"NOSSA SENHORA DO CARMO E A DEVOÇÃO AO ESCAPULÁRIO".
Conhecer a Virgem Santíssima e o que Deus fez em sua vida e os carismas que dela fez brotar eis o que constitui a verdadeira devoção à Mãe de Jesus e nossa mãe amada. Ela mesma por inspiração do Espírito Santo nos ensina o caminho da verdadeira devoção: “E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo”. (Lc 1,46-49).
Quando Isabel, grávida de João Batista, recebeu Maria grávida de Jesus em sua casa; imediatamente proclamou a verdade da devoção à Mãe do nosso Salvador: ”Isabel, cheia do Espírito Santo, exclamou: bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!” (Lc 1,42-45); de fato, esse foi o primeiro relato de devoção a Nossa Senhora de que temos conhecimento na história da salvação.
Vejamos agora como surgiu o Carisma e a devoção a Nossa Senhora do Carmo e ao escapulário. “No dia 16 de julho, celebra-se na Igreja Católica, a memória de Nossa Senhora do Carmo, um título da Virgem Maria que remonta ao século XIII, quando, no monte Carmelo, Palestina, começou a formar-se um grupo de eremitas. Estes, querendo imitar o exemplo do profeta Elias, reuniram-se ao redor de uma fonte chamada "fonte de Elias", e iniciaram um estilo de vida que, mais tarde, se estenderia ao mundo todo. Devido ao lugar onde nasceu, este grupo de ex-cruzados e eremitas foi chamado de "carmelitas".¹
“Expulsos pelos sarracenos no século XIII, os monges que haviam, entretanto, recebido do patriarca de Jerusalém, santo Alberto, uma regra aprovada em 1226 pelo Papa Honório III, se voltaram ao Ocidente, e aí na Europa fundaram vários mosteiros, superando várias dificuldades, nas quais, porém, puderam experimentar a proteção da Virgem. Um episódio em particular sensibilizou os devotos: “Os irmãos suplicavam humildemente a Maria que os livrasse das insídias infernais. A um deles, são Simão Stock, enquanto assim rezava, a Mãe de Deus apareceu acompanhada de uma multidão de anjos, segurando nas mãos o escapulário da ordem e lhe disse: Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que for revestido deste hábito será salvo”.
O que é o escapulário?
A palavra escapulário vem do latim “escapula” que significa armadura, proteção. A função do escapulário na história da Igreja é muito parecida com a do rosário, constituindo-se numa das mais antigas e populares formas de devoção à Virgem Maria.
O escapulário é um sacramental, ou seja, uma realidade visível, que nos conduz a Deus, com sua graça redentora, seu perdão e promessas. Santa Tereza (reformadora da Ordem das freiras carmelitas juntamente com São João da Cruz) dizia que portar o escapulário era estar revestido com o hábito de Nossa Senhora.
Numa bula de 11 de fevereiro de 1950, Pio XII convidava a “colocar em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário que está ao alcance de todos”: entendido como veste Mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste; enquanto sacramental, extrai o seu valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam”.²
Com a proteção da Virgem do Carmelo por quem nos veio o Salvador, vivamos a realização das promessas divinas pelas quais obteremos a salvação eterna de nossas almas. Amém, assim seja!
Paz e Bem!
Frei Fernando,OFMConv.
Fontes:
¹ Cônego Pedro Carlos Cipolini - Doutor em Teologia (Mariologia).
http://www.basilicadocarmocampinas.org.br/devocao_historia.htm (20/05/09).
² Maria do Carmo Hakim Silva
Artigo extraído do jornal "Jesus te Ama", edição de julho/2007,
publicação da "Comunidade de Aliança Jesus te Ama".
http://www.basilicadocarmocampinas.org.br/devocao_historia.htm (20/05/09).