Morte anunciada.
Não consegue decifrar as cores, mas ouve muito barulho a sua volta. Sua mente parece um projetor de slides, onde cenas do passado, do presente se fazem notar, seus ouvidos ainda guardam alguns conselhos que fingiu não escutar, mas quando tenta ao menos imaginar o amanha, nuvens escuras é tudo que consegue ver.
Suas mãos crispadas no volante, suas pernas um tanto pesadas, como que entorpecidas, quase não mais obedecem os comandos do seu cérebro, mas que comandos! Se nem mesmo ele sabe por onde este corpo anda, pois ele também já anda bem afogado na nevoa destilada, que foi consumida em algum bar.
Depois... Um ranger de freios, um barulho de latas sendo rasgadas, alguns gritos... E nada mais. Mas no silencio que se fez nos que tentaram ainda salvá-lo, havia uma certeza que não precisava ser declarada, ali estava mais uma morte anunciada.