RED HOT CHILI PEPPERS – ÓIA EU FALANO INGRÊS!

Quem ler um título desses pensa que eu sei alguma coisa de inglês. Não sei nem pra onde é que vai. Se é que vai pra algum lugar. O problema é que meu filho, na época com 16 anos, escutou uma propaganda na Rádio Oi FM, dizendo que aconteceria um show, da banda de rock dos Estados Unidos, Red Hot Chili Peppers, formada em Los Angeles, Califórnia, em 1983.

“A referida banda, vencedora dos Grammys, é composta por quatro membros, o vocalista Anthony Kiedis, o guitarrista John Frusciante, o baixista Michael "Flea" Balzary e o baterista Chad Smith. Assistindo a várias mudanças e a problemas pessoais de membros, o estilo da banda é variado, conseguindo juntar elementos do tradicional alternativo e funk com vários elementos de heavy metal, punk rock e rock psicodélico”.

“Eles eram garotos de Hollywood que descobriram um som diferente. Em retrospecto eles estavam fora do contexto, fora do que havia na época. Eram diferentes. Os Chili Peppers causaram polêmica desde o início, com suas famosas "Socks on Cocks", mas, por trás da fachada extravagante há uma amizade inabalável. O grupo passou pela morte de um dos integrantes (Hillel Slovak), o testemunho do quase declínio total de outro (John Frusciante). Após a recuperação, com a "nova" formação, o Red Hot Chili Peppers abriu novas trilhas e atingiu seu maior sucesso, ultrapassando muitos grupos de rock atuais”.

Não pensem que eu sei alguma coisa do que está escrito nestes dois parágrafos. Sei de coisa nenhuma. Quem me informou tudo isso foi o meu amigo Google. Vejam só o que faz a tecnologia. Bom, mas isso não vem ao caso.

O fato é que a Rádio Oi FM informou a existência de um concurso, e quem pedisse de uma maneira interessante e diferente, poderia ser o sorteado para ir até os Estados Unidos, assistir ao show com passagens, estadia e ingressos, pagos pela rádio. Aí o meu filho, Ismaelzinho, endoidou.

Como ele conhecia bem a história dessa banda, criou uma estória, traduzindo os nomes de algumas das músicas dos Chili Peppers, para participar do concurso e pediu que eu também criasse uma estória para ele concorrer.

Como eu não sabia, nem sei, nada da bendita banda, procurei pedir em versos de cordel, que é o que eu sei fazer. Minha filha, Isabela, achou a ideia interessante e ele também. Então, eu criei o mote “Pra provar ao Red Hot/Qu’eu também mereço ir” e escrevi:

Haverá um grande show

Da banda que mais adoro

Faz quatro dias que choro

Sem ter certeza se vou

Mas uma rádio falou

Que poderei assistir

Só basta saber pedir

Por isso fiz esse mote

Pra provar ao Red Hot

Qu’eu também mereço ir

Você diz por que merece

Assistir a esse show

Foi o que o rádio falou,

Eu ouvi como uma prece

Já vi que o fã padece

Com ladeiras pra subir

Por isso eu quero seguir

Com a rodia e o pote

Pra provar ao Red Hot

Qu’eu também mereço ir

Sei que muitos vão querer

Assistir a esse show

Sem ter dinheiro eu não vou

Mas eu posso concorrer

Por isso eu vou escrever

E sei que vou conseguir

E quando eu for assistir

Vou dar um grande pinote

Pra provar ao Red Hot

Qu’eu também mereço ir

Não deu! A rádio não deu resposta. Aí, eu não sei se meu filho ficou em primeiro ou milionésimo lugar.

Recife, 2007