Antes que seja tarde...

Antes que seja tarde...

Mais uma semana começa e com ela buscamos novas alternativas para diminuir os índices alarmantes de violência verificados nos últimos dias no País, seja nas grandes cidades, ou em centros menores, o que se vê é uma coisa só, a banalização da vida humana, a desvalorização total dos conceitos e dos ensinamentos que pregam a preservação da vida em primeiro lugar.

Crimes sendo praticados sem nenhum pudor, sem nenhum remorso, sem nenhuma culpa, o que nos faz parecer é que tirar a vida de alguém virou rotina, virou apenas mais uma noticia no jornal, mais uma nota, parece que estamos caminhando para o caos, que estamos prestes a ver coisas ainda mais absurdas e o pior de tudo é que vemos uma sociedade incapaz de reagir, uma policia despreparada e frágil e uma legislação que impede que a justiça seja feita.

O assassinato da menina Gabriela Araújo de oito anos, acontecido durante um assalto no ultimo dia 19 na cidade de Rio Claro, interior paulista, nos traz novamente a discussão sobre a maioridade penal no Brasil, sei que muitos defensores dos direitos desses menores infratores fazem um trabalho voltado à recuperação desses jovens, mas eu lhes pergunto, um adolescente de 17 anos, reincidente, não sabia o que estava fazendo? Será que esse jovem que já teve passagem pela FEBEM tem recuperação? E os direitos das vítimas? Restou uma mãe com o coração dilacerado pela perda de uma filha, uma menina inocente de apenas oito anos de idade, com a vida toda pela frente, cheia de sonhos, sendo morta de uma forma covarde por esse adolescente, isso não pode continuar acontecendo.

Quero acrescentar que aqui em nossa cidade, o numero de casos de assaltos praticados por jovens entre 16 e 18 anos é enorme, que as unidades que deveriam recuperar esses jovens infratores para o convívio social, não passam de escolas para o aprimoramento do crime, não há mínimas condições de recuperar ciosa alguma. Precisamos distinguir nesse contexto o que é infrator e o que é criminoso, se o jovem furta um chocolate no supermercado para matar a fome ele é um infrator, mas se ele assalta a mão armada uma residência e mata uma pessoa, ele é um assassino e tem que ser julgado e tratado como tal, não importa se ele tenha 16 ou 30 anos.

Não venham me dizer que a culpa é única e exclusivamente da precariedade das condições de vida desses adolescentes, porque não é, a pobreza é usada como pano de fundo, mas quem quer ser correto, quem quer ser honesto, quem quer ser uma pessoa de bem, vai ser, não importa se nasceu num barraco ou num castelo, estamos cansados de ver casos de pessoas de classe media alta também praticando crimes, isso demonstra claramente que quem quer ser bandido, quem tem a tendência para o crime, quem se deixa levar pelas péssimas companhias vai porque tem o livre arbítrio que o bom Deus nos concedeu e ponto final.

Até quando vamos assistir a esses discursos vazios de que jovens com 16 anos não sabem o que fazem, isso é mentira, sabem sim, sabem muito bem, tanto sabem que mesmo quando são soltos voltam para as ruas praticando crimes novamente, chega dessa balela, chega disso tudo, maioridade penal já, antes que seja tarde, se é que já não é tarde para corrigir mais essa distorção, mais esse absurdo, mais essa aberração.

Adilson R. Peppes.

Adilson R Peppes
Enviado por Adilson R Peppes em 26/05/2009
Reeditado em 21/11/2014
Código do texto: T1616044
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