Já são cinco corpos numa imensidão de mar; cinco corpos numa população de desaparecidos; esta tragédia do vôo 447 da Air France envolvendo o Airbus A 300 – 200 não só deixou marcas profundas em mais de 200 famílias diretamente, a queda misteriosa até o momento desta aeronave já está causando uma revolução na internet e a proliferação de novos viajantes com medo absoluto de voar.
 
Na internet já circula milhares de links que prometem exibir as fotos dos cadáveres, o que é uma plena mentira, pois a Aeronáutica e a Marinha do Brasil NÃO PERMITIRAM QUE A IMPRENSA TIRASSE FOTOS OU FILMASSEM TAIS RESTOS MORTAIS; sequer as famílias das vítimas tiveram acesso a tais dados ou imagens, isso se deve porque ainda não foram reconhecidos legalmente. Esta prática velha e totalmente ridícula serve apenas para infestar os computadores de vírus daqueles que se mantêm curiosos, mesmo sabendo que são inverdades, abrem os arquivos e o pior: tentam passar para outras pessoas.
 
Desde o sumiço da aeronave francesa em algum ponto entre Fernando de Noronha e as Ilhas Açores, numa região de profundos vales abissais, a imprensa internacional chegou a especular que o avião havia caído em vários pontos, segundo informações de suas fontes, mas foi a cerca de 1.200 km da costa brasileira, 1.000 km da Ilha do Sal e cerca de 1.300 de Guiné Bissau que os primeiros corpos foram encontrados juntamente com vários destroços do Airbus, como mostra a ilustração do site
www.irregular.com.br .
 
Algumas observações são importantes de serem feitas, a primeira é que segundo as autoridades militares que comandam as buscas afirmam que o perímetro de intensas investigações é muito vasto, perigoso e sem condições de ser sediada alguma base próxima para reabastecimento e comando dos militares e dos outros voluntários. O círculo em vermelho na ilustração mostra a provável área em que estão sendo buscados os restos do avião e os corpos dos desaparecidos, esta área corresponde a cerca de 500 km quadrados ou cerca de 300 milhas náuticas; pode parecer uma área pequena, algo entre Belo Horizonte e São Paulo, mas em se tratando do mar, parece uma infinidade. Um jato comercial de grande porte, como o próprio A 300 que caiu faria este trajeto em grande altitude em quase uma hora, somente o trajeto das buscas.
 
A dificuldade é tamanha que para se ter uma idéia, um dos aviões que fazem buscas no local, o Hercules da FAB, demora mais de 2 horas para sair de Fernando de Noronha até chegar ao ponto principal das buscas; como não tem como pousar, ele sobrevoa a área, coleta dados visuais e tem que retornar a base; o mesmo ocorre com navios que coletam algum tipo de indício do acidente. Para sustentar a tese de que somente os militares possuem as fotos e filmagens destes locais, o tráfego aéreo na região está interrompido deste o anúncio do acidente; isso significa que o espaço aéreo que dá condições de ver algo na base da água está fechado por todas as autoridades detentoras do controle deste, que no caso específico pertencem ao Brasil e alguns países africanos, portanto, nenhum veículo de imprensa, do Brasil ou do resto do mundo, não possui qualquer tipo de imagem do acidente senão as divulgadas oficialmente.
 
Da mesma forma que é profundamente lamentável que tenha havido o acidente que vitimou 228 seres humanos, é lamentável que ridículos viventes utilizem a força destes anúncios para ludibriar e lesar internautas igualmente ridículos que querem ver as imagens a todo custo, como se isso fosse mudar suas vidas.
 
Depois de tantas dificuldades por parte das autoridades do Brasil, França e Estados Unidos, os parentes de algumas vítimas querem ir com as equipes de resgate para acompanharem as investigações; no meu ponto de vista esta atitude é irresponsável e ilegítima, até mesmo porque, ninguém poderá fazer nada senão atrapalhar ainda mais o resultado final deste que já é um dos piores desastres aéreos do mundo, que ao que tudo indica preliminarmente, poderá não ter uma conclusão e deixar uma baita interrogação para futuros vôos, neste e em outros tipos de aviões que fazem a travessia do Atlântico.
 
 
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 07/06/2009
Código do texto: T1636487
Classificação de conteúdo: seguro