O tempo e os respingos da história política
Em determinada reunião, tomei a liberdade de fazer a regressão de todos os presentes em nosso templo. Fiquei pensando em todos com cinco anos de idade. As personalidades não estavam muito diferentes, embora alguns de origens mais humildes de outros mais para berço de ouro, dentro dos ditames de cada época, sendo uns mais introvertidos, outros mais extrovertidos. Sonhadores, vibrantes e exponenciais do amor, não diferente do que é mesmo a população do Brasil e do mundo.
Na oportunidade diminui mais um ano na minha idade e passei para quatro anos. Vi-me correndo atrás de minha mãe que levava o almoço para meu pai na roça, com outro filho no colo choramingando e eu pedindo que ela parasse e me servisse algumas fatias do pepino que levava como salada junto ao almoço: “Mãe, eu quero pepino, eu quero pepino, eu quero pepino”, numa espécie de birra. Ela parou no meio do caminho e satisfez meu intento para livrar-se da minha insistência e choro certamente.
Os anos se passaram e, para meu espanto, estou aqui entre vós a recordar da minha infância quando via os meus pais pronunciarem “mil réis”, lá pelos anos quarenta, precisamente em 1947, onde o nosso país estava sobre a presidência de Getúlio Vargas, criador da CLT e da Petrobras, entre outras. Anteriormente fora ditador. Após sua morte por suicídio em 24/08/1954, foi substituído pelo vice-presidente Café Filho, num mandato curto e conturbado. Na sequência, logo após o presidente dos 50 anos em 5 que foi Juscelino Kubitschek de Oliveira, o qual procedeu a abertura para o desenvolvimento industrial, sendo principal a instalação das indústrias automobilísticas e a construção da nova da nova capital, Brasília, no Planalto Central.
Depois tivemos Jânio da Silva Quadros, o presidente que era o sonho dos brasileiros, o homem da vassoura. Infelizmente renunciou, justificando sempre que “forças ocultas o fizeram renunciar”. Até hoje não sabemos quais forças ocultas ou os porquês. Foi substituído, com muitos a favor e muitos contra, pelo vice-presidente Jango Goulart, que foi deposto e passamos para era da ditadura militar.
Havia uma preocupação ferrenha contra o comunismo e os militares achavam que os presidentes civis estavam cedendo ao regime vermelho. Quando se deu a derrubada do poder em 31/03/1964, começando nova era militar e tendo como mandatário da nação brasileira o general Castelo Branco, de linha dura, que colocou ordem na casa e o Brasil nos trilhos. Foi sucedido pelo General Costa e Silva, sendo a continuidade da linha dura, porém progressista. Sucedido pelo general Garrastazu Médici, também linha dura e, posteriormente, pelo general Ernesto Geisel, presidente este que já procedeu algumas aberturas. Foi substituído pelo general João Batista Figueiredo, o precursor das aberturas políticas, porém dura. Basta ver uma de suas declarações, “prefiro cheiro de meus cavalos na cocheira a lidar com o povo”. Foi o presidente militar que, a meu ver, mais agradou o provo brasileiro, pois dentre os militares foi o que mais simpatizou a nação brasileira.
No meu ver e entender, foram governos militares linha dura, mas colocaram ordem na casa e foram anos bons para se ganhar dinheiro em todas as atividades.
Tivemos na sequência o efeito do movimento das Diretas Já, aspiração de toda a nação. O primeiro presidente eleito pelo voto, ainda indireto pós período militar, recaiu sobre Tancredo Neves. Ele não chegou a tomar posse, vindo a falecer quase imediato a data que haveria de tomar posse. Substituído pelo vice-presidente José Sarney que cumpriu todo o mandato, sendo um governo tranquilo e de paz.
Foi substituído pelo presidente que ficou famoso por combater escândalos em seu estado que na época ficou conhecido como “o caçador de marajás”, que foram matérias famosas do Globo Repórter da TV Globo, na época apresentado pelo jornalista Hélio Costa, hoje Ministro de Estado das Comunicações.
(Nota: hoje 10/06/2009, relendo e fazendo algumas correções).
O caçador de marajás foi Fernando Collor de Mello, ex-governador de Alagoas, o novo "salvador da pátria", que já começa e sendo autor do curralito da poupança o que causou muita revolta aos brasileiros. Confiscou a poupança que tinham os brasileiros. Poupança que foi pago a posteriori, porém valores ínfimos corroídos pela inflação galopante. Há pontos favoráveis ao seu governo, qual seja a abertura completa das porteiras da economia brasileira, frente ao mercado mundial e a compra de artigos que antes eram quase impossíveis. Dentre estes produtos, podemos citar a área de informática que tinha preço elevadíssimo e em dólar.
Ele também renunciou ao mandato presidencial, por pressões em virtude de estar envolvido em corrupção, mas foi o presidente da abertura das fronteiras comerciais brasileiras, sendo substituído pelo vice-presidente Itamar Franco que completou com um bom mandato. Na sequência tivemos o governo neoliberalista de Fernando Henrique Cardoso, o homem que nocauteou a famigerada inflação brasileira. Se apoderando, com autorização, do plano argentino do ministro Domingos Cavalo, plano este que baixou a inflação, porém parou o desenvolvimento brasileiro, principalmente para quem já estava acostumado com planos anteriores que não vingavam. Este plano miraculoso do presidente Fernando Henrique Cardoso era para não continuar a investir, ou seja, se tivesse algum projeto que demandava usar parte do capital de giro, se deu mal. Plano que em janeiro próximo completará oito anos de governo e que deixa a pergunta “governo de deixar saudade ou tomara que acabe logo?”, principalmente para estas pessoas que pensaram que seria como dantes. Eu fui um deles.
Hoje temos novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que preconiza as aspirações de todos os trabalhadores brasileiros. Desde funcionários públicos e aposentados e também a grande parcela do empresariado nacional que bota fé no presidente camarada, eleito com esmagadora soma de votos, se traduz na esperança. Devemos almejar e esperar para ver. É esperança que prega nosso senhor Jesus Cristo, esperança que preconiza nosso livro da lei, a Bíblia aqui presente.
José Pedroso
Publicado em 5/11/2002