QUANDO DEVO DIZER SIM!
 
“Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.” (1Cor 6,12)
 
Na sua infinita bondade, o Senhor nosso Deus nos criou livres para dizer ‘sim’. Mas, em minha liberdade, quando devo dizer ‘sim’? Para responder a essa pergunta é preciso lembrar de que somos contingentes, isto é, limitados e a partir dessa limitação buscamos a plenitude da verdadeira liberdade que se encontra na comunhão com a vontade de Deus, disponível a nós a cada segundo de nossa existência.
 
Nossa vida aqui na terra pode ser comparada a uma criança nadando em uma piscina muito funda onde nela se encontra seu pai, perito em natação. Este estende a mão para o filho e o orienta a que não tire os olhos dele e procure tocar em suas mãos; diz também que não deve se preocupar com as águas, profundas, pois que ele, conhecedor que é dessas águas não deixará o filho afundar. Esse mundo é como uma piscina muito funda que, para atravessá-la, é preciso mantermos os olhos fixos em Deus, tocarmos em suas mãos com nossa oração ardente do desejo de santidade e nos mantermos firmes, isto é, perseverantes até alcançarmos o porto seguro de nossa salvação.
 
A respeito do sim, ele nasce de uma escolha ou juramento, como resposta que damos às circunstâncias de nossa existência, e é a partir dessa resposta que mantemos nossa liberdade ou a perdemos. Vejamos o que diz Jesus no Evangelho de São Mateus: “Ouvistes ainda o que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo: não jurei de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Reis. Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes fazer um cabelo tornar-se branco ou negro. Dizei somente: ‘Sim’, se é sim; ‘Não’, se é não. Tudo o que passa além disso, vem do Maligno. (Mt 5,33-37).
 
Essa vida nada mais é do que um viver para Deus e é nesse viver que devemos dizer sim sempre a essa vontade eterna do nosso Criador que nos acompanha a cada momento de nossa existência. Então, pra que dizer sim à morte, se posso dizer sim à vida em Deus? Pra que dizer sim ao pecado, se posso dizer sim à vontade de Deus que me acompanha? Pra que dizer sim a minha própria ruína, se posso dizer sim à graça de Deus que me faz superar todos os limites?
 
Meu Deus, qual é a força que me impede de Te dizer sim? Senhor nenhuma força ou poder é maior que a Força e o Poder de teu amor. Senhor, por esse amor que te fez criar-me, faz com que eu seja fiel até o fim à tua vontade que me acompanha sempre; por favor, não permita que o mal tenha vez em minha vida, pois não nasci para o mal nem para a morte, mas nasci para a vida eterna, porque em Ti Senhor, eternizo a minha frágil existência.
 
Guarda-me, Senhor, dos tropeços costumeiros que só me causam angustia e dor; guarda-me, Senhor, de toda fraqueza que sinto presente em minha alma e livra-me de mim mesmo, pois muitas vezes sou meu pior inimigo quando não obedeço aos ditames dos teus mandamentos.
 
Senhor, obrigado pela minha existência e por poder permanecer na liberdade que me deste, à medida que Te digo sim. Senhor, que minha oração chegue a Ti como a do salmista: “Mas estarei sempre convosco, porque vós me tomastes pela mão. Vossos desígnios me conduzirão, e, por fim, na glória me acolhereis.
 
Afora vós, o que há para mim no céu? Se vos possuo, nada mais me atrai na terra. Meu coração e minha carne já podem desfazer, a rocha de meu coração e minha herança eterna é Deus. Sim, perecem aqueles que de vós se apartam, destruís os que procuram satisfação fora de vós. Mas, para mim a felicidade é me aproximar de Deus, é por minha confiança no Senhor Deus, a fim de narrar as vossas maravilhas diante das portas da Filha de Sião.” (Sl 72,23-28).
 
Paz e Bem!