O TRISTE FIM DOS PASSAGEIROS DO VOO AF 447

“Não há nenhum homem que tenha domínio nem poder sobre o dia da morte. Portanto, tudo quanto te vier a mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. (Ec. 8:8 e 9:10)

Como não poderia ser diferente, desde o ultimo domingo, a mídia internacional está totalmente focada numa tragédia. Aliás, eles adoram isso, pois são movidos por crises, catástrofes, cataclismos, tragédias, ou grandes acidentes – depende de como as queiramos denominar e dentre essas, as tragédias são o prato principal, do qual se nutre a imprensa. Uma pessoa de bom senso, neste momento, pode se perguntar: Mas qual o motivo da imprensa dar tanta ênfase a algo que já aconteceu, e que não vai mudar? Pode se perguntar também por que esta tragédia está sendo tão anunciada enquanto as coisas boas quase já não aparecerem mais nos noticiários? Vida que segue! Eu creio que Deus tenha um propósito nisso tudo. Creio que Ele quer que aprendamos algumas lições neste episódio. Mas como eu ia dizendo, desta vez, trata-se do acidente ocorrido com o Airbus A330 da Air France que saiu do Rio de Janeiro para Paris na noite de domingo (31) e desapareceu no meio do caminho sobre o Oceano Atlântico. Segundo as agencias de noticias internacionais, naquele voo havia passageiros de 32 diferentes nacionalidades, no total o voo tinha 216 passageiros e 12 tripulantes. Destes eram brasileiros apenas 58 passageiros e um tripulante, o rapaz de nome Lucas Gagliano. Só na noite de quarta-feira (3), a Air France divulgou uma lista oficial com os nomes de 53 brasileiros, mas o que mais me chamou a atenção foram os nomes de alguns estrangeiros e as possíveis causas que os trouxeram ao Brasil. Uma coisa é certa, entre os brasileiros só havia gente grande, pois viajar pra Europa na atual conjuntura não é coisa pouca, nem rotina pra qualquer um, é sim privilegio de uma pequena minoria. Contudo, infelizmente nem a posição social, nem o saldo bancário, nem o status adquirido pelos sobrenomes e cargos de destaque os livrou do terrível desastre. Confesso que ao ler o texto bíblico com o qual inicie este artigo, fiquei bastante incomodado e passei a rever minhas atitudes. Esse povo nem imaginava que ia morrer, que dirá desse jeito catastrófico. Veja como são as coisas. Dois dias depois do acidente eu também tive que voar, é claro que não foi pra Europa, pois eu faço parte da maioria que só voa de vez enquanto e a trabalho. Quando cheguei ao aeroporto do Galeão ainda pude encontrar uma fila de repórteres de vários lugares do mundo e fiquei pensando, quando será o próximo? Será que sou eu a bola da vez? No desembarque em Fortaleza minha primeira atitude foi ligar pra casa e dizer que tinha pousado. Ufa! Afinal, quem está livre de tudo isso? Por isso devemos seguir alguns exemplos que vou passar a citar agora. Veja só o que a mídia nos informa a respeito de alguns passageiros do voo 447. Giovanni Batista Lenzi – era um italiano deputado da Província Autônoma de Trento e Região Alto Adige, e segundo a mídia veio ao Brasil para entregar uma doação às vítimas das enchentes que atingiram Santa Catarina em novembro de 2008. E olha que outras enchentes já aconteceram de lá pra cá, mas ele tinha esse foco e não perdeu tempo. Luigi Zortea – era prefeito de Canal San Bovo, em Trento, na Itália, e também visitou o município de Gaspar (SC) para entregar doação a um centro de apoio psicossocial às vítimas das enchentes. Gente com objetivo aproveitando a vida enquanto há tempo pra ser útil. Pablo Dreyfus – ainda jovem, era pesquisador da organização não governamental Viva Rio, e atuava em estudos sobre a produção de armas no Brasil. Atualmente ele trabalhava no projeto de proteção a jovens que vivem em territórios vulneráveis. Caramba, um estrangeiro se doando pela recuperação de nossos jovens, que exemplo, não? Tem ainda o Sr. Rino Zandonai - Diretor da Associazione Trentini Nel Mondo, outro italiano que também veio ao Brasil para entregar uma doação a um centro de apoio psicossocial às vítimas das enchentes que atingiram Santa Catarina. Muitos outros estavam na lista, mas a maioria deles apenas a passeio, sem quaisquer propósitos, apenas gastando alguns euros na Cidade Maravilhosa. E você, como está vivendo sua tão passageira vida? Estes homens souberam aproveitá-la muito bem, apesar de que nada disso que fizeram lhes garantirá a vida eterna que nos é dada tão somente pela graça e não pelas obras, contudo, arrisco-me em dizer que talvez eles já a tivessem, pois as obras são exatamente a expressão da fé salvadora em Cristo Jesus. Seja útil! Viva cada dia como se fosse o ultimo dia de sua vida. Entregue sua vida a Jesus e viva a vida de Cristo até morrer, quando então você estará no lucro.

No amor de Cristo,

Pr. Antônio Ramos.