AS LIÇÕES QUE A SECA DEIXA

Novamente o Rio Grande do Sul é vítima de uma forte estiagem, sendo que algumas regiões têm sido mais prejudicadas, havendo a necessidade de aderir ao racionamento de água. Para a produção agrícola, as chuvas escassaz que ocorreram, foram suficientes para evitar a perda total e a colheita, em geral, tem sido boa. A falta d'água está atingindo realmente ao consumo humano, causando trantornos e interrompendo o fluxo das atividades das pessoas, entre elas, o prórpio trabalho, haja vista algumas profissões dependem da utilização da mesma para produzir. Pena que a lembrança dos dias sem água parace ir rio abaixo, conforme ele se enche durante a época de chuva.

É importante que a população faça um balanço entre o cotidiano com fartura de água e o de escassez; e perceba que pode contribuir para que haja, ao menos, equilíbrio entre os dois. O apelo ao consumo consciente acontece já faz algum tempo. Todavia, é necessário que ocorra a falta da mesma para que as pessoas comecem a por em prática hábitos simples que deviam ser costumeiros.

Reaproveitar a água da máquina de lavar roupas para lavar carros, calçadas ou outras tarefas, reduzir o tempo do banho, manter a torneira fechada enquanto escova-se os dentes, são, além de econômicos na conta, exemplos de como evitar o desperdício.

Todos os que sofrem as privações de um período de racionamento, têm a oportunidade de ensaiar a concretização de uma triste realidade que vem sendo anunciada por cientistas do mundo inteiro: a falta de água potável. Junto ao uso irracional, a poluição dos rios e nascentes compromete a qualidade do líquido precioso, bem como a destruição da mata ciliar ( vegetação da beira dos rios). Toda vez que se joga lixo na água, ou ainda não se dá o destino correto a ele, acontece o que estamos habituados a ver nos telejornais: boeiros entupidos, alagamentos, contaminação, prejuízos que afetam principalmente as camadas menos favorecidas(devido à localização de suas casas próximas a rios e corregos).

A destruição da mata ciliar contribui para que grandes quantidades de terra sejam arrastadas para dentro dos rios em época de chuva forte. Essa terra vai acumular-se no fundo dos rios e diminuir seu tamanho, apressando o processo de cheia. Além disso, como o nome já diz, a mata ciliar funciona como uma barreira, uma rede de proteção que impede agentes poluentes, como materiais plásticos, cheguem até a água.

O trabalho de preservação dos recursos naturais deve começar cedo. Educar as crianças, dando-lhes conhecimento e orientação para garantir a continuidade da vida é uma tarefa de responsabilidade tanto dos pais quanto dos educadores. Sobre reeducar os adultos; esses só aprendem sentindo na pele. Então que considerem como aula as lições deixadas, não só por esta seca, mas também os diversos incidentes ecológicos que vêm causando medo, pânico e preocupação a todos os habitantes do planeta.

Mediante essa breve exposição, cabe a pergunta: se o homem é o guardião dos recursos naturais que possui ao nascer, quem será o cuidador do homem quando a natureza não tiver mais recursos para fazê-lo? Durante muitos anos a humanidade explorou e utilizou as riquezas naturais como se fossem eternas e infinitas. Agora que sabe-se que não são, é urgente correr contra o mesmo tempo e salvar e garantir que as gerações futuras, e ainda a nossa, possam desfrutar da alegria de viver em um planeta saudável.