TEMPO,TEMPO,TEMPO!!!
TEMPO, TEMPO,TEMPO!
“Eu sou um bom
Chofer de caminhão;
Trabalho noite e dia,
Faz um tempão...
(cancioneiro nordestino)
Distribuir bem o meu tempo é,hoje,uma das minhas grandes preocupações.Quando trabalhava fora,sabia o que fazer,a cada dia sua agonia,mas,uma agonia conhecida,rotineira,vulgar.Ao chegar em casa,a minha auxiliar doméstica tinha aprontado tudo;aqueles horríveis trabalhos caseiros que,algumas mulheres dizem adorar.
Depois que deixei de trabalhar fora e, na era pré-computador, falei galantemente a meu marido:-só preciso de uma diarista que venha duas vezes na semana,o resto cuido eu;grande colaborador,ele saiu,comprou um monte de pequenos ajudantes,eletro domésticos que fazem de tudo,compramos comidas semi-prontas na delicatessen,e toquei a vida,sem preparo,nem idéia do que era,realmente,cuidar de uma pequena casa de dez cômodos e um cachorro de estimação.Nunca enfrentei cozinha, nem limpeza;bons tempos que,em Salvador,achávamos excelentes criadas,que,chegavam a nossa casa,meninotas e saíam sessentonas,como a nossa sempre adorada Edite,quase uma irmã para mim,que ajudou a criar meus filhos e alguns netos.
Tudo ia mais ou menos bem até que fui apresentada ao computador-e, apaixonei-me!Meu tempo era quase todo dele e para ele, já que eu tinha que aprender a domar a fera;pouco tempo depois,conheci o Recanto e,enfim,pude escrever,vasculhar velhos cadernos,postar várias lembranças,desenvolver um certo dom que sabia que tinha,mas,a luta diária não me deixava tempo para exercitar.Os comentários que recebi me deram coragem para continuar;afinal,havia gente que lia-e,suprema glória!-gente que parecia gostar do que lia.
Dei outro passo maior: entrei na Usina de Letras, onde,hoje,pouco menos de um ano e meio depois,tenho cerca de 149.473 leitores.Vieram os convites para as antologias;topei.Veio a Usina de Palavras,o Artigonal ,O melhor da Web,a Apolo Academia de Letras e,consequentemente , os pequenos jornais e as editoras;pronto,virei transgressora;as tarefas domésticas que eu já detestava começaram a pesar.
Meu marido, entregue á TV e ao futebol. Soube que tinha que dar um basta.Resolvi dedicar os fins de semana apenas a ele.Só escrevo diariamente no RL e na Usina de Letras;os outros,dias alternados.Livros,vou escrevendo aos pouquinhos e,os dois que tenho prontos,segurei;vou escolher a editora que mais me convier,entre as três interessadas.
Deixar de ler e responder os comentários do RL,impossível;fiz grandes amigos aí,gente que aprendi realmente a querer bem,como se morassem ali,na esquina;sinto falta deles,sinto saudades;tenho que ler o que escrevem e os novos me surpreendem; tanta gente boa,tanto talento semi-escondido!-
Para escrever um livro pesquisas são necessárias; revisão; repasse; consultas. Muita leitura!A Literatura é uma amante ciumenta,exige total concentração;quando escrevemos é como se entrássemos num túnel,vertiginosamente,como se tudo o mais sobrasse;filhos,marido,casa,amigos.
O escritor não vive só com sua alma,vive com todas as almas,numa atmosfera de almas,que o cercam,cochicham coisas no seu ouvido,sopram-lhe temas,viventes talvez,no seu próprio pensamento mais secreto.
Como otimizar o tempo;como dar conta de tudo!O certo é que tempo bastante sempre é pouco.Cronos devorava os próprios filhos.Como escapar?O jeito é tentar um acordo com ele!
Luto muito, falho um pouco,mas,espero chegar lá!
TEMPO, TEMPO,TEMPO!
“Eu sou um bom
Chofer de caminhão;
Trabalho noite e dia,
Faz um tempão...
(cancioneiro nordestino)
Distribuir bem o meu tempo é,hoje,uma das minhas grandes preocupações.Quando trabalhava fora,sabia o que fazer,a cada dia sua agonia,mas,uma agonia conhecida,rotineira,vulgar.Ao chegar em casa,a minha auxiliar doméstica tinha aprontado tudo;aqueles horríveis trabalhos caseiros que,algumas mulheres dizem adorar.
Depois que deixei de trabalhar fora e, na era pré-computador, falei galantemente a meu marido:-só preciso de uma diarista que venha duas vezes na semana,o resto cuido eu;grande colaborador,ele saiu,comprou um monte de pequenos ajudantes,eletro domésticos que fazem de tudo,compramos comidas semi-prontas na delicatessen,e toquei a vida,sem preparo,nem idéia do que era,realmente,cuidar de uma pequena casa de dez cômodos e um cachorro de estimação.Nunca enfrentei cozinha, nem limpeza;bons tempos que,em Salvador,achávamos excelentes criadas,que,chegavam a nossa casa,meninotas e saíam sessentonas,como a nossa sempre adorada Edite,quase uma irmã para mim,que ajudou a criar meus filhos e alguns netos.
Tudo ia mais ou menos bem até que fui apresentada ao computador-e, apaixonei-me!Meu tempo era quase todo dele e para ele, já que eu tinha que aprender a domar a fera;pouco tempo depois,conheci o Recanto e,enfim,pude escrever,vasculhar velhos cadernos,postar várias lembranças,desenvolver um certo dom que sabia que tinha,mas,a luta diária não me deixava tempo para exercitar.Os comentários que recebi me deram coragem para continuar;afinal,havia gente que lia-e,suprema glória!-gente que parecia gostar do que lia.
Dei outro passo maior: entrei na Usina de Letras, onde,hoje,pouco menos de um ano e meio depois,tenho cerca de 149.473 leitores.Vieram os convites para as antologias;topei.Veio a Usina de Palavras,o Artigonal ,O melhor da Web,a Apolo Academia de Letras e,consequentemente , os pequenos jornais e as editoras;pronto,virei transgressora;as tarefas domésticas que eu já detestava começaram a pesar.
Meu marido, entregue á TV e ao futebol. Soube que tinha que dar um basta.Resolvi dedicar os fins de semana apenas a ele.Só escrevo diariamente no RL e na Usina de Letras;os outros,dias alternados.Livros,vou escrevendo aos pouquinhos e,os dois que tenho prontos,segurei;vou escolher a editora que mais me convier,entre as três interessadas.
Deixar de ler e responder os comentários do RL,impossível;fiz grandes amigos aí,gente que aprendi realmente a querer bem,como se morassem ali,na esquina;sinto falta deles,sinto saudades;tenho que ler o que escrevem e os novos me surpreendem; tanta gente boa,tanto talento semi-escondido!-
Para escrever um livro pesquisas são necessárias; revisão; repasse; consultas. Muita leitura!A Literatura é uma amante ciumenta,exige total concentração;quando escrevemos é como se entrássemos num túnel,vertiginosamente,como se tudo o mais sobrasse;filhos,marido,casa,amigos.
O escritor não vive só com sua alma,vive com todas as almas,numa atmosfera de almas,que o cercam,cochicham coisas no seu ouvido,sopram-lhe temas,viventes talvez,no seu próprio pensamento mais secreto.
Como otimizar o tempo;como dar conta de tudo!O certo é que tempo bastante sempre é pouco.Cronos devorava os próprios filhos.Como escapar?O jeito é tentar um acordo com ele!
Luto muito, falho um pouco,mas,espero chegar lá!