O MERCANTILISMO VERSUS A VIDA HUMANA

No dia 31 de maio de 2009 o mundo foi abalado com a notícia de que uma aeronave do tipo Airbus 330-200, da companhia françesa Air France, havia desaparecido durante o trajeto entre o Rio de Janeiro e Paris.

Neste vôo, o 447, havia entre passageiros e tripulantes, 228 pessoas, 228 vidas, de diversas nacionalidades (32 países)!

Passadas duas semanas da tragédia, ainda não se sabe qual a verdadeira causa da queda do Airbus no meio do Oceano Atlântico. Sabe-se apenas que a aeronave enfrentou uma grande tempestade que, segundo estudiosos, não seria suficiente para derrubar o avião.

Até agora, devido às enormes dificuldades nas buscas em alto mar, foram achados apenas alguns destroços e menos de vinte por cento do número de corpos dos infortunados viajantes. Talvez nunca sejam encontradas as caixas pretas, que detém todas as informações técnicas do vôo.

À medida que os dias foram passando, as perguntas e as dúvidas foram se avolumando a respeito do que poderia ter acontecido para que aquele avião dotado dos mais modernos aparatos tecnológicos, caísse como se fôra uma frágil ave abatida por um caçador.

Diversas teorias estão sendo discutidas, porém, a única certeza técnica que nós temos é a informação de uma “recomendação”, datada de setembro de 2007, do fabricante da aeronave, para que fossem trocados os Tubos de Pitot, que são sensores que acoplados à parte externa da fuselagem, informam a velocidade aos computadores de bordo, garantindo com isso, a estabilidade da máquina.

Acontece que, em condições extremas tais como o congelamento em pleno vôo, as informações de velocidade aferidas por esses sensores podem estar distorcidas, provocando uma perda brusca de altitude e a consequente despressurização da aeronave.

Outros Airbus já haviam apresentado este defeito, e, porisso mesmo, o fabricante havia “recomendado” a troca do equipamento em todos os modêlos.

A Air France, através de seu porta-voz, em entrevista a jornalistas do mundo inteiro, descaradamente, afirmou que era apenas uma “recomendação” de troca do equipamento, e não, uma determinação de obrigatoriedade de troca!!! Pasmem, senhores!!!

A vida humana não representa nada para essas empresas. As pessoas são apenas o meio para que elas consigam o que realmente importa, que é o “vil metal”!

Investir tanto dinheiro na troca de equipamentos? Para quê? O acidente pode não acontecer, não é mesmo?

É uma Roleta Russa. “Se morrerem cem, duzentas, trezentas pessoas, terá sido uma fatalidade, era o destino delas!”

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira definiu Mercantilismo como: predominância do interesse ou do espírito mercantil. Definiu também Mercantil como: relativo a MERCADORIAS.

É isso que nós somos. MERCADORIAS!

Somos apenas o meio para o enriquecimento desmedido desses gananciosos!

Até quando, senhores?