MEIO AMBIENTE: UMA REFLEXÃO (1)

Temos insistido na abordagem das questões ambientais. Por quê? Porque hoje, mais do que nunca, é preciso encarar o meio ambiente como algo que faz parte das nossas vidas. As pessoas devem ter em mente que em um ambiente poluído, com desmatamentos, sem água, hiperconsumo e com espécies animais sendo extintas não teremos condições de nos mantermos vivos ou de garantir a vida para as gerações futuras.

Profissionais mais dedicados no estudo e acompanhamento da “saúde da Terra” apontam três questões que preocupam e podem levar a extinção da espécie humana dentro de alguns milhares de anos: desperdício e poluição das águas, desmatamento e o hiperconsumo, aliado à grande produção de lixo.

A água doce é um recurso vital para a humanidade e, apesar de parecer abundante, não é inesgotável: de todo esse bem existente no planeta, somente 0,029% está nos rios e lagos; 0,39% no subterrâneo, e 0,001% na atmosfera. O restante é água salgada e imprópria para o consumo humano (97,2%), ou está nos pólos, na forma de gelo (0,39%). Apesar disso, a ‘pouca educação ambiental’ faz com que vigore a cultura do desperdício.

Nos últimos 75 anos a população mundial (6,3 bilhões de pessoas) triplicou, fazendo com que a demanda por água aumentasse em 60%. A estimativa é que se o consumo desordenado continuar, em 2025 a população estará consumindo 75% das reservas de água potável do planeta. Atualmente, a água já é produto escasso para 2 bilhões de pessoas, metade delas residindo em áreas urbanas.

... E a situação só se agrava, com a alarmante contaminação dos recursos hídricos e o desperdício que se verifica, principalmente, na agricultura: a produção mundial de alimentos consome algo perto dos cinco trilhões de metros cúbicos de água/ano. No Brasil, o uso de agrotóxicos e fertilizantes é a segunda causa de contaminação da água. Uma pesquisa divulgada em maio do ano passado pelo IBGE aponta que 1.134 dos 5.281 municípios brasileiros têm o solo contaminado por esses produtos.

Por esses números constata-se facilmente que nessas terras abaixo da Linha do Equador a população utiliza mal esse recurso natural, desperdiçando cerca de 40% da água potável destinada ao consumo humano, segundo dados do Parlamento Latino Americano, em 2003. A ONU estima que o desperdício de água poderia chegar, até, 20%.

Por ser um bem essencial, a água doce deve estar na pauta de discussões sobre desenvolvimento e sustentabilidade dos governos, em todos os níveis, a fim de definir, pelo menos, um programa de educação ambiental que possa orientar a população para o fato de que esse líquido não pode ser consumido indiscriminadamente como ocorre nos dias atuais.

Bom seria que as pessoas pudessem parar um pouco para refletir acerca das suas responsabilidades sobre os recursos naturais e o modo de vida que levam.

ALEXANDRE ACIOLI

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