A Internet e seus atropelos
A INTERNET E SEUS ATROPELOS
Pela Internet, hoje qualquer dúvida que se tenha, basta ir a um site de busca, o Google (www.google.com.br) por exemplo, e obter a informação imediata, abundante e completa. Isto ajuda estudantes, profissionais, pesquisadores e pessoas que precisem de informações confiáveis. Mas, se de um lado é assim, de outro a Internet tem seus inconvenientes, dos quais eu vou enfocar alguns. Há muitas histórias de encontros e desencontros.
Uma jovem mulher com menos de trinta anos, cansada da mesmice doméstica, resolveu entrar num desses “portais” de relacionamento, para conversar com pessoas, flertar, namorar. É incrível como a Internet apressa as coisas e queima etapas. Num namoro, você leva algum tempo até partir para a finalização. Na Internet tudo é rápido. No caso em tela, enquanto o marido dormia (em todos os sentidos) ela começou a namorar com um desconhecido. E logo marcaram um encontro. Não sei como foram os desdobramentos posteriores, mas sei que o casamento acabou. Existem milhares de casos análogos. A despeito de distância e portas fechadas, há muita pomba voando através das fantasias da rede mundial de computadores.
Um outro entrou na linha e estabeleceu contato com uma mulher misteriosa, que lhe prometeu as delícias do céu e os perigos do inferno. O negócio foi crescendo que eles decidiram se encontrar para conferir pessoalmente. Aí o escândalo: era a sogra dele!
Em outro caso, depois que amigos fizeram uma aposta, o cara decidiu investir contra uma mulher divorciada, tida por todos como mais séria que Penélope, durona, inexpugnável. Como era conhecido da família, ele mandava os e-mail com outro nome. Aos poucos a rocha foi amolecendo. Ele se fez de psicólogo e a dona se abriu, contando as mazelas de sua vida. Aos poucos se confessou apaixonada, louca sim, pelo misterioso interlocutor. Ela meteu o pau na família toda, nos conhecidos (inclusive nele) e contou coisas que o ex-marido fazia (e deixara de fazer). Quando ele abria sua caixa, na segunda-feira, havia mais de cem mensagens. Nessa obsessão a mulher forçava um encontro, mas ele astutamente dizia que ainda não era a hora. A coisa evolui de um jeito que ela contava suas fantasias, as coisas que fazia na solidão (??!), pensando nele. Diariamente, no primeiro e-mail da manhã ela contava o que fizera na noite, os beijos que havia mandado para a lua (para que refletissem nele), informando o arranjo do cabelo, o jeito que estava vestida, e até a cor da calcinha e do sutiâ.
Como que acabou a história? Alguns falam num desencontro de e-mails, onde ela teria descoberto a farsa. Outros dizem que, temeroso dos desdobramentos ele deixou de se comunicar, deixando a moça enlouquecida pela evasão súbita de sua fantasia. Coisas da Internet.