O FUTURO DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL
O FUTURO DA INDÚSTRIA
AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL
Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo
O futuro da indústria automobilística brasileira está atrelado ao consumo interno e externo, ao nível de produtividade, aumento do atendimento das exigências dos consumidores, a competição internacional e aplicação de estratégias gerenciais operacionais.
Enquanto as fábricas automotivas mais modernas como a Mitsubishi do Japão, cada funcionário produz 147 veículos por ano, algumas indústrias instaladas no Brasil produzem menos da metade desta produção, o que mostra de forma clara que o método produtivo pode estar ultrapassado.
Sistemas modulares com concentração de produção compartilhada, com células de negócios é na atualidade o melhor método de gestão praticado no Brasil e no exterior.
Os processos modulares de administração são compostos por centenas de fornecedores que enviam peças para fábricas âncoras, dentro do condomínio industrial automotivo, que por sua vez, montam os kits e entregam dentro da linha de montagem da montadora. Funcionam como unidades independentes, mas com produção compartilhada e sincronizada. As indústrias âncoras ficam dentro do mesmo pólo-industrial, geralmente instaladas ao lado da fábrica de automóveis, diminuindo custos do processo.
No aumento da competitividade do mercado empresarial em pleno capitalismo, indústrias automotivas precisam adotar dinâmicas eficientes de trabalho e produção, o que muitas vezes, pode ser comprometida por políticas avessas a mudanças em cidades como na região do Vale do Paraíba ou Região do ABCD, em que, o papel dos sindicatos impede flexibilidades e que poderão num futuro próximo provocar o fechamento das unidades fabris destas regiões para outras que permitam melhor distribuição das atividades e como conseqüência melhoria produtiva e qualitativa em processos abrangentes, como o caso da unidade de Gravataí – RS da GM ou da Volkswagen Caminhões de Resende – RJ.
A concorrência internacional está presente e a adequação dos sistemas gerenciais operacionais é necessária.
O mercado automobilístico brasileiro, representa 10% do PIB do Brasil e ¼ do valor agregado do setor industrial é o 6º construtor mundial de veículos a frente da França e 5º maior mercado consumidor do mundo, atrás EUA, China, Japão e Alemanha.
Com a melhora do cenário nacional ficam mantidos os investimentos anunciados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), para o período de 2008 a 2012 da ordem de 23 bilhões de dólares, para modernização das unidades de produção e aumento da capacidade de produção. O Brasil detém algumas tecnologias e sistemas próprios que servem de modelo como veículos FLEX e desenvolvimento de veículos populares, dentre outros.
Mudanças para a sobrevivência de algumas unidades fabris industriais brasileiras são temas de discussão estratégica, mais que incentivos fiscais, estas indústrias precisam de profissionais comprometidos com a modernidade.