A PSICOSE POS TRAUMATICA
A PSICOSE POS TRAUMATICA
Segundo o Professor Carlos Alberto Cespo de Souza, Doutor em Psquiatria e Professor do Curso de Especializacao em Psiquiatria do CEJBF/FFFCMPA em seu artigo Psicoses pos traumaticas publicada , Psychuatry on line Brasil em 7 de outubro de 2003: Silver, in Arehart - Treichel , 2001 registrou : Existen poucos estudos sobre a conexao entre TCE e a esquizofrenia, devido as dificuldades de seu estudo. Um dos motivos dessas dificuldades esta centrado no fatode que as pessoas com esquizofrenia usualmente nao frequentam o sistema de tratamento para traumatizados cerebrais e sim o sistema de tratamento de saude mental. Ahmed e Fujii, reportando-se as psicoses pos traumaticas, afirmam que em torno de 3 milhoes de casos de traumatismos cranioencefalicos a cada ano no EEUU. Estes pacientes tem entre duas a cinco vezes maior risco de desenvolver uma psicose do que a populacao em geral. Afirmam que a psicose pos traumatica poder ocorrer muitos anos apos o trauma e que relacao ainda nao e conhecida (Ahmed e Fujji 1998) Em estudo posterior identificaram os fatores de risco para o desenvolvimento de uma psicose pos traumatica ( Fujii e Ahmed 2000).
Labbate e Warden mostrando que as sindromes psiquiatricas sao comuns em pacientes postraumaticos, com sindromes tipicas de transtorno do humor, ansiedade, psicoses, alteracoes de personalidade e cognicao, revisaram na literatura as medidas terapeuticas existentes para seu tratamento. Evidenciaram em sua conclusao, que somente nos anos atuais se iniciaram estudos a respeito das medidas terapeuticas a seram adotadass para o tratamento dessas sindromes ( Labbate e Warden 2000). Artigos publicados em 2002 por Hurley e Taber, abordam tanto a necessidade de um diagnostico correto, da escolha do farmaco a ser utilizado e o necessario ajuste de sodes consierando as caracteristicas particulares e a vulnerabilidade dos pacienetes com TCE.Dentro de uma avaliacao mais geral Farrel e Tanev , baseados em estudos retrospectivos, apontaram que as pessoas mais idosas e que apresentam a pior recuperacao e os maiores riscos para o desenvolvimento de sindromes pos traumaticas ( Farrel e Tanev 2002).
Fujii e Ahmed estudaram as caracteristica dos transtornos psicoticos devido aos TCE mediante uma analise de estudos de caso na literatura. Em seu estudo, analisaram os dados d e 69 publicacoes e procuram descrever suas caracteristicas comuns.
Em seus achados, encontraram que a maioria dos pacientes eram homens e os sintomas ocorrera entre os dois primeiros anos apos TCE grave, e ou moderado. A maioria mostrou anormalidades nas tomografias computorizadas / ressonancia magnetica e EEG com localizaçao em areas frontais e temporais. A apresentaçao clinica, por sua vez incluiu ideaçoes delirantes e alucinaçoes sem a ocorrencia de sintomas negativos.
Concluiram os autores que os dados demonstram que pacientes com Transtornos Psicoticos derivados de TCE possuem elementos suficientes para que sejam distinguidos da esquizofrenia primaria. (Fujiie Ahamed, 2002).
Zhang e Sachdev, analisaram em seu estudo varios aspectos relacionados com os TCE e a esquizofrenia - tipo. Os aspectos analisados foram os epidemiologicos, criterios diagnosticos, apresentaçao clinica e fatores psico e patofisiologicos. Os autores discutiram, tambem aspectos relacionados desses transtornos com a epilepsia pos traumatica.
Em seus estudos, encontraram que o modo de apresentaçao clinica e semelhante ao da esquizofrenia primaria, com proeminencia de ideias delirantes persecutorias ou de outros matizes, alucinaçoes auditivas e ate de sintomas negativos. O inicio e muitas vezes gradual, com um curso subagudo ou cronico. O fator de risco mais proeminente advem de TCE graves, especialmente especialmente as lesoes dos lobos temporais e frontais e que, possivelmente a carga genetica desempenhe algum papel.
Concluem seu estudo afirmando que a epilepsia pos traumatica possa representar um fator protetivo ao desencadeamento de uma psicose esquizofrenia tipo e apontam para a necessidade de mais estudos longitudinais sistematicos nessa area ( Zhang e Sachdev , 2003).
Fujii em artigo de agosto /03, publicado no Psychiatric Times, aborda a neuropsiquiatria das psicoses secundarias aos TCE de forma bastante aprofundada. Menciona ele que em torno de 4% a 9 % dos individuos que sofrem um TCE apresentam psicoses. Embora sua raridade, tres aspectos sao salientados com de interesse clinico e de neurocientistas:
a) ha, usualmente, uma latencia entre o trauma cerebral e eclosao dos sintomas psicoticos, fato que torna o surgimento dos sintomas com algo inesperado de um verdadeiro quebra cabeças.
b) ha dados diagnosticos de algumas pessoas que desenvolveram uma psicose pos traumatica que possuem historia familiar de transtornos psicoticos e outras nao, e
c) o transtorno possui relevancia para compreeder os transtornos do especto esquizofrenico.
Avançando em seus estudos Fujii aborda varios aspectos de interesse:
INICIO : o inicio é variável, porem parece ser frequente entre as idades de 20 a 30 anos. Antes dessas idades é raro e pode esta associado com uma representaçao mais grave de psicoses.
LATENCIA : o tempo de surgimento da psicose apos o trauma encefalico tambem e variavel. Embora a maior parte dos registros apotem entre 4 a 5 anosm a latencia pode ocorrer desde poucos dias ate mais de 20 anos.
FATORES DE RISCO: os fatores de risco incluem genero masculino, anormalidades neurologicos tais como um TCE precoce ou transtorno neurologico, disturbios psicologicos previos, historia familiar de transtorno psicotico ou de retardo mental .
CARACTERISTICAS DAS LESOES: pacientes que sofreram TCE abertos(hemorragias, fraturas, perdas de substancia, afundamento osseos e edemas) ou fechados ( concussao) podem desenvolver psicose.
ASSOCIAÇAO COM EPILEPSIAS: a epilepsia , particularmente do lobo temporal e uma comorbidade frequente com as psicoses pos traumaticas, seus niveis variando 9% a 34%.
APRESENTAÇAO: embora as psicoses pos traumaticas esteja associadas com variadas formas de idéias delirantes, incluindo as de grandiosidade, referencias, religiosidade, etc, as mais comuns sao as paranoides ou persecutorias, aparecendo em torno de 80% de todos os pacientes.As alucinaçoes auditivas soa comuns, surgindo em torno de 60 a 93 % de todos os pacientes. Alucinaçoes visuais, sintomas negativos e pensamentos concretos sao mais raros, ocorrendo em torno de 8% a 32 % , 15% a 22,2 % , e 4,4 % dos pacientes, respectivamente.
LOCALIZAÇÃO DAS LESÕES: os dados mais frequentes apontam as lesões nas àreas temporais e frontais. De um ponto de vista neuropsicologico, os prejuizos na memória e nas funções executivas são os que são mais encontrados.
DIFERENCIAL COM ESQUIZOFRENIA: os pacientes com psicoses pisicoses pos traumaticas parecem ter menos sintomas negativos do que na esquizofrenia. Por sua vez, os achados dos pacientes com psicoses pos traumaticas nos exames de ressonancia magnética são anormalidade focais nas áreas frontais e temporais, enquanto na esquizofrenia as anormalidades mais comuns são alargamento dos ventriculos.
CURSO E TRATAMENTO: há grande variabilidade no curso do transtorno e de sua resposta aos tratramentos. Alguns pacientes demonstram um curso curto enquanto outros tendem a cronificação. A cronicidade está assossiada a uma personalidade previa esquizóide. Em relação aos tratamentos, as substâncias mais utilizadas são os neurolepticos, seguidos pelos anticonvulsivantes e lítio.Merece consideção especial o fato de que os pacientes com psicoses pós traumáticas possuem sensibilidade maior ao efeito das drogas, especialmente nos aspectos de sedação, para efeitos anticolinergicos e na possibilidade de provocar convulsões.
CONCLUSÃO
É provável que muitos pacentes foram diagnosticados como esquizofrênicos sem que em suas historias de vida pregressa fossem documentados ou desconsiderados os traumatismos cranioencefalicos com determinantes dos sintomas psicóticos (Fujii 2.003)
Pelo exposto pode-se dizer que as psicoses pós tramáticas necessitam ser melhor compreendid pelos médicos de uma maneira geral. Necessitando de um estudo neurologico e psiquiatrico com exames imageologicos como Ressonancia Magnetica de Cranio e Magnetica de Cranio exame eltroencelfalografico com mapeamento Cerebral; com especial atenção aos pacientes com antecedentes familiares de doença mental ou retardamento mental , com personalidade previa esquizóide e historico de ter sofrido Traumatismo Cranio Encefalico.