Jornalismo literário
Debate realizado no dia 26 de maio, no SENAC Lapa, pelo pessoal do Jornalirismo - falaram para mim, não por mim.
Finalmente descobri o que são estes textos que publico contando os desacontecimentos do dia-a-dia, às vezes em prosa poética, sempre embasados no sumiço ou exagero de elipses, são textos de jornalismo literário. Não sabia que isto existia e tinha nome.
Ensinamentos, foram as três horas mais didáticas dos meus últimos cinco anos, como foi possível? Graças a generosidade de Eliane Brum, Pedro Bial, Daniel Pizza e Sergio Vilas Boas. Infelizmente, sou obrigada a registrar a falta dessa grandeza anônima no meu vizinho Allan da Rosa, falo vizinho porque também resido na periferia paulistana, mais exatamente, para quem tiver curiosidade: moro naquele bairro que na semana passada a Globo mostrou no jornal das 8 o desmantelamento da maior rede pirata de televisão, o Canal Bahia. É, eu moro lá, e confesso que aquilo que é chamado de crime, eu relevaria à contravenção, com algum acordo plausível entre o Bahia e a NET, que por sinal a um custo bem mais alto oferece serviços aquém dos que o Bahia prestava, nada precisaria ter sido desfeito, as 30.000 famílias continuariam a ter acesso a mais de cem canais por dez reais por mês, o canal oito que transmitia reclames e notícias do bairro continuaria a integrar a comunidade e a NET com algum percentual da arrecadação, estaria atendendo bem as famílias de baixa renda sem novos investimentos. Por que as empresas de TV a Cabo não admitem que não têm produto para atender aquela faixa da população e não terceiriza sua atuação para pessoas como o Bahia, por que? Esse assunto de pirataria tem me deixado confusa, ouvi dizer que Gilberto Gil disponibilizou todas suas músicas na internet, mas se não houver como remunerar a autoria, o que será de nós? Para esta agonia, desde este debate no Jornalirismo, me apego ao que Pedro Bial falou: com o tempo parei de buscar uma única resposta ou solução para os problemas, não existe uma verdade única.
Onde estávamos? Ah, sim, sou mana da periferia, escritora, agitadora cultural, admiradora da Cooperifa, muito bem comandada pelo Sérgio Vaz , portanto, da mesma tribo do Allan da Rosa, mas falando uma língua diversa a dele. Enquanto houver nesse país pessoas que levantam a bandeira da discriminação, se achando melhor ou com mais direitos só por ser rico, pobre, preto ou branco, não passaremos de Zé Povinho, pois não conseguiremos nos unir e organizar nem entre nós mesmos.
Foram muitos os ensejos do Allan que me desagradaram, o mais evidente, quase ao final, foi ele dizer aos estudantes de jornalismo para não se preocuparem com o desafio tempo na hora de preparar um trabalho na redação, contrariando o que Daniel Pizza havia recomendado e insistido que este é um desafio que se superado traz outros melhores na rota para o reconhecimento profissional. Informo que para falar esta e tantas outras bobagens ou coisas mais que evidentes para aquele público, Allan sempre estourava o tempo que tinha, se limitava a pedir desculpas e era desculpado pelos generosos.
Assim é fácil, contando com a paciência alheia é fácil não preocupar-se com o tempo ou com o direito dos outros.
Confira os detalhes do debate acessando:
http://jornalirismo.terra.com.br/eventos/24/689-com-independencia-de-olhar-e-reportar-nasce-o-jornalismo-transformador
Debate realizado no dia 26 de maio, no SENAC Lapa, pelo pessoal do Jornalirismo - falaram para mim, não por mim.
Finalmente descobri o que são estes textos que publico contando os desacontecimentos do dia-a-dia, às vezes em prosa poética, sempre embasados no sumiço ou exagero de elipses, são textos de jornalismo literário. Não sabia que isto existia e tinha nome.
Ensinamentos, foram as três horas mais didáticas dos meus últimos cinco anos, como foi possível? Graças a generosidade de Eliane Brum, Pedro Bial, Daniel Pizza e Sergio Vilas Boas. Infelizmente, sou obrigada a registrar a falta dessa grandeza anônima no meu vizinho Allan da Rosa, falo vizinho porque também resido na periferia paulistana, mais exatamente, para quem tiver curiosidade: moro naquele bairro que na semana passada a Globo mostrou no jornal das 8 o desmantelamento da maior rede pirata de televisão, o Canal Bahia. É, eu moro lá, e confesso que aquilo que é chamado de crime, eu relevaria à contravenção, com algum acordo plausível entre o Bahia e a NET, que por sinal a um custo bem mais alto oferece serviços aquém dos que o Bahia prestava, nada precisaria ter sido desfeito, as 30.000 famílias continuariam a ter acesso a mais de cem canais por dez reais por mês, o canal oito que transmitia reclames e notícias do bairro continuaria a integrar a comunidade e a NET com algum percentual da arrecadação, estaria atendendo bem as famílias de baixa renda sem novos investimentos. Por que as empresas de TV a Cabo não admitem que não têm produto para atender aquela faixa da população e não terceiriza sua atuação para pessoas como o Bahia, por que? Esse assunto de pirataria tem me deixado confusa, ouvi dizer que Gilberto Gil disponibilizou todas suas músicas na internet, mas se não houver como remunerar a autoria, o que será de nós? Para esta agonia, desde este debate no Jornalirismo, me apego ao que Pedro Bial falou: com o tempo parei de buscar uma única resposta ou solução para os problemas, não existe uma verdade única.
Onde estávamos? Ah, sim, sou mana da periferia, escritora, agitadora cultural, admiradora da Cooperifa, muito bem comandada pelo Sérgio Vaz , portanto, da mesma tribo do Allan da Rosa, mas falando uma língua diversa a dele. Enquanto houver nesse país pessoas que levantam a bandeira da discriminação, se achando melhor ou com mais direitos só por ser rico, pobre, preto ou branco, não passaremos de Zé Povinho, pois não conseguiremos nos unir e organizar nem entre nós mesmos.
Foram muitos os ensejos do Allan que me desagradaram, o mais evidente, quase ao final, foi ele dizer aos estudantes de jornalismo para não se preocuparem com o desafio tempo na hora de preparar um trabalho na redação, contrariando o que Daniel Pizza havia recomendado e insistido que este é um desafio que se superado traz outros melhores na rota para o reconhecimento profissional. Informo que para falar esta e tantas outras bobagens ou coisas mais que evidentes para aquele público, Allan sempre estourava o tempo que tinha, se limitava a pedir desculpas e era desculpado pelos generosos.
Assim é fácil, contando com a paciência alheia é fácil não preocupar-se com o tempo ou com o direito dos outros.
Confira os detalhes do debate acessando:
http://jornalirismo.terra.com.br/eventos/24/689-com-independencia-de-olhar-e-reportar-nasce-o-jornalismo-transformador