Só rindo mesmo

Mais uma vez vou declarar que é muito melhor aprendermos a rir, toda vez que tivermos motivos para chorar, porque rir ainda é o melhor remédio, mesmo que seja por causas tristes. Se nos pusermos a chorar pelos acontecimentos que estão se avolumando pelo mundo, com certeza iremos nos estressar e entraremos assim em parafuso.

Vamos analisar apenas um exemplo marcante na nossa vivência atual, dessa forma poderemos rir juntos “às pampas” – é o caso do automóvel ou veículo de passeio. Será que alguém já parou para filosofar o quanto de problemas seriíssimos e de entraves calamitosos essa forma de locomoção humana está acumulando, ao longo dos tempos, no interior da formação societária mundial? Será que iremos encontrar quem já percebeu o “balaio de gatos” onde nos metemos, desde o momento em que se achou por bem dar-se a chance ao homem de entrar nessa de “status”, somente porque seja possuidor de um “bólido”, cheio de avançadíssimos sistemas eletrônicos e hidráulicos de controle? Realmente, esse é um prato cheio para a propagação do embotamento espiritual mundial.

Agora, no momento em que encontrarmos um pessoal que nos conteste, apenas porque está vivendo no limbo da ilusão, provocada pela própria preguiça mental, que não permite a visualização das verdades escondidas por detrás das evidências simplesmente aparentes e imediatas, então aí “a coisa pega”. Esses espíritos embotados é que foram os responsáveis diretos do crescimento desordenado e maluco desse segmento, que, por causa disso, está levando o mundo inteiro à autodestruição, por sufocação, da mesma forma em que os drogados alimentam toda uma corrente de tráfico mundial de drogas. Vejam como é fácil explicitar o que estamos afirmando – graças ao automóvel é que temos problemas sérios com relação à exploração do petróleo, não só como combustível, mas também pelo uso de asfaltos em ruas e estradas, pelo uso em inúmeras peças plásticas, pela fabricação de pneus etc., tudo isso provocando uma dependência perigosa para a continuidade do progresso mundial em transportes.

A quantidade de fatores negativos, que a utilização desses veículos cria para o ser humano, não justifica a continuidade e muito menos o incremento desse processo produtivo, pois é esse segmento que está criando terríveis entraves para uma boa qualidade de vida humana. A poluição ambiental está acabando com o ecossistema, levando o homem a se preocupar com combustíveis alternativos semelhantes, mesmo que menos degradantes, o que não resolve nada, porque a quantidade de veículos fabricados no planeta cresce de uma forma assustadora. E tem mais, os motores a explosão, movidos por esses combustíveis, já deveriam fazer parte do passado, porque o que se tem feito ultimamente é apenas um trabalho de melhoramento dos atuais motores – poluidores, pesados, complicados e dispendiosos, não condizendo com a alta tecnologia de hoje, logo, eles deveriam estar mesmo é servindo de peça de museu, simplesmente.

Os gastos individuais para a manutenção de um carro particular consomem grande parte de qualquer orçamento pessoal – combustível, revisões, taxas e licenças, seguro, habilitação, pneus, reparos, pedágios etc.. A multiplicação dos mercados paralelos de carros clonados, de desmanches ilegais, da “indústria das multas”, da lavagem de dinheiro, dos golpes aos seguros e que tais, é proveniente desses tão cobiçados bens duráveis. É imperioso haver mudanças drásticas nas nossas próprias medidas de valores; temos mesmo é que dar grande guinada em nossas atitudes, visando lutar por uma sociedade mais humana, mais altruísta e mais equânime. Assim, a solução tecnológica para a criação de novas espécies de locomoção, que não sejam tão dispendiosas e, ao mesmo tempo, que sejam limpas, úteis, acessíveis a qualquer um, irá florescer, com toda certeza, quando não houver mais condições de se manter essa idiossincrasia.

_Vamos rir? Mas é melhor rirmos de alegria e de satisfação, não acham? Pois é, para isso temos que mudar muita coisa, a começar por nós mesmos.

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 28/05/2009
Reeditado em 06/10/2010
Código do texto: T1618838