Educação lúdica - Qual o papel de brincar na vida de uma criança?
Brincar para uma criança tem um sentido muito maior do que possa supor um adulto. Epa, um adulto!? Mas um adulto também já foi criança, já brincou... e como não entende esse importante ato da etapa infantil? Que lástima achar que seja bobeira, ou simplesmente “coisa de criança”.
Quando brincamos, entramos em um mundo de imaginação e trabalhamos nossos sonhos, nossa esperança, a vontade de sermos mais, de conseguirmos o que queremos, de transgredir valores prontos. O ato de brincar fortalece laços, nos dá a noção de limites, de respeito ao próximo.
Jogos nos possibilitam ganhar, e o mais importante: aprendemos a perder. A perda é um sentimento com o qual nos depararemos durante toda a vida, e o lúdico pode transformar isso em uma coisa não tão pesada, onde, quando perdemos, temos a possibilidade de recomeçar, de tentar de novo, de não desistir. Precisamos estar preparados para o fracasso, mas para recomeçar a cada momento.
Para quem pensa que jogar, brincar, fazer jogos com as palavras é uma forma apenas de passar o tempo, é hora de começar a mudar o pensamento. Acredito que, quebrar paradigmas seria uma colocação correta, pois o lúdico na educação vai muito além do simples ato de “encher linguiça” (he he he ), e para aqueles que conseguem fazer do brincar uma forma de ensinar, terão alunos muito mais felizes e preparados para o futuro.
A brincadeira vai muito além do ato de manipular um brinquedo: é uma forma de encararmos a vida, é a melhor forma de crescermos felizes, enfim, brincar é coisa séria, e como diria o Pequeno Príncipe, de Saint Exupéry “As crianças devem ser muito tolerantes com as pessoas grandes. E eu corro o risco de ficar como as pessoas grandes, que só se interessam por números.”
Trabalho com o magistério há mais ou menos 14 anos. Incorporei o lúdico a meu trabalho há mais de 10. Nem sempre fui bem compreendida com o brincar, nessa caminhada, apesar de ter meus objetivos claros e o encaixe das brincadeiras aos conteúdos.
Quebrar barreiras exige coragem e audácia, e tenho a certeza de que em todos esses anos meus alunos nunca perderam tempo brincando. Adquiriram conteúdos e competências necessárias de forma alegre e prazerosa. Sou feliz e gratificada trabalhando assim, e espero que em breve, muitos professores possam enxergar no lúdico uma forma de ensinar, tirando o estigma de que a escola é para estudar, não para ser feliz!