HISTÓRIA DA FAMÍLIA BECKHÄUSER NO BRASIL |
Co-autores:
Adauto Beckhäuser
Clay Juliano Schulze
Frei Alberto Beckhäuser
Inês Back Fiorio
Juliana Beckhausen
Keler Luciane Beckhäuser
Laércio Beckhäuser
Rudi Beckhauser
Toni Jochem
APRESENTAÇÃO
"Felizes, (...), as famílias que têm história, porque lhes é dado o júbilo de a recordar, porque ela constitui a fonte fecunda, inesgotável e profunda de suas energias morais; porque, a cada passo que dão, sentem atrás de si o rastro de sua própria imortalidade. Que é a vida, senão a história que começa? Que é a história, senão a vida que continua? A história de nossa família, de nossa gente, de nossa casa está conosco. Respira perto de nós. A sua presença todos adivinham. Ora bela, ora triste, é uma grande história". |
Júlio Dantas
da Academia de Ciências de Lisboa,
in "Outros Tempos"
Diante das incertezas do futuro, o passado se apresenta como uma âncora. E a busca deste aporte dá sustentabilidade nas inconstâncias da existência. Ela justifica, legitima, dá sentido, ordena e, de certa forma, nos revigora para enfrentarmos os desafios do cotidiano.
Na tentativa de elucidar esses desafios, viabilizada pela âncora da história, tomamos conhecimento do interesse de alguns membros da Família Beckhäuser pela história da imigração alemã em Santa Catarina e especialmente da do IMIGRANTE JOHANN KARL BECKHÄUSER e seus descendentes.
Este tema despertou-lhes grande interesse pelo estudo e difusão da história regional, em cujo contexto estavam inseridos seus ascendentes, originários de Hambach, que se instalaram, em 1862, na Colônia Alemã Santa Isabel(1), em Santa Catarina. Desta forma, Adauto Beckhäuser, Laércio Fagundes Fogaça Beckhäuser e Pe. Frei Alberto Beckhäuser residentes, respectivamente, em Florianópolis-SC, Joinville-SC e Petrópolis-RJ, iniciaram ou retomaram esse árduo trabalho de reconstituição histórica. Tomaram para si, durante anos, a responsabilidade de reunir e sistematizar as fontes de dados e a bibliografia pertinentes a seu objeto de pesquisa: Família Beckhäuser – Genealogia e História.
Durante esse tempo, não raras vezes os encontramos em meio a inúmeras anotações, entusiasmados e com farto sorriso, motivados pelo resultado das buscas. Vibravam intensamente com a descoberta de novas informações.
Para dar maior consistência ao conteúdo do trabalho, Pe. Frei Alberto viajou para a Alemanha em busca de fontes históricas enquanto Adauto e Laércio auxiliados por dezenas de colaboradores se dedicaram avidamente na composição da árvore genealógica e na reconstituição dos passos da família no Brasil.
A constante motivação por seu objeto de pesquisa foi mantida e renovada até que durante a realização do IV Encontro Nacional da Família Beckhäuser, em 10 de julho de 2004, em Vargem do Cedro, município de São Martinho-SC, em assembléia geral, foi fundada a AFABE – ASSOCIAÇÃO DA FAMÍLIA BECKHÄUSER NO BRASIL. E ntre as finalidades da AFABE, contida em seus Estatutos se faz constar: dar seqüência na elaboração da GENEALOGIA E HISTÓRIA DA FAMÍLIA BECKHÄUSER NO BRASIL – AFABE, com o objetivo de publicá-la, em forma de livro.
Com a intenção de cumprir esse objetivo, no segundo semestre de 2006, fui contatado pelo presidente da AFABE, Adauto Beckhäuser, para estabelecer critérios e coordenar o processo de elaboração de diversos artigos históricos, reunidos nesta publicação.
Ao assumir a responsabilidade da coordenação dos trabalhos, procuramos organizar o assunto em blocos temáticos. O próximo passo seria encorajar algumas pessoas a se lançarem no desafio de elucidar o tema proposto. Os resultados alcançados foram fascinantes, de uma pesquisa ao mesmo tempo difícil, mas também muito prazerosa. A partir de então, percorremos os caminhos já trilhados por cada um dos autores cujos artigos aqui estão sendo publicados; tentamos buscar as necessárias fontes bibliográficas dos textos selecionados, constantes nos originais que nos foi entregue. Uma meticulosa revisão teve de ser feita, documento por documento. Para isso, a comunicação entre os autores e o coordenador da publicação foi fundamental. O fluxo de informações era intenso e incansáveis os envolvidos no trabalho, para que se alcançasse o máximo de objetividade possível e se evitasse a dispersão dos temas e a repetição de determinados assuntos.
Nosso trabalho baseou-se, também, em fontes oficiais, encontradas, em grande parte, no Arquivo Público do Estado de Santa Catarina, na Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina e no Centro da Memória da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, em Florianópolis. Relatórios dos Presidentes da Província, Relatórios do Ministério do Império, Ofícios de Engenheiros para Presidentes da Província, Requerimentos, Leis, Decretos e Jornais da época foram as principais fontes primárias por nós revisadas.
Para solidificar sobremaneira essa publicação, que reputamos como grande documentário, tal como foi concebida e executada, incluímos os anexos.
Esta publicação tem mais um caráter de demonstração da presença histórica da FAMÍLIA BECKHÄUSER NO BRASIL do que de análise. Como grande documentário, não tem a pretensão de um texto acadêmico. Com sua leitura, evidenciar-se-á, de uma forma direta e objetiva, aspectos da imigração alemã em Santa Catarina, com destaque para a atuação do imigrante Johann Karl Beckhäuser e seus descendentes. E aqui está parte substancial da GENEALOGIA e da HISTÓRIA da FAMÍLIA BECKHÄUSER que poderá servir de âncora diante dos desafios que o futuro nos reserva.
Boa leitura!
Toni JOCHEM
Organizador do Livro
Mestre em História pela Universidade Federal de Santa Catarina,
Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e
Diretor Cultural do Instituto de Genealogia do Estado de Santa Catarina.
Palhoça-SC, Novembro de 2006
NOTA DE FIM
1 - A Colônia Santa Isabel foi fundada em 1847 por imigrantes recém-chegados da Alemanha. Foi composta, em sua maioria, por agricultores provenientes da região do Hunsrück, no atual Estado da Renânia-Palatinado. Professavam a religião católica e a luterana sendo que, nesta última, Santa Isabel tem a primazia cronológica sobre todas as colônias fundadas no Estado de Santa Catarina. Instalada às margens do caminho litoral-planalto, que ligava o Litoral catarinense ao Planalto Serrano via vale do Cubatão, sua denominação é uma homenagem prestada pelo Governo constituído à então Princesa Isabel.
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INTRODUÇÃO
Frei Tomás de Celano, o primeiro biógrafo de São Francisco de Assis, escreve:
“Conservar os insignes feitos dos pais que nos precederam para a memória dos filhos é sinal de honra para com aqueles e de amor para com estes”. |
Inspirados nesta célebre máxima de Frei Tomás, os colaboradores do livro “História da Família Beckhäuser no Brasil”, que tenho a honra e o grande prazer de apresentar, percorrem um caminho de reconstrução e resgate da saga do casal Johann Karl Beckhäuser e Maria Elisabeth Kropp, que emigrou da Alemanha para o Brasil no ano de 1862, junto com as levas de famílias alemãs, acolhidas nas Colônias São Pedro de Alcântara(1), Vargem Grande(2), Santa Isabel e Teresópolis(3), no entorno da cidade de Desterro, hoje, Florianópolis, em Santa Catarina.
Este trabalho nasce de um esforço conjunto – liderado por Laércio Beckhäuser, pioneiro em pesquisa histórica, Adauto Beckhäuser e Frei Alberto Beckhäuser, que foi em busca das raízes da família Beckhäuser na Alemanha –, que pretende, ainda, remontar às raízes da Família Beckhäuser no Brasil. A pesquisa desenvolvida para se chegar a esse produto teve seu início desde 1964, desenrolou-se no decurso dos Encontros Nacionais da Família Beckhäuser e tem sua primeira etapa completada agora.
A composição do livro, idealizada por Adauto Beckhäuser, teve ainda a colaboração de muitas outras pessoas, entre as quais destaca-se o conhecido historiador catarinense Toni Jochem.
Com a presente obra, o leitor certamente poderá reviver a história de Johann e Maria Elisabeth Beckhäuser, suas vicissitudes, sofrimentos, lutas e vitórias; como, em meio a tantas dificuldades, superaram as adversidades da vida, em suas buscas por melhor qualidade de vida para seus filhos e descendentes. Acompanhará, também, o desenvolvimento e a expansão da família pelo Estado de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro e talvez por outros Estados.
Finalmente, eis um livro que trata da história da grande família Beckhäuser no Brasil. A todos os descendentes e afins do casal Johann Karl e Maria Elisabeth Kropp e de Johann Karl e Margaretha Schug, a esposa do segundo casamento, inclusive aos Beckhäuser da Alemanha, são dedicados todo o labor e a afeição aqui empenhados. Uma oferta que se estende a todas as famílias imigrantes do Brasil, não só às de origem alemã, mas a todas as famílias que passaram pelas dificuldades de deixarem suas pátrias para serem acolhidas no Brasil, onde encontraram uma nova pátria, por um novo povo, ao qual se integraram, dando sua contribuição para construir uma pátria humanamente sempre mais habitável, mais justa e fraterna.
Manifesta-se aqui, ainda, o reconhecimento, por parte dos autores, àqueles que dispuseram de seu tempo e saber para que se tivesse essa obra em mãos.
Em tudo Deus seja louvado!
Petrópolis, 26 de julho de 2006.
Dia dos avós
Frei Alberto Beckhäuser, OFM
NOTAS DE FIM
1 - A Colônia de São Pedro de Alcântara foi fundada em março de 1829 por 635 imigrantes alemães, constituindo-se na mais antiga colônia alemã fundada em Santa Catarina. Foi elevada à Freguesia em 1844 através da Lei N. 194, sendo emancipada político-administrativamente do Município de São José mediante Lei N. 9.534 datada de 16 de abril de 1994.
2 - Vargem Grande foi fundada às margens do Rio Cubatão , acima de Caldas do Norte (Águas Mornas), em 1836, por 11 famílias germânicas, num total de 44 pessoas, dissidentes da Colônia São Pedro de Alcântara. PAIVA, Joaquim Gomes de Oliveira. “Memória Histórica sobre a Colônia São Pedro de Alcântara”. In: Os Alemães no Estado de Paraná e Santa Catarina, p. 197ss. Veja também SCHADEN, Francisco. “Notas sobre a Colônia Vargem Grande”. In: Revista Atualidades, Florianópolis, números 6, 7, 8, 9, 10/11 e 12 de 1947.
3 - Baseada na política da pequena propriedade familiar, o Governo Imperial determinou, a fundação de um núcleo colonial nas imediações da colônia Santa Isabel. A determinação para sua fundação data de 18 de novembro de 1859, tendo sido destinada ao então Presidente da Província de Santa Catarina, Francisco Carlos de Araújo Brusque, que deveria abrigar inicialmente 40 famílias de imigrantes alemães. A fundação da colônia efetivou-se em 03 de junho de 1860, com 91 imigrantes chegados dois dias antes a Desterro, provenientes do porto de Antuérpia, a bordo do patacho belga “Meuse”. Eram católicos e luteranos provenientes, em sua maioria, da região da Renânia e Vestfália, enclaves prussianos, transportados pela empresa de navegação Daniel Steinmann & Companhia, de Antuérpia. Neste mesmo ano, o núcleo colonial recebeu várias famílias de imigrantes procedentes das fazendas do Rio de Janeiro, onde trabalhavam desde 1849 no cultivo de café através do sistema de parceria. Essas famílias seriam em número de quarenta e eram originárias de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha. Mais informações cf. JOCHEM, Toni. A Formação da Colônia Alemã Teresópolis e a atuação da Igreja Católica (1860-1910). Palhoça: Ed. do Autor, 2002, pp. 39ss.
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SUMÁRIO
Apresentação...................................................................................................................................................... Toni Jochem
Introdução......................................................................................................................................... Frei Alberto Beckhäuser
PRIMEIRA PARTE
ASPECTOS DA HISTÓRIA DA FAMÍLIA BECKHÄUSER
Capítulo I – Em Busca das Origens............................................................................................ Frei Alberto Beckhäuser
Capítulo II – A Saga do Imigrante Johann Karl Beckhäuser.......................................................... Adauto Beckhäuser
Capítulo III – Maria Elisabeth Kropp Beckhäuser ........................................................................... Adauto Beckhäuser
Capítulo IV – Margaretha Schug Beckhäuser............................................................................ Frei Alberto Beckhäuser
Capítulo V – A Família Beckhausen no Rio Grande do Sul....................... Juliana Beckhausen e Adauto Beckhäuser
Capítulo VI – Johann Beckhäuser e Auguste Grünfeld e Descendentes............................ Frei Alberto Beckhäuser
Capítulo VII – A Família Beckhäuser em Urubici-SC ........................................................... Keler Luciane Beckhäuser
Capítulo VIII – Histórico de Irma e Antônio Beckhauser................................................................ Clay Juliano Schulze
Capítulo IX – Gabriel Carlos Beckhäuser e Corina Mendonça..................................................... Adauto Beckhäuser
Capítulo X – B ernardo Carlos Beckhäuser: A Vida de um Teuto-brasileiro.............................. Laércio Beckhäuser
Capítulo XI – Biografia de Maria Beckhäuser........................................................................................... Inês Back Fioro
Notas de Fim da Primeira Parte..........................................................................................................................................
SEGUNDA PARTE
VISIBILIDADE DA FAMÍLIA BECKHÄUSER
Capítulo XII – Crônicas de Viagens......................................................... Frei Alberto Beckhäuser e Adauto Beckhäuser
Capítulo XIII – Trajetória de Uma Vida........................................................................................ Frei Alberto Beckhäuser
Capítulo XIV – Academia de Acordeon Rudi Beckhauser................................................................... Rudi Beckhauser
Capítulo XV – Fatos Pitorescos da Família Beckhäuser........................... Laércio Beckhäuser e Adauto Beckhäuser
Capítulo XVI – Entrevista com Marion Beckhäuser.......................................................................... Adauto Beckhäuser
Capítulo XVII – Associação da Família Beckhäuser no Brasil – AFABE................................................. Toni Jochem
Capítulo XVIII – Brasão de Armas da Família Beckhäuser........................................................... Laércio Beckhäuser
Capítulo XIX – Memorial da Família Beckhäuser.................................. Frei Alberto Beckhäuser e Adauto Beckhäuser
Capítulo XX – Genealogia da Família Beckhäuser.............................. Frei Alberto Beckhäuser e Adauto Beckhäuser
Notas de Fim da Segunda Parte..........................................................................................................................................
Anexos.......................................................................................................................................................................................
Fontes e Bibliografia...............................................................................................................................................................
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