Nossos Poderes Constituidos:Qual a diferenca entre eles?
DIARIO DE PERNAMBUCO
05 de maio de 2009
Luiz Guimarães Gomes de Sá // Médico
Certamente o tema é muito discutível pela abrangência que tem. Mas, se nos debruçarmos na história, veremos que não é tão difícil chegar a uma conclusão lógica.
Por questão de justiça e bom senso, não queremos generalizar e caracterizar como sendo único o perfil dos mesmos. Contudo, ao longo dos anos os fatos se repetem como que num ciclo interminável deixando-nos perplexos, mas, admitindo, algumas exceções.
As manchetes dos jornais, bem como os noticiários das rádios e televisões refletem o caos em que vivemos sendo uma constante fatos que denigrem esses poderes.
Nesse contexto, afloram a cada dia os escândalos que já se constituem numa rotina da vida nacional, envolvendo uma expressiva camada daqueles que elegemos esperando que viessem a cumprir as inúmeras promessas de campanha.
Totalmente dependente da classe política, o povo tem viva a esperança de mudanças em suas atitudes, a fim de lograr dias melhores em suas vidas.
Na prática o prometido é totalmente esquecido, sendo tão somente lembradas as iniciativas de interesse pessoal que se sobrepõem às do povo que os aclamou.
A população fica atônita sem saber mais em quem votar. Os chamados partidos nanicos servem como verdadeiros "trampolins" para abrigar os interesses escusos de muitos deles, e se somarmos o contingente dos que ali estão, teremos um expressivo número.
Valendo-se da fragilidade do nosso sistema eleitoral, os governos (sem exceção), buscam apoio naqueles partidos inexpressivos para conseguirem a tão falada governabilidade, pois, sem eles, torna-se inviável manter-se no poder.
Assim, a cada ciclo eleitoral a história não muda, por conta de um sistema falho e corrompido, favorecendo tão somente a eles.
As falcatruas que se sucedem são fruto dessa insensatez, que no silêncio da noite são planejadas e postas em prática em detrimento dos reais interesses do povo.
Infelizmente, esses fatos não se restringem aos políticos, pois acontecem, também, no âmbito do judiciário e nas próprias polícias em suas diversas esferas.
Esses últimos seriam o reduto final do cidadão de bem, mas esbarramos nos desmandos os mais variados, deixando clara a vulnerabilidade que temos em preservar nossos direitos que estariam garantidos em nossa Carta Magna.
Com isso, a desonestidade, a improbidade administrativa e a impunidade oportunizam novas ações nefastas, maculando o perfil desses poderes que deveria ser exemplar.
Esse status quo reduz a credibilidade nacional perante as nações, e mesmo se tratando de um país emergente do ponto de vista econômico, fica a deriva no campo ético-moral perante todo o mundo. Enfim, nenhum desses poderes busca fazer a almejada diferença, visto que, suas posturas são assemelhadas em número, gênero e grau.