Educação manchada
Enquanto muitos parlamentares passeiam pelo mundo a fora com o nosso dinheiro continuamos a mercê das mazelas políticas. Pagamos mais impostos que muitos cidadãos de países considerados do primeiro mundo, mas o retorno é sempre o pior possível.
A minha garganta quer gritar, encontra-se em estado de explodir, pois a cada dia presencio o total descaso das obrigações públicas e o silêncio dos docentes. Limito a falar apenas dos professores, mesmo sendo alvo da “lei da mordaça” que impera no estado de São Paulo eu não me calo, enquanto tiver voz exclamarei a todos os veículos de comunicação que somos tratados como escravos.
Há anos que não temos o devido aumento, todas as vezes que a categoria ensaia uma paralisação os caciques apresentam propostas de gratificações e de bônus. Uma política suja, imunda que engana a todos. Na televisão faz uma propaganda alusiva de que os professores ganharam R$ 15 mil, isso política suja, é enganar a população, divulgar algo irreal.
Por que não divulga os dados de violência, as agressões, os vandalismos, o descaso total? Por que não mostra que a maioria de nossas escolas não tem bibliotecas? As salas de informática têm apenas quatro computadores quando temos em sala quarenta alunos, por que não divulga esta noticia? Por que não mostra quanto professores estão afastados por problemas relacionados à depressão, crise de pânico e tantos outros males que adquirimos ao adentrar a sala de aula? Por que não dizer que o IAMSPE é impotente, não supre as necessidades docentes e só existe em algumas cidades? Por que não diz também que agora todos os professores que abrir portaria terá que pagar pelo exame de admissão? Aproveita os minutos de propaganda e divulga também que os professores eventuais que ministram aulas de quinta até o terceiro ano do ensino médio, chamados de PEB II, recebem como se fossem professores de primeira a quarta série, ou PEB I, há uma total distorção de salários.
É uma profissão maltratada e esquecida pelo governo. Uma profissão que se rende a ditadura e se vende pelos míseros do bônus que o governo vem pagando para calar a voz dos professores. Um bônus que ninguém sabe ao certo os critérios utilizados para efetuar o pagamento, uma política desonesta que desmerece a classe dos professores eventuais. Aqueles que estão sempre de prontidão quando o colega se ausenta e assim garante os dias letivos previsto em lei.
Nesta política de mentiras o pior de tudo é ver professores ir na televisão e dizer que o governo tem uma boa política de educação, é neste momento que a classe se quebra e estraga todo a luta que vem sendo construída há anos. Somos uma classe desunida, individualista e egocêntrica, somos membros de uma profissão dividida em “castas”, temos os Efetivos, os Estáveis, os ACTs mais velhos, os ACTs mais novos e finalmente os Eventuais. Se a política do governo atinge apenas uma dessas “castas” os demais ficam indiferentes.
Precisamos garantir a união da nossa classe e evitar que as mazelas do estado de São Paulo sejam estendidas a todo o país, não podemos esquecer o quanto este governo, que há anos impera, já nos humilhou e maltratou. Não podemos continuar divididos e permitir que este governo chegue a presidência. O futuro da educação depende da união de todos.