Transplante (T281)
Não há nada tão valioso que prova o amor incondicional ao próximo, que o ato de doar um órgão. Confesso, com o coração aos prantos, que era um tanto cético a este assunto. Hoje tenho uma visão totalmente diferente sobre ele, vejo como a maior demonstração de amor que um ser humano pode ter pelo outro.
No início as críticas, e ainda perduram em algumas cabeças, dos familiares eram sempre que não queriam ver seu ente querido retalhado e sem seus órgãos, mesmo que o ato da doação viesse dar novo sentido à vida de outro humano.
Analisando isto pelo lado espiritual, mesmo para os descrentes, podemos dizer que há uma relação entre a pessoa doa e a pessoa transplantada, não vou dizer aqui que seria uma dívida cármica, mas sim uma necessidade de fazer o bem, mesmo após a morte carnal, sabendo que alguém aqui poderá cumprir sua missão terrena, para o doador é como ter seu caminho aberto e sua missão cumprida num último ato.
Vejo aqui uma mão divina, algo que só Deus poderia dar ao homem, condições de ter acesso à sua tecnologia, o corpo humano, prolongando a oportunidade de vida de nosso semelhante, criando uma relação do dar mais que receber, pois o que está aqui são só partes materiais que ao espírito são obsoletos, mas ao corpo são dádivas abençoadas que se transformam em luzes alimentadoras do espírito que retorna ao seio de sua origem.
Alexandre Brussolo (25/05/2009)