Respeito: a palavra-chave
Respeito, no meu entender, deveria ser eleita e adotada por todas as pessoas como a palavra-chave de suas vidas. Explico por que. Respeito inclui tudo: respeito às crianças, aos idosos e idosas, aos animais, à natureza, como um todo, às diferentes culturas e costumes, às normas estabelecidas, enfim, respeito às pessoas de um modo geral, pelo ser humano, respeito à sociedade em que se vive. Respeito é um exercício diário. Atualmente, parece estar faltando esse exercício no dia-a-dia das pessoas. Canso-me de ver pessoas jovens, ou sem deficiência alguma, sentarem nos bancos reservados aos idosos, gestantes, portadores de necessidades especiais e pessoas com crianças “de colo”, ignorando, sem o menor constrangimento, caso embarque uma pessoa nessas condições, fazendo com que, muitas vezes, ela tenha que pedir licença para sentar-se em seu lugar destinado. Vejo também pessoas jogando latas de refrigerante pela janela dos ônibus urbanos e metrôs, deixando papel cair no chão ao andar pela rua. Vizinhos colocando música em volume alto a qualquer hora do dia ou da noite, batendo portas, deixando lixos pelos corredores dos prédios de apartamentos. Pessoas saindo com seus animais de estimação, deixando que eles façam as necessidades fisiológicas na grama ou nas calçadas, sem recolher. Tenho visto ultimamente uma total falta de respeito em todos os sentidos. No trânsito, também podemos mencionar. Pedestres e condutores desrespeitando as leis de trânsito. Respeito é sinal de civilidade. Para se viver bem, é preciso, mais que tudo, o respeito entre as pessoas. Para muitos, pode ser óbvio o que estou falando. Porém, infelizmente, acredito que, hoje em dia, respeitar os outros virou coisa do passado. Parece que ninguém “está nem aí para os outros”. Parece que o pensamento geral é: “E aí, o que que eu tenho a ver com isso?” Onde está o senso de responsabilidade e de preocupação para com os outros? Gentileza, cortesia, também parece que são hoje coisas obsoletas, fora de moda. Em uma sociedade individualista como a nossa, o que importa é o “eu”, o meu prazer, a minha satisfação. Esse tipo de comportamento se tornou tão comum a ponto de ninguém mais se importar. Percebe-se que esse tipo de conduta encontra-se generalizado pela sociedade. Acho que esquecemos as famosas palavrinhas-mágicas que nos ensinaram quando crianças: “Com licença!” “Obrigada/o!” “Por favor!” “Desculpe-me!” Claro que temos exceções, porém, estas estão ficando cada vez mais raras atualmente. O que deveria ser a regra é a exceção. Então, lhes pergunto: é esta a sociedade que queremos para nós e para nossos filhos e filhas? Respeito é condição imprescindível (sine qua non) para a vida em sociedade.
Vera Simone
Publicado originalmente em 19 de maio de 2009 no Jornal VS - São Leopoldo/RS