Na parte mais alta do mapa do Brasil, acima das linhas divisórias estão o Amapá, Pará e Roraima; juntinho a estes Estados, uma cadeia de países pouco conhecidos da maioria dos brasileiros com 5 tríplice fronteiras localizadas nos lugares mais remotos e inacessíveis da Floresta Amazônica. No artigo 123 foi citada a 1ª Tríplice Fronteira do Brasil, com Guiana Francesa e Suriname; agora vamos falar um pouco dos países que estão após o extremo norte do Brasil e citar a 2ª Tríplice Fronteira que envolve o Brasil, o Suriname e a Guiana.
 
Deixamos para trás o Território Ultramarino da França, a Guiana Francesa, contudo, é um dos alvos preferidos da atualidade nas imigrações ilegais de brasileiros; após a Guiana Francesa estão Suriname e Guiana, dois países ainda menos conhecidos para nós brasileiros, apesar da extensa linha de fronteira.
 
O Suriname é um país de baixa densidade demográfica; foi colônia dos Países Baixos e em 1975 teve a sua independência reconhecida; viveu, como todos da América do Sul, uma forte ditadura militar que se encerrou por em 1980. O país inteiro, inclusive com os povos indígenas, não conta mais de 500 mil habitantes, o que o faz ter 2,8 habitantes por km². A capital Paramaribo, muito embora esteja banhada pelas águas do Atlântico e bem próxima do Mar do Caribe, não consegue alimentar o sonho dos turistas.
 
Na outra ponta, antes da Venezuela, se enxerga a Guiana; o único país da América do Sul que possui o idioma inglês como oficial, mas também se fala o híndi e o urdu, línguas indígenas bem conhecidas inclusive no Brasil, mas lá por aquelas bandas do Norte.
 
A Guiana foi uma das tantas colônias da Inglaterra, mas em 1966 o povo viu a tão sonhada independência. Muito embora independente da Grã Bretanha, eles continuaram sendo membro da Comunidade Britânica. Tem 750 mil habitantes e uma das menores taxas de densidade demográfica das Américas, cerca de 3,5 habitantes por km², pouco mais do que no Suriname.
 
Georgetow é a capital do País e em sua costa, rica em preservação, os turistas só não aparecem porque a nação tem a triste fama de impunidade, algo muito parecido com o Paraguai. As terras próximas ao mar, que encontram com a floresta nativa, são mais baixas do que o nível do mar, portanto as torna um verdadeiro perigo para o turismo e para a própria moradia. Há dias em que as ondas enormes invadem a costa e alaga tudo ao seu redor, transformando o que estava seco em locais alagados e com grandes profundidades.
 
No Leste da Guiana, onde a Selva Amazônica é mais firme e atroz, devido a sua preservação, está o marco esquecido das três fronteiras entre o Brasil, a Guiana e o Suriname; distante apenas 450 km de Paramaribo, 570 km de Georgetown e 670 km de Manaus, este pontinho esquecido na Selva Amazônica é um atrativo natural apenas para os povos indígenas que habitam as áreas próximas; não há turistas, pontes, estradas ou campos de pouso, portanto, esta tríplice fronteira é mais um ponto meramente geográfico do que uma atração.
 
Numa região conhecida por Morro Grande do Cemitério, distante cerca de 75 km da Tríplice Fronteira, fotos de satélite demonstram alguma atividade de desmatamento na região, com uma grande área assinalada em cor acinzentada, mas não há como ser comprovado por pesquisas simples, pois como já foi citado, na região não há estradas. Boa parte desta área que supostamente está desmatada pertence ao Brasil.
 
Na próxima edição escreverei sobre a 3ª Tríplice Fronteira; o lugar onde se encontram o Brasil, a Guiana e a Venezuela, lugar este que encontra-se em uma das maiores áreas desmatadas da Amazônia. Até lá!
 
 
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
 
 
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CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 21/05/2009
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