AO PÉ DO FAROL NÃO HÁ LUZ

AO PÉ DO FAROL NÃO HÁ LUZ

Em um “bate papo” informal com José Renato Sátiro Santiago, um dos mais brilhantes diretores de empresas que conheci no Distrito Industrial, reunidos na ante-sala do presidente da FIEAM, , ele, com a sutileza que lhe é peculiar, referindo-se a uma conversa com sua neta, ainda criança, ponderava sobre o valor da educação, dando ênfase ao grande problema que enfrentamos atualmente em Manaus e em todo o país, diretamente ligado ao tema.

No dia seguinte, incumbido de representar o presidente da ACA – Associação Comercial de Manaus – em uma audiência pública na Câmara dos Vereadores, ao passar pela Avenida Brasil – no Bairro São Raimundo, onde estão trabalhando na revitalização do “em torno” do Canal, chamou-me a atenção a quantidade de garrafas e plásticos misturados à água desse canal, uma imundície imensa.

Coincidentemente, a audiência pública para a qual fui convocado, tratava de pedir à ACA contribuições para tentar resolver os problemas que impactam o cotidiano da cidade, tanto no ponto de vista urbanístico quanto social, referindo-se especificamente à falta de segurança, má conservação das praças e calçadas públicas, terrenos baldios, camelôs, flanelinhas, iluminação pública deficiente, comércio de produtos piratas e mais inúmeras situações escabrosas com quem nos deparamos diariamente, como a triste visão do lixo entupindo o canal e outros igarapés da cidade, paisagem dantesca de nossa periferia.

E com tudo isso, voltamos ao nosso ponto de partida na conversa tida com o Sr. José Renato, onde tudo se resume em uma só palavra - EDUCAÇÃO.

É mais uma questão de CAUSA E EFEITO.

– Contou-me que em um certo país, muito evoluído, em uma grande metrópole, um certo executivo de uma empresa dirigiu-se de carro em companhia de um amigo brasileiro, para o trabalho. Era muito cedo, as ruas ainda vazias e ele parou o carro a grande distância de seu trabalho, tendo que fazer um longo trajeto a pé, em direção ao edifício onde funcionava sua empresa. Aí, o seu amigo perguntou-lhe: - Puxa, por que você parou tão longe, já que existiam tantas vagas aqui perto? Ao que ele respondeu: - Como cheguei cedo, prefiro deixar as vagas livres, que estão mais próximas, para os que chegarem atrasados.

- E agora? Pois é: Muito bom para nossa reflexão, portanto, não adianta tratar os efeitos, sem combater a causa!

E mais complicado ainda, quando, em nosso país, falam da erradicação do analfabetismo, a partir do conhecimento das letras de seu próprio nome, de uma arranhada assinatura, da leitura arrastada de algumas palavras e textos.

A educação básica precisa vir dos pais, paralelamente, no limiar do aprendizado escolar, para fortalecimento dos sentidos de brasilidade e civismo, do entendimento dos direitos e obrigações sociais, do conhecimento dos limites do ter e poder, do respeito mutuo, da religiosidade, e etc.

E se a grande maioria dos pais são semi-analfabetos, como fazer?

- NECESSÁRIO SE FAZ EDUCA-LOS TAMBÉM!

Combater a CAUSA, no caso a DESINFORMAÇÃO E A FALTA DE EDUCAÇÃO, é criar programas comunitários, programas institucionais obrigatórios nas redes de TV, em horários nobres, através de subsídios federais, estaduais e municipais, previamente elaborados com a finalidade de levar às famílias mensagens de preservação ao meio-ambiente, de reutilização de inservíveis, de higiene e saúde familiar, orientando sobre regras básicas de comportamento sócio-econômico, além de cursos profissionalizantes e orientação pedagógica.

A ação preventiva tem a força da revitalização de usos e costumes, que devidamente direcionados, tendem à contribuir de forma extremamente representativa com o uso do bom censo, da auto-crítica e o cumprimento dos objetivos sociais esperados.

Conforme João Ubaldo Ribeiro já dizia, o problema está NA MATÉRIA -PRIMA DE NOSSO PAÍS – O POVO! Essa a causa, não o efeito.

– Collor, não deu certo; Fernando Henrique, também não, e o Lula vai pelo mesmo caminho e qualquer outro que virá, também. O que nos falta é EDUCAÇÃO. O Governo, somos nós, os políticos... nem tanto assim. O mal, aos nossos pés... por isso não o enxergamos!

Urias Sérgio de Freitas

Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 30/05/2009
Reeditado em 30/05/2009
Código do texto: T1623402