O tecido da doença mental
Em outro texto falei da necessidade de formarmos eqüiláteros na mente, o equilíbrio entre emoção e razão como base fundamental para viver bem, haja vista que esse equilíbrio permite-nos criar subsídios para as demais necessidades da vida (alimentação, trabalho, moradia, etc.).
Se pensarmos dentro do panorama da doença mental podemos arriscar que a doença mental ( veja que aqui trato de doença e não deficiência mental), poderemos cair no erro de dizer que a mesma é o extremo de uma dessas vertentes: emoção x razão.
A doença mental, acredito eu, não é o extremo de uma das duas composições da mente, mas de apenas uma: a emoção. Alguns podem se assustar, mas a esquizofrenia deixa isso bem claro, a sensibilidade se exacerba, há uma ausência de condições reais as quais podem se apegar. Como muitos dizem: “vive em outro mundo”, o mundo da emoção apenas, livre de qualquer razão. Nesse caso impossível tecer alguma coisa, há apenas fios, que no máximo podem ser trabalhados – colados paralelamente ou enrolados, cruzados, mas jamais entrelaçados à razão.
Neste tecido composto apenas pela emoção, as pessoas se tornam fragilizadas, marginalizadas, algumas vivem à margem da sociedade. Tornam-se dependentes em termos racionais de outra pessoa, sendo indiferente a esta, ou atribuindo a esta os acertos da vida (talvez seja o caso do ciúme patológico).