Não todo o dia, mas quase sempre,,,

Quando alegria significa liberdade

Um homem, que vivenciou horrores em tempos de guerra, questionado se este sofrimento retornava sempre a sua mente respondeu, que mais tempo transcorria, mais sonhava com o que havia passado.

Todas as noites perguntaram?

Não, mas frequentemente.

...

Não todo o dia, mas quase sempre...

Como sombras malditas, lembranças nefastas assolam a mente.

Um olhar, nos transporta a olhares repletos de ódio

Notícia de agressão recorda às nossas dores físicas e morais.

Uma denúncia sabida transporta aos apertos de mãos crédulos e esperançosos com respostas hipócritas e indiferentes.

Uma reportagem que promete mudanças, transporta a apelos e denúncias silenciadas.

Passagem de tempo, leva a contabilizar os dias, anos de dores

Um nome, uma foto, lembra a outra época no vácuo de emoções vividas.

Um grito, um som mais alto, nos faz ouvir nossos gritos e de nossos filhos.

Suor lembra a aflição, o medo.

Quando alguém fala que dói nos lembramos de nossas dores e dói

Quando falam da memória, lembramos como consideraram banal nossa única vida.

Campanhas solidárias e manifestações nos levam as promessas não cumpridas, a sensação de abandono.

O frio, nos traz a gélida atmosfera entre indignos seres viventes.

Datas comemorativas de amizade e solidariedade nos transportam ao descaso, a indiferença,a traição.

O sol, nos lembra que fomos massacrados as claras sem disfarces.

Demonstrações de amor nos transportam a enganos, maquinações, violência,hipocrisia,silêncio e mentiras de magnitude jamais considerada.

A vida gerada, nos leva a considerar quanto tempo ainda teremos de viver com as sombras

Não todo o dia, mas quase sempre,,,

Ana Maria Bruni
Enviado por Ana Maria Bruni em 15/05/2009
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