"Alice. Nem tudo que parece é"
O Theatro José de Alencar apresentou nesta sexta-feita (22) o espetáculo "Alice. Nem tudo o que parece é". A peça é a finalização da turma que cursa princípios básicos, realizado no próprio teatro. A base do espetáculo é a conhecida história de "Alice no País das Maravilhas" de Lewis Carroll, com uma pitada da obra "A Comuidade do Arco Íris" de Caio Fernando Abreu. Ficou bem visível e harmoniosa a "junção" dessas duas idéias e/ou obras, onde uma nos puxa para uma realidade inexistente e perfeita de acordo com nossas próprias convicções do que é certo e a outra nos remete à realidade do dia-a-dia, que vez ou outra não é a desejável, mas é aquela que nos faz crescer. Com duração de mais ou menos 40 minutos, a peça mostra uma Alice cheia de dúvidas e sem personalidade, ora triste, ora chateada e que se vê questionada por um personagem "do mal" que a encanta com balas e por esse motivo é levada para um mundo não tão encantado, onde ela fala com flores, rainhas e outras tantas alices; umas bêbadas, outras pensadoras e cantoras, onde músicas conhecidas no nosso público são cantadas como: "sacarrolha".
Mas quem pensa que essa versão de "Alice" é para pequeninos como em Walt Disney esqueça, essa Alice foi feita para maiores de 14 anos e isso fica bem clara quando as pernas de alice são abertas e ouve-se em gritos cortantes frases como "Alice virou mulher". Depois disso temos a rainha (bruxa?) que pula, grita e se escabela com a ideia de Alice dar liberdade aos cativos de seu reino, com os guardas do reino e um gatuno enxerido e metido a humorista que tem sete vidas e não se cansa de forçar um encontro entre Alice e a rainha.
A peça vai chegando ao fim com outros questionamentos feitos para Alice se o que ela vive é real ou não. Um momento particularmente inteligente foi o duelo feito em cima de um tablado de xadrez. Foi engraçado ver peças "humanas" se movimentando como cavalos, reis e rainhas até cehgar ao tão almejado xeque-mate. Essa cena me levou à cena de "Harry Potter" onde o bruxinho e seus amigos também duelam em xadrez atrás da pedra filosofal.
No fim, um desfecho emocionante que nos faz pensar até quando viver fora da realidade é importante ou necessário. Alice mostrou bem isso quando removeu o lenço do pescoço e assim se fez liberta. Vale a pena conferir.
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