PROFESSOR ALOPRADO

Extra! Extra! Paederus Irritans invadem Escola Baiana!!!

Preocupado com a invasão desses monstros minúsculos em seu recinto de trabalho, o Professor Previnildo Pardal Pateta, “atento muito mais aos insetos e as conspirações de corredores do que ao desenvolvimento intelectual e ético de seus alunos”, decide fazer um abaixo assinado com o intuito de cobrar das autoridades constituídas, as providências cabíveis para por fim á esses asquerosos seres. Caso não fosse resolvida á questão, ele entraria com um pedido de intervenção no Ministério Público do Estado da Bahia.

Como todos sabem (Talvez menos o Previnildo) os Paederus Irritans, é um gênero da família dos Coleópteros vesicantes. A existência desses insetos só não é descrita nas regiões polares, de resto, todos os povos (e não só o terceiro mundo) conhecem o desagradável mecanismo de defesa dos mesmos. Tendo uma abrangência mundial tão considerável, o que poderiam nossos briosos promotores fazer para exigir a extinção de tão temido inseto? Um decreto lei? Uma medida cautelar ? Ou outra instância qualquer de nosso cipoal de leis e instituições judiciárias?

Sendo um inseto cosmopolita, que é atraído pela luz e pela umidade, que fazer para evitar que ele apareça? Desligar a luz do estabelecimento de ensino? Pensar em uma estratégia meteorológica para evitar as chuvas em nossa região?Quem sabe escrever uma placa em cada porta das salas de aulas com o aviso: Senhores Paederus Irritans!Fica permanentemente proibida a entrada de qualquer um de vocês e congêneres afins nesse estabelecimento.

Muitos podem perguntar: O Ministério Público não tem coisas mais importantes a fazer em prol da população baiana do que ir atrás dos famigerados Paederus Irritans? Corrupção, crimes ambientais (Talvez esse o motivo das invasões dos insetos), pedofilia, prostituição infantil, tráfico de drogas, de seres humanos, de órgãos dentre tantos descalabros que ocorrem em solo Brasileiro. Mas o Professor Previnildo Pateta acha que alguém tem que pagar por isso. Um cidadão de sua envergadura econômica-politica-social-ética-intelectual-filosofica, não pode ficar a mercê desses invasores, desses desagregadores da sapiência de seu alunado.

O que acho engraçado é que, o distinto cidadão, não manifestou nenhum argumento no que tange ao aproveitamento de seus alunos na avaliação que o governo federal faz anualmente com os alunos do ensino médio, no qual seus magnificentes alunos tiveram um desempenho pífio... Será por que se isso ocorresse teria um mea-culpa no episodio? E se as autoridades constituídas desse estabelecimento resolvessem entrar no Ministério Público com uma ação contra o nobre professor por incompetência disciplinar? Isso faria com que os alunos ficassem inteligentes de repente? Talvez se isso fosse possível seria mais fácil acontecer do que extinguir os famigerados insetos...

Acho que, ao invés do Ministério Público, o nobre professor deveria procurar a vigilância epidemiológica. Ele faria um grande favor não só no estabelecimento de ensino em questão, mas á nossa Bahia e ao Brasil. Já imaginaram o fim das moscas, pernilongos, ratos, barbeiros , baratas e outras pragas? Nossa! Seria o Maximo. Mas peço que o professor não perca suas noites pensando nisso. Nós sertanejos conhecemos e sobrevivemos á esses incômodos visitantes há muito tempo. Para nós não passam de Potós...

LEILSON LEÃO

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 20/05/2009
Reeditado em 21/05/2009
Código do texto: T1604908
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