OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Os meios de comunicação têm novos papéis com a nova tecnologia que está à disposição das empresas radialísticas e televisivas. A comunicação digital já começa dar o ar da sua graça e algumas empresas já aderiram à novidade. Além de serem dispendiosas as empresas que ainda não dispõem desta tecnologia que se preparem. Façam planejamentos, procurem se adequar com equipamentos de qualidade e profissionais de bom quilate, pois a técnica exige. Mais cedo ou mais tarde quando do lançamento do rádio digital, ela irá mudar a cartilha da imprensa brasileira. São os novos papéis e os novos desafios para os meios de comunicação. O rádio como instrumento popular dará um salto de qualidade. Dizem que a televisão mudou a feição do rádio, mas devido à paixão que a população de menor poder aquisitivo tem pela radiodifusão, ele vai vencendo obstáculos conquistando medalhas de todas as categorias.
Infelizmente os profissionais que fazem do rádio sua sustentação não dão o real valor que o rádio e os ouvintes são uso e fruto de profissionais sem a educação necessária. Os sindicatos patrocinam cursos rápidos para radialistas, mas já existem faculdades preparando profissionais para o duro papel de radialista, o profissional que faz da transmissão da voz seu instrumento de trabalho. O Ministério do Trabalho exige do radialista a ‘Carteira de Trabalho’ registrada no ministério. Pelos menos aqui no estado do Ceará esta carteira não tem o valor que deveria ter, visto que quase a totalidade das emissoras locais aluga espaços, e os profissionais tiram seus sustentos nas publicidades. E a aposentadoria como fica? Dizem que a globalização modificou a cultura e a revolução tecnológica transformou a cartilha de todos os meios de comunicação de massa. Pode ser até verdadeira a afirmação, mas o que acontece na realidade é que as concessões de funcionamento estão nas mãos de empresários e políticos.
O certo é que os meios de comunicação sempre estiveram inseridos no convívio das populações. As pessoas se reuniam em torno de um livro, de uma mesa de jogos, de bebidas ou de uma tela de cinema para as suas diversões nas horas de folgas. A velha e surrada radiola faziam as velhas tertúlias, serenatas que culminaram com vários noivados e casamentos. O que temos de novo? Qual é o protagonismo que a mídia adquiriu especialmente o de massa? Do protagonismo vem o protagonista, uma palavra que deriva do grego protagonistés que foi o primeiro ator de drama na Grécia. Deuteragonista e tritagonista, teatro, cinema e televisão. A personagem principal de uma peça teatral, de um filme, de um romance, pessoa que desempenha ou ocupa o primeiro lugar num acontecimento. Infelizmente temos poucos profissionais de rádio que conquistaram fama e os que se sobressaíram estão esquecidos dos ouvintes de rádio. Para resgatar esta cultura uma Associação de Ouvintes de Rádio foi criada no estado do Ceará (AOUVIR/CE). E tem radialistas fazendo beicinhos, pois acham que estão sendo censurados, mas a função da associação é melhorar a qualidade dos programas apresentados aos ouvintes, pois no momento a baixaria e a pornografia fazem a psicosfera da radiodifusão cearense. Infelizmente.
Encontramos na revista Chasqui em seu número 54 uma pesquisa citada por Eleazar Díaz Rangel, de junho de 1996, pp. 68-69. Façam um estudo do que diz a pesquisa: “A significativa pesquisa realizada pelo ICP/Research. “Em quem os latino-americanos acreditam?”Com relação ao parlamento, a opinião é péssima, apenas 9% dos guatemaltecos e 11% dos equatoriamos confiam no seu. Os venezuelanos e colombianos lhe concedem um pouco mais de crédito (17%). Quanto aos partidos políticos, os mais benevolentes são os mexicanos e os costarriquenhos (27%). Os peruanos e bolivianos têm porcentagens baixíssimas (13%). O mesmo acontece com juízes, sindicatos, polícia, empresários, presidentes e com o sistema político e econômico em geral.
O vazio é preenchido pelas Igrejas que continuam obtendo uma boa pontuação (61% dos latino-americanos acreditam nelas). E os meios de comunicação: dois em cada três cidadãos de nossos países estão convencidos da veracidade do que é dito pela imprensa, rádio e televisão. O que isso significa? No mínimo três novos papéis para os meios de comunicação social. Vale à pena deter-se em cada um deles antes de empreender o caminho urgente para melhorar nossa produção radiofônica. Temos que fazer o mesmo, pois com o advento do rádio digital a emissora de não tiver a estrutura forte e desejada irá parar no caminho da desilusão e do tão doloroso fechamento. Que isto não aconteça e que a superação venha na hora certa para evitarmos uma falência em gênero, número e grau. Trabalho, responsabilidade, empreendimento, esforço, orçamento com capital de giro. É o mínimo para uma emissora de rádio que se preza.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ALOMERCE