O COMÉRCIO INFORMAL
Uma das atividades mais antigas das que se tem conhecimento é o comércio informal. Jesus Cristo em suas andanças podia ser visto no meio do povo humilde e entre barracas armadas nas ruelas das cidades por onde passava. Poucos eram os comerciantes que dispunham de condições para ter a sua loja ou o seu comércio estabelecido em uma estrutura construída. Naquela época no entanto, muitos daqueles comerciantes informais eram mascates que perambulavam de cidade em cidade oferecendo suas mercadorias e permaneciam nas barracas improvisadas por pouco tempo, logo arribando para outra localidade.
Nos dias de hoje prolifera-se em todas as cidades o trabalho informal. Isto ocorre por diversos fatores que contribuem para o surgimento da informalidade. Com as limitações de trabalho nas cidades do interior e principalmente nas regiões mais pobres do país, as pessoas sem outras opções acorrem para as grandes cidades buscando uma opção de sobrevivência e custeio da família. A competitividade do mercado obriga cada vez mais as empresas a exigirem alto grau de conhecimento e atualização dos seus funcionários a fim de poderem permanecer no âmbito comercial. Acontece que em paralelo os governos caminham a passos lentos na formação profissional dos trabalhadores. Com um ensino de baixa qualidade e tendo as pessoas que prover o sustento, acontece o fenômeno da evasão escolar pela necessidade do trabalho. Sem escolaridade e qualificação profissional estas pessoas são relegadas no mercado de trabalho e ficam sem alternativa para a provisão da família, buscando na atividade informal uma condição de sobreviver.
A pluralização do comércio informal desordenado é culpa unicamente de uma política exclusiva que deixa de promover ações sócio-educativas nas populações mais carentes, proporcionando ensino de qualidade e profissionalizante, direcionando suas condutas em prol das grandes empresas e dos grandes empresários, com quem mantêm estreitos laços de cooperação e comprometimento. Sem alternativa essas pessoas objetivando exercer um meio lícito de sobrevivência, buscam na atividade informal sua única opção de existir.
Pressionados pelos empresários aos quais se vêem “amarrados” devido à alta carga tributária impostas a estes, os governos atendem seus apelos e passam a combater o trabalho informal que tanto incomoda os comerciantes. Assim, utilizando-se das guardas municipais os prefeitos combatem de maneira arbitrária e desumana as pessoas que buscam na informalidade o seu sustento.
A conduta na repressão ao comercio informal acontece de forma despreparada, arrogante, desmedida e sem critério, atacando os ambulantes e subtraindo suas mercadorias, muitas vezes utilizando-se de violência, agredindo a integridade moral de pessoas humildes que pelo simples fato de estarem trabalhando informalmente já se expõem. As pessoas que compõem as guardas municipais demonstram um grande despreparo no trato com os seres humanos com que estão lidando, notadamente com os ambulantes deficientes que sequer podem se defender. Com o pretexto de “ordenar o comércio” as prefeituras perseguem obstinadamente os trabalhadores informais das cidades, subtraindo suas mercadorias e proibindo-os de trabalhar honestamente nos lugares onde buscam seu sustento. As guardas municipais persegue aos vendedores por determinação da cúpulas das prefeituras que sequer buscam uma solução humana para o problema, preferindo perseguir e humilhar as pessoas como faziam os soldados romanos aos cristãos.
Ao invés de combaterem arbitrariamente o comercio informal, os prefeitos deveriam ordenar criteriosamente, cadastrando essas pessoas, avaliando suas situações financeiras, estabelecendo limites de atuações e inclusive proporcionando ajuda profissional para que muitos depois de profissionalizados ingressassem no mercado de trabalho e tivessem uma melhor condição de vida.
Vivemos em uma sociedade elitista onde poucos têm muito e muitos não têm nada vivendo sem perspectivas e à margem da sociedade. Aqueles de índole fraca e sem alternativas, optam enfim por atividades ilícitas, o que gera a violência e a criminalidade. No entanto existem os que apesar de limitados não se deixam abater e não perdem a sua dignidade, preferindo a humilhação digna de um trabalho informal. A estes, que se dediquem auxílio e condição de poder ser cidadãos de bem.
* Este texto está no livro "Ponto de Vista" a ser lançado brevemente com artigos, contos e crônicas. É proibido a reprodução parcial ou total. Visite meu site: www.ramos.prosaeverso.net
Uma das atividades mais antigas das que se tem conhecimento é o comércio informal. Jesus Cristo em suas andanças podia ser visto no meio do povo humilde e entre barracas armadas nas ruelas das cidades por onde passava. Poucos eram os comerciantes que dispunham de condições para ter a sua loja ou o seu comércio estabelecido em uma estrutura construída. Naquela época no entanto, muitos daqueles comerciantes informais eram mascates que perambulavam de cidade em cidade oferecendo suas mercadorias e permaneciam nas barracas improvisadas por pouco tempo, logo arribando para outra localidade.
Nos dias de hoje prolifera-se em todas as cidades o trabalho informal. Isto ocorre por diversos fatores que contribuem para o surgimento da informalidade. Com as limitações de trabalho nas cidades do interior e principalmente nas regiões mais pobres do país, as pessoas sem outras opções acorrem para as grandes cidades buscando uma opção de sobrevivência e custeio da família. A competitividade do mercado obriga cada vez mais as empresas a exigirem alto grau de conhecimento e atualização dos seus funcionários a fim de poderem permanecer no âmbito comercial. Acontece que em paralelo os governos caminham a passos lentos na formação profissional dos trabalhadores. Com um ensino de baixa qualidade e tendo as pessoas que prover o sustento, acontece o fenômeno da evasão escolar pela necessidade do trabalho. Sem escolaridade e qualificação profissional estas pessoas são relegadas no mercado de trabalho e ficam sem alternativa para a provisão da família, buscando na atividade informal uma condição de sobreviver.
A pluralização do comércio informal desordenado é culpa unicamente de uma política exclusiva que deixa de promover ações sócio-educativas nas populações mais carentes, proporcionando ensino de qualidade e profissionalizante, direcionando suas condutas em prol das grandes empresas e dos grandes empresários, com quem mantêm estreitos laços de cooperação e comprometimento. Sem alternativa essas pessoas objetivando exercer um meio lícito de sobrevivência, buscam na atividade informal sua única opção de existir.
Pressionados pelos empresários aos quais se vêem “amarrados” devido à alta carga tributária impostas a estes, os governos atendem seus apelos e passam a combater o trabalho informal que tanto incomoda os comerciantes. Assim, utilizando-se das guardas municipais os prefeitos combatem de maneira arbitrária e desumana as pessoas que buscam na informalidade o seu sustento.
A conduta na repressão ao comercio informal acontece de forma despreparada, arrogante, desmedida e sem critério, atacando os ambulantes e subtraindo suas mercadorias, muitas vezes utilizando-se de violência, agredindo a integridade moral de pessoas humildes que pelo simples fato de estarem trabalhando informalmente já se expõem. As pessoas que compõem as guardas municipais demonstram um grande despreparo no trato com os seres humanos com que estão lidando, notadamente com os ambulantes deficientes que sequer podem se defender. Com o pretexto de “ordenar o comércio” as prefeituras perseguem obstinadamente os trabalhadores informais das cidades, subtraindo suas mercadorias e proibindo-os de trabalhar honestamente nos lugares onde buscam seu sustento. As guardas municipais persegue aos vendedores por determinação da cúpulas das prefeituras que sequer buscam uma solução humana para o problema, preferindo perseguir e humilhar as pessoas como faziam os soldados romanos aos cristãos.
Ao invés de combaterem arbitrariamente o comercio informal, os prefeitos deveriam ordenar criteriosamente, cadastrando essas pessoas, avaliando suas situações financeiras, estabelecendo limites de atuações e inclusive proporcionando ajuda profissional para que muitos depois de profissionalizados ingressassem no mercado de trabalho e tivessem uma melhor condição de vida.
Vivemos em uma sociedade elitista onde poucos têm muito e muitos não têm nada vivendo sem perspectivas e à margem da sociedade. Aqueles de índole fraca e sem alternativas, optam enfim por atividades ilícitas, o que gera a violência e a criminalidade. No entanto existem os que apesar de limitados não se deixam abater e não perdem a sua dignidade, preferindo a humilhação digna de um trabalho informal. A estes, que se dediquem auxílio e condição de poder ser cidadãos de bem.
* Este texto está no livro "Ponto de Vista" a ser lançado brevemente com artigos, contos e crônicas. É proibido a reprodução parcial ou total. Visite meu site: www.ramos.prosaeverso.net