"Política, Verdades, Mentiras e Corrupção" - ( Parte XCII )
Política em Alta Definição
Nunca na história deste país a arte de fazer política foi tão bem explorada e tocada com tanta maestria, como a que vem sendo conduzida agora por um presidente da república.
Em todos os momentos ele procura agradar a gregos e troianos. Faz jogo duplo quando lhe convém. Acende uma vela para Deus e outra para o diabo.
Procura manter todos sob sua forte influencia. Libera geral quando precisa. Articula e trama o tempo todo. Morde e assopra.
Manipula e distorce os fatos a seu favor. Incentiva e acoberta tudo que lhe é conveniente.
Em nome da continuidade do poder faz coisas do arco da velha.
Eximiu-se de qualquer culpa quando seus companheiros foram pegos com a boca na botija. Alegou sempre na maior cara-de-pau que, fora traído e que nunca tomou conhecimento dos fatos escabrosos que sempre macularam seu governo. Entretanto, jamais condenou seus parceiros e o que é pior, sempre procurou isentá-los de todos as formas de escândalos descobertos.
Joga a culpa em seus opositores e numa suposta imprensa marrom que, só pensa em detratá-lo o tempo todo.
Faz jogo de cena sistematicamente. Veste-se de anjinho, alega inocência e com uma encenação teatral de perseguição exorta o povo a defendê-lo.
Homem de muitas facetas, manipula facilmente a massa, com uma linguagem simples e direta que, geralmente, os menos favorecidos e os menos esclarecidos gostam de ouvir.
Se não fosse político, daria um belo de um pastor. Agrada-os e procura mantê-los sob rédeas curtas, concedendo-lhes uma bolsa de benefícios ilusória e transitória, maquiando assim a falta de empregos dignos e decentes tão em falta neste país.
Cultiva sabiamente a esperança no coração do povo. Alardeia aos quatros cantos ser o melhor entre todos que já ocuparam aquele cargo.
Vende sua imagem muitíssimo bem. A demagogia e o populismo fazem parte do cerne desse político.
Relaciona-se amistosamente com todos os movimentos sociais, ao mesmo tempo em que procura agradar, também, a todo empresariado.
Usa e abusa da política dúbia em seu governo. Quando preciso dispara o beijo traiçoeiro mortal de Judas.
Dá ênfase as suas proezas e procura eternizá-las. Arrogante, às vezes, diz que pode tudo e tenta se colocar acima do bem e do mal.
No bordão usado, costumeiramente, em suas falas, “Nunca antes...”, sem falsa modéstia, cobra para si uma vaga, no mínimo, no Olimpo.
Em muitos de seus discursos independentes, feitos de improvisos, muitas besteiras são ditas e destacadas pela mídia, prevalecendo, neste caso, a velha máxima: “Falem mal, mas falem de mim”.
Vivia um excelente momento, consubstanciado, por uma economia equilibrada em quase todo o mundo e com alguns méritos, ia conseguindo muito bem fazer o seu dever de casa, até que veio a crise que, afetou e continua afetando toda a economia mundial. Entretanto, sem perder a pose tratou logo de minimizá-la, a tal ponto de chamá-la de uma pequena marola.
Intempestivo e descontrolado, por diversas vezes disparou críticas contra todos os governantes que o precederam, taxando-os de medíocres, sobrando até para Dom Pedro II.
Aqueles menos descrentes chegam a ponto de aceitá-lo como um mal menor, ao dizerem: “Ruim com ele, pior sem ele”.
E nesse contexto de uma postura arrogante, bafejado pela sorte, se acha “o máximo”.
De uma vaidade extremada, vai vendendo bem o seu peixe e impondo suas características próprias de governar.
É mister destacar, mais uma vez, que, de sua impávida soberba, não se cansa nunca de falar que, “nunca na historia desse país houve um presidente melhor do que ele”.
Seria ele a personalidade presidencial do século, o melhor de todos os políticos deste país,e quiçá, do mundo, tal qual igual ao Pelé no futebol?
Em suma, sua forma de governar seria toda em “alta definição” (Full HD), totalmente digitalizada , enquanto todos os outros que já exerceram aquele cargo teriam atuado de uma maneira analógica, com todos os chuviscos e distorções possíveis.
Com toda essa interatividade, mobilidade e portabilidade presentes em seu governo se explicaria, talvez, nesse salto qualitativo, todos os escândalos que pipocaram e continuam pipocando por todos os cantos e em todas os níveis da administração pública?
Concluindo: “Nunca tantos roubaram tanto , na história desse país”.