
Em Minas, corre de boca em boca uma lenda que, certamente, tem contribuído muito para que se alastre entre os montanheses a crença nos méritos de Santo Antônio de Lisboa, ou de Pádua, como providencial casamenteiro.
Conta-se que uma jovem muito linda, mas cansada de esperar por um noivo que não chegava, já desesperançosa de encontrar marido, se apegou com Santo Antônio. Foi ao santeiro da cidade, adquiriu uma imagem daquele pio varão que no século chamou-se Fernando de Bulhão, fê-la benzer, colocou-a no oratório e ali lhe levava, todos os dias, o seu fervoroso responso, as flores que colhia no jardim e o vintenzinho de promessa.
Mas passaram-se semanas, meses, anos… e nada.
O noivo não aparecia, nem se falava na redondeza que algum mancebo ou mesmo, à falta de outro, algum velhote ricaço se tivesse por ela inclinado. Certa vez, depois de consultar o espelho e ter descoberto prenúncios de pés de galinha, se pôs a lamentar da ingratidão do santo, chegando mesmo a ser repreendida pela progenitora.
Desapontada pelo poder miraculoso do taumaturgo, toma a imagem e, no auge do desespero, atira-a pela janela a fora.
Passava na rua, naquele momento, um jovem cavaleiro que a recebe, em cheio, sobre a cabeça. Apanha-a, intacta e sobe à escada do sobrado, de uma de cujas janelas partira a imagem. Vem recebê-lo, por notável coincidência, a formosa e geniosa donzela. Apaixona-se por ela o cavaleiro e, tempos após, acabam casando, naturalmente por milagre do santo.
Depois dessa estória, o santeiro da cidade não mais teve mãos a medir…
Fonte:(Lindolfo Gomes.Contos populares.1918,) Extraído do site JANGADABRASIL.com.br
Santo Antonio, na verdade, Martim Antonio Franciscano, nasceu em Lisboa, no final do século XII, e ingressou na ordem franciscana. A convite do próprio Francisco de Assis partiu para a Itália e para a França. Na Itália pregou, e faleceu, na cidade de Pádua, em 1231 - por isso é chamado também de Santo Antonio de Pádua, onde havia um gigantesco templo dedicado a deusa Ceres, protetora da agricultura e da fertilidade para os romanos. No templo de Ceres as mulheres que queriam engravidar ou que procuravam maridos faziam oferendas ou pequenos rituais em homenagem a deusa.
Santo Antonio provavelmente foi associado “aos casamentos” justamente pelo fato de ter se ligado a Pádua. A tradição defende que Antonio era um exímio conciliador de “casamentos”, Nesta época uma jovem para casar deveria ter um dote para oferecer ao marido. Um pai tinha uma filha que estava sem casar pela falta do dote, Antônio ofertou a jovem um pequeno dote e assim a jovem conseguiu casar. Por esta razão ele foi considerado um santo casamenteiro, mas enquanto era vivo sua fama era a de grande doutor no evangelho e nas leis, por isso apelidado de “martelo dos hereges”.
Em Minas, corre de boca em boca uma lenda que, certamente, tem contribuído muito para que se alastre entre os montanheses a crença nos méritos de Santo Antônio de Lisboa, ou de Pádua, como providencial casamenteiro.
Conta-se que uma jovem muito linda, mas cansada de esperar por um noivo que não chegava, já desesperançosa de encontrar marido, se apegou com Santo Antônio. Foi ao santeiro da cidade, adquiriu uma imagem daquele pio varão que no século chamou-se Fernando de Bulhão, fê-la benzer, colocou-a no oratório e ali lhe levava, todos os dias, o seu fervoroso responso, as flores que colhia no jardim e o vintenzinho de promessa.
Mas passaram-se semanas, meses, anos… e nada.
O noivo não aparecia, nem se falava na redondeza que algum mancebo ou mesmo, à falta de outro, algum velhote ricaço se tivesse por ela inclinado. Certa vez, depois de consultar o espelho e ter descoberto prenúncios de pés de galinha, se pôs a lamentar da ingratidão do santo, chegando mesmo a ser repreendida pela progenitora.
Desapontada pelo poder miraculoso do taumaturgo, toma a imagem e, no auge do desespero, atira-a pela janela a fora.
Passava na rua, naquele momento, um jovem cavaleiro que a recebe, em cheio, sobre a cabeça. Apanha-a, intacta e sobe à escada do sobrado, de uma de cujas janelas partira a imagem. Vem recebê-lo, por notável coincidência, a formosa e geniosa donzela. Apaixona-se por ela o cavaleiro e, tempos após, acabam casando, naturalmente por milagre do santo.
Depois dessa estória, o santeiro da cidade não mais teve mãos a medir…
Fonte:(Lindolfo Gomes.Contos populares.1918,) Extraído do site JANGADABRASIL.com.br